Bebidas

Central em alta

Por a 19 de Setembro de 2005 as 14:00

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A Sociedade Central de Cervejas e Bebidas divulgou o Balanço da Actividade de Marketing/Negócio referente ao 1.º Semestre 2005. A política de inovação e os novos produtos não só foram os responsáveis pelos bons resultados agora apresentados, como permitiram uma inversão de um mercado que se encontrava em decréscimo.

Com o primeiro semestre de 2005 a apresentar um decréscimo de quatro pontos percentuais no mercado nacional de cervejas, a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCCB) conseguiu, através dos seus lançamentos, um aumento de quota de mercado e encurtar a distância para a sua maior “rival”. Os investimentos realizados em inovação provaram ser uma aposta ganha, ao mesmo tempo que a empresa vê os seus novos produtos (Sagres Bohemia, Sagres Zer0% e Luso Fresh) como principais responsáveis pela animação do mercado.

A cerveja Sagres tem neste momento, considerando o on trade e o off trade, uma quota de 37,1% em valor e de 35,1 em volume, em ambos os casos superior em 2,3% às quotas verificadas no final de 2004, divulgou a companhia.

Bohemia e Zer0% invertem tendência

Na distribuição moderna (hipers e supermercados), o mercado registou um crescimento de 1,7% em Abril/Maio 2005, precisamente os meses que se seguiram ao lançamento da Sagres Bohemia e Sagres Zer0%. Sem estes dois produtos, revelam os responsáveis pela empresa com base nos dados fornecidos pela AC Nielsen, o mesmo mercado estaria a perder 2,1% no mesmo período, referindo Nuno Teles, director-geral de marketing, que «a aposta na inovação deu frutos não só para a própria empresa e suas marcas, como também para o mercado em geral e para o próprio país».

A Bohemia e a Zer0% assumiram um papel decisivo para este número. A primeira, um dos grandes sucessos da história da cerveja em Portugal, é já considerada um case study a nível internacional. Lançada em Março de 2005 e com vendas previstas de nove milhões de litros para o exercício, as perspectivas apontam para que esse número seja largamente ultrapassado, pois chega ao final de Junho com cinco milhões de litros já vendidos.

Isto mesmo foi confirmado por Nuno Teles, admitindo que «dado o bom desempenho da Bohemia, os objectivos serão revistos. Um em cada dois clientes coloca à venda a Bohemia, permitindo-nos estar presente em mais de 36 mil postos de venda». Salientado pelo director-geral de marketing da SCCB foram também os seis mil novos pontos de venda na zona Norte, região onde a Sagres, normalmente, não estava presente, pertencendo esta ao domínio da sua rival Unicer.

Doze semanas após o lançamento, a Sagres Bohemia atingiu já uma quota em valor de 4,2% no canal off trade. No seu conjunto, os novos produtos cervejeiros da SCCB foram responsáveis pela introdução de cerca de sete milhões de litros no mercado, desde que foram lançados: Sagres Bohemia cinco milhões de litros e Sagres Zer0% dois milhões de litros.

O mês de Junho de 2005 vai ficar na história da Central, com a empresa a bater um novo recorde de vendas que vinha desde 1997, tendo colocado 33 milhões de litros de cerveja e 28 milhões de litros de água, para os quais contribuíram, mais uma vez de forma decisiva, os novos produtos da SCCB.

Este número representa um acréscimo significativo (seis por cento nas cervejas e 13% nas águas) face ao mês de Junho de 2004, já na altura considerado extraordinário, pois começou com a realização do Rock in Rio e acabou com o Euro 2004, dois momentos de grande consumo de bebidas.

Temperaturas baixas

A reinvenção do conceito de “frescura” foi outro objectivo que levou a Cerveja Sagres a desenvolver e produzir novos equipamentos de refrigeração de modo a oferecer aos consumidores a cerveja mais fresca do mercado. Através da distribuição de 2.500 coolers (“Sagres Icebergs”), num investimento de 1,8 milhões de euros, e colunas Superchilled em pontos de venda de todo o país, a cerveja Sagres deu mais um passo na sua estratégia de inovação, baixando a temperatura para os 3 graus, cerca de metade da temperatura habitual.

O desenvolvimento deste projecto foi decidido depois de vários estudos de mercado terem mostrado que a “frescura” era o segundo atributo mais importante na escolha de uma cerveja – a Inovação é o primeiro – o que levou à criação de soluções técnicas que garantissem a temperatura ideal. Nos pontos de venda encontram-se já disponíveis 1.042 coolers (cerveja em garrafa) que se deverão manter mesmo depois do Verão. No mercado das águas, por sua vez, o 1º semestre de 2005 assistiu à introdução da nova Luso Fresh, com e sem sabores. A Água de Luso lisa mantém uma liderança tranquila, com uma quota em volume de 27,4%, mais 0,2 que no final de 2004.

Com a Luso Fresh a vender até Maio, isto é, em apenas dois meses, cerca de um milhão de litros, ultrapassando assim as previsões que apontavam para 700 mil litros, a água da Central de Cervejas possui já uma quota de 6%, tornando-se deste modo no terceiro player, admitindo os responsáveis que o objectivo passa por «estender a marca Luso e beneficiar, assim, a marca mãe». Aliás, todas estas novidades estão já em fase de expansão internacional, confirmando a aposta por parte da SCCB.