Distribuição

Resultados «notáveis»

Por a 19 de Setembro de 2005 as 12:34

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O grupo Jerónimo Martins, continuando a sua política de transparência, concretamente em relação à divulgação dos resultados financeiros, anunciou novamente resultados positivos para o primeiro semestre do ano. A performance inclui um aumento de 10% nas vendas consolidadas, cifradas em 1.780 milhões de euros no período, e uma evolução de 17,1% nos lucros, desempenho classificado de «notável» pela administração.

Os resultados líquidos dos primeiros seis meses do ano cifraram-se em 35,4 milhões de euros, o que corresponde a um acréscimo de 17,1 por cento face ao período homólogo de 2004. De acordo com o grupo, «o crescimento significativo dos lucros deve-se ao sucesso das estratégias implementadas», as quais conseguem «fazer face ao ambiente fortemente competitivo nos mercados em que opera». Para estes números contribuíram um aumento das vendas consolidadas em dez pontos percentuais, com particular destaque para as insígnias Pingo Doce e Biedronka, desta feita na Polónia. O cash flow operacional, declarou ainda a administração, evoluiu para 129,9 milhões de euros, o que corresponde também a um aumento de 1,2% face ao primeiro semestre de 2004.

Na sequência das estratégias implementadas, «o grupo manteve a forte aposta na redução de preços e de custos», o que tem permitido «contrariar a tendência de estagnação de consumo através do fortalecimento de posições», tanto no mercado português como no polaco. De facto, considerando as vendas na vertente like-for-like (em comparação directa face ao parque de lojas), a Pingo Doce cresceu 5,3%, ao mesmo tempo que a Biedronka evoluía 5,2 pontos.

Negócios em crescendo

No caso da insígnia nacional, estes números representam uma evolução de 9% em termos de volume de vendas, sendo de realçar o crescimento de 49% verificado na marca própria, uma proposta de valor estratégica que «tem obtido reconhecimento e adesão crescentes por parte do consumidor», afirmou o grupo em comunicado. Já o Feira Nova, «continuou a implementar a sua agressiva estratégia de redução de preços», foi ainda referido, o que permitiu um crescimento de 6% nas vendas. Neste particular, «é de realçar o desempenho muito favorável dos mini-hipers (médios formatos com cerca de 4.000 m2 de área de venda e localizados fora dos principais centros urbanos) que atingiram 7,9% de crescimento de vendas face ao primeiro semestre de 2004. Quanto à Recheio, terá recuperado da tendência decrescente derivada da maior competitividade e do abrandamento no canal Horeca, «assegurando a sua posição de liderança no mercado grossista, conquistada em 2003».

A Indústria regista igualmente um crescimento nas vendas, desta feita de 8,6%, impulsionado pelo desempenho da FimaVG e da Bestfoods, esta última com um contributo especialmente destacado pela administração do grupo. A LeverElida, segundo foi afirmado, «conseguiu uma recuperação assinalável, não obstante a forte concorrência dos discounts e das marcas próprias», enquanto as vendas da IgloOlá ficaram próximas dos níveis registados no ano anterior.

Na Polónia, a Biedronka continua a dar cartas, consolidando a liderança de mercado após um crescimento de 5,2% nas vendas like-for-like, o que «traduz bem a elevada capacidade da insígnia na captação de novos clientes». A evolução das vendas no segundo trimestre, todavia, mostrou um ligeiro abrandamento em relação aos primeiros três meses do ano, facto justificado através do «ambiente de consumo menos dinâmico, o qual tem afectado a generalidade dos operadores de mercado da moderna distribuição alimentar na Polónia».

Neste período, a insígnia voltou a ser alvo de fortes investimentos, prosseguindo o seu processo de expansão através da abertura de mais 21 novos pontos de venda, isto para além de 32 remodelações de unidades já existentes. O diferencial face à concorrência, declarou o grupo, foi mantido face, tanto nas vendas like-for-like como na quota de mercado.

Segundo semestre menos “eufórico”

Para o segundo semestre do ano, o grupo declarou que «a recente revisão em baixa do PIB para Portugal não permite antecipar melhorias significativas no consumo». Nesse sentido, «o consumidor procura qualidade ao mais baixo preço, preferindo marcas que ofe reçam esta proposta de valor. Assim, as empresas Jerónimo Martins manterão a estratégia de reforço da sua competitividade, controlando custo e investindo em preço», foi ainda anunciado.

Devido ao atraso na atribuição de licenças para abertura de nove unidades, «as cadeias de retalho aceleraram o plano de remodelações de lojas, que irá prosseguir durante o segundo semestre». Mesmo assim, recorde-se que o grupo obteve até à data 19 licenças, cinco para a insígnia Pingo Doce e 14 para os hipermercados Feira Nova, onde a aposta recai sobre os médios formatos, dado o desempenho positivo que o conceito vem revelando. O grupo disse ainda que entregou «um número significativo» de pedidos na Direcção-geral da Empresa para a fase de licenciamento de Junho, processo que, espera, deverá estar confluído até final do ano.

No segundo semestre, está prevista a inauguração de um médio formato Feira Nova em Viseu e de mais duas unidades Pingo Doce, as quais provêm ainda das licenças atribuídas mediante o antigo regime de licenciamento comercial. O grupo pensa continuar a evolução durante os próximos meses, mas destacou que a comparação homóloga poderá não ser tão acentuada, na medida em que a performance do segundo semestre de 2004 foi já muito positiva.

Na Polónia, salienta-se um programa de aberturas ainda mais forte durante o segundo semestre, e isto apesar da «envolvente económica estar abaixo das expectativas, com o crescimento do PIB a ser revisto em baixa». O objectivo, claramente, passa por manter intacta a posição de liderança e a distância considerável face ao segundo concorrente, como aliás aconteceu durante os primeiros seis meses do ano.

Ao fechar o primeiro semestre, o parque de lojas do grupo situava-se em 744 unidades Biedronka, 177 Pingo Doce, 28 Feira Nova, dos quais 19 são médios formatos, 32 Recheio e ainda 15 pontos de venda na Madeira, que por razões estratégicas o grupo separa da operação no Continente. Ao nível da área de venda, a insígnia polaca é igualmente líder, com mais de 360.000 m2, seguida da Pingo Doce, com 146.000, e do Feira Nova, com 128.000 m2.