FMCG Marcas

Nutrinveste negoceia Compal e Nutricafés

Por a 28 de Setembro de 2005 as 16:16

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A Nutrinveste encontra-se a negociar a venda da Compal, empresa do grupo que inclui negócios nas áreas de bebidas, legumes em conserva e concentrados de tomate, e da Nutricafés, onde se destacam as marcas Nicola e Chave D’ouro. Segundo a informação disponível, os quadros das comparticipadas foram informados na passada segunda-feira da operação, que apesar de se encontrar em fase inicial já despertou o interesse da Coca-Cola e da Central de Cervejas.

Assinale-se que a Compal e a Nutricafés têm um peso de 30% no volume de negócios do grupo, que no ano transacto apurou um total de 654 milhões de euros. Apesar de não comentar o interesse veiculado, para a Central de Cervejas a eventual aquisição da Compal seria uma oportunidade para se aproximar da Unicer, ao reforçar a sua posição no mercado com os sumos e águas da Compal. Para o gigante norte-americano, a compra teria como objectivo o alargamento da gama de bebidas, tendo já manifestado interesse em entrar no mercado das águas em Portugal. Segundo se sabe, o negócio englobaria o conjunto das operações da empresa, que nos sumos e legumes detém a marca Compal e nas águas a Frize. Recorde-se que a Compal emprega 600 trabalhadores e facturou 156,9 milhões de euros em 2004, 24% do volume de negócios do grupo.

A ser uma realidade a venda da Compal, a Nutriveste alienará também a Nutricafés (os processos decorrem em separado), acção justificada pelo facto de ser uma área de negócio relativamente pequena e anexada na estrutura da Compal, pelo que não deverá ser mantida em caso de alienação da conhecida marca alimentar. Tratar-se-á da segunda alienação do grupo em dois anos consecutivos, sucedendo a venda da Compal à da Triunfo, agora na esfera da United Biscuits. Com este negócio, a Nutrinveste concentraria forças no azeite e nos óleos alimentares, onde detém, entre outras, as marcas Oliveira da Serra e Fula. A empresa perspectiva que as gorduras alimentares, em 2005, atinjam vendas na ordem dos 560 milhões de euros, face aos 460 milhões apurados em 2004. Valor último que inclui os resultados da ECOO (East Coast Olive Oil), empresa norte-americana onde o grupo tem uma participação de 80% e que permitiu à Alco diminuir a dependência do mercado nacional, que deverá representar somente um terço das vendas totais no término do exercício.