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Azeite com alma alentejana

Por a 1 de Junho de 2006 as 14:00

Azeite com alma alentejana

Um grupo de empresários portugueses resolveu adquirir a Cooperativa dos Olivicultores do Redondo e impulsionar a produção e comercialização da sua marca de azeite. Com alma alentejana, o azeite Azal chegou ao mercado com objectivos ambiciosos: facturar quatro milhões de euros e exportar cerca de 60% da produção dentro de três anos.

A Azal, Azeites do Alentejo é uma empresa recém constituída, de capitais totalmente nacionais, que dá início à sua actividade com a aquisição da Cooperativa dos Olivicultores do Redondo (COR), bem como de todo o passivo existente, calculado em 750 mil euros. Na apresentação do azeite Azal, João Morais e Castro, presidente do conselho de administração da Azal, Azeites do Alentejo, revelou que “a Cooperativa encontrava-se numa situação complicada”, congratulando-se com o facto de, em assembleia-geral, os órgãos sociais responsáveis pela COR tivessem apostado numa “solução de continuidade, optando pela venda da cooperativa, de modo a manter viva uma mais-valia da região do Redondo”.

O formato do projecto desenvolvido pela Azal vem permitir o envolvimento e participação dos olivicultores no negócio da empresa, tornando-os accionistas desta. O processo passa pela transformação do valor total da dívida, aos produtores, em capital social numa percentagem total de dez por cento que ficará reservada aquando do aumento de capital social para um milhão de euros, ainda a realizar este ano. Cada olivicultor ficará assim accionista da empresa, sendo detentor do número de acções correspondente ao valor da referida dívida. A empresa apresenta ainda outra alternativa que passa pela amortização total do valor da dívida através do sistema de pagamento de um acréscimo de cinco cêntimos/kg nas futuras entregas de produção.

Em relação ao investimento a realizar, além do milhão de euros já investidos, os responsáveis pela empresa planeiam aplicar mais 1,2 milhões até ao final de 2006, prevendo uma facturação de 750 mil euros para o presente exercício, calculando a facturação no próximo ano perto dos dois milhões. João Morais e Castro revelou à Hipersuper que o grande objectivo é, em 2009 (“ano cruzeiro”), “obter uma facturação de quatro milhões de euros, dos quais cerca de 60 por cento serão resultado de exportações”, tendo como targets países como os Estados Unidos da América, Canadá, Benelux, Escandinávia e Alemanha, entre outros.

Para impulsionar a comercialização do azeite, a Azal actuará com venda directa em grandes contas, através de uma política de account management, e assegurará a distribuição em pontos de venda tradicionais com a criação de uma rede de distribuidores. A gestão de distribuição incidirá prioritariamente sobre quatro canais: Foodservice, Retalho seleccionado, Retalho especializado e canais adicionais, esperando a empresa desenvolver 300 pontos de venda em Portugal até ao final do ano, “permitindo encarar com optimismo o projecto de desenvolvimento da produção e comercialização de azeites virgens extra com uma boa relação qualidade/preço”. Certa está já a entrada no El Corte Inglés, tanto no espaço comercial como no El Gourmet, de resto uma situação privilegiada pelos responsáveis da empresa que pretendem colocar os azeites em lojas de prestígio, de modo a trazer valor acrescentado à marca e não massificar a comercialização do produto, “até porque não temos ainda capacidade nem produção para o fazer”.

Ofertas com alma

Quanto à oferta que a Azal propõe ao mercado, João Morais e Castro refere que “são cinco experiências com alma alentejana. A Cooperativa tinha estagnado e a partir do lagar nada mais se fazia. A qualidade existia, foi aumentada e apostámos no melhoramento do equipamento de modo a garantir um produto de primeira linha”. A produção actual de 100 mil litros resultou assim em cinco azeites: Azal DOP (azeite de origem protegida, proveniente de lotes seleccionados de azeitonas frescas), Azal Memória (azeite extra-virgem, que resulta de frutos frescos, seleccionados pelo seu estado sanitário e de maturação), Azal Terra (azeite com certificação biológica, proveniente de olivais nos quais se aplicam norma de agricultura biológica e onde não são utilizados produtos químicos, mas sim produtos de origem orgânica), Azal Temperamento (azeite extra-virgem condimentado com louro e flor de sal) e Azal Origem (resultante de uma criteriosa selecção de azeitonas Galega, Cobrançosa e Arbequina).

Os azeites Azal, todos extra virgem, com acidez máxima de 0,7º, apresentam-se em garrafas de vidro de 50 cl e 25 cl, bem como em formatos destinados à restauração – Azal Mesa (com rolha inviolável), e formatos miniatura – Azal Miniaturas 20ml, prevendo-se para breve o alargamento da oferta comercial com produtos afins e relacionados (vinagre e outros produtos tradicionais alentejanos).

Para promover os azeites Azal, o plano de marketing da empresa visa desenvolver importantes vantagens competitivas, centrando-se deste modo nas seguintes actividades consideradas chave no primeiro ano de actividade: desenvolvimento de marca, análise competitiva, packaging, pricing e distribuição. A comunicação far-se-á numa primeira fase através do trade, do packaging e resultante de actividades de relações públicas, centrando-se o plano promocional na animação do ponto de compra, através de acções de amostragem e experimentação/degustação, “tudo para o consumidor “redescobrir” a qualidade de um verdadeiro azeite alentejano”, conclui o presidente do conselho de administração da Azal, Azeites do Alentejo.