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Mais de 60% das empresas não estão preparadas para atingir os seus objetivos de sustentabilidade

Por a 17 de Novembro de 2023 as 18:04
Sustentabilidade

O relatório CEO Sustainability Guide, da Bain & Company, que explora as preocupações de sustentabilidade dos líderes empresariais, dos seus clientes e colaboradores, conclui que mais de 60% das empresas não estão preparadas para atingir os seus objetivos de sustentabilidade.

O relatório, que inclui um inquérito a 23 mil consumidores, revela também que cerca de 64% das pessoas têm uma forte preocupação com a sustentabilidade e avança que este facto intensificou-se nos últimos dois anos, principalmente devido às condições climáticas extremas que ocorrem em diversas partes do globo.

“Os executivos sabem que têm um papel fundamental a desempenhar na transição energética e de recursos, mas estão preocupados com o fosso crescente entre os seus progressos e os compromissos públicos. Existem três alavancas que os CEOs devem priorizar: política, tecnologia e mudanças no comportamento do consumidor.” sublinha François Faelli, sócio e diretor da prática global de Sustentabilidade da Bain & Company, em comunicado.

Este inquérito conclui também que 72% dos consumidores da Geração Z e 68% dos baby boomers em todo o mundo estão muito ou extremamente preocupados com o ambiente (nos casos da Índia, França e Japão, os baby boomers têm um nível de preocupação ainda maior) e que os consumidores procuram produtos sustentáveis ​​e estão dispostos a pagar mais por eles. Os consumidores da Índia, Indonésia, Brasil e China estão dispostos a pagar mais 15% a 20% por produtos sustentáveis. Por sua vez, os consumidores americanos pagariam mais 11%, enquanto que os consumidores do Reino Unido, Itália, Alemanha e França, só estão dispostos a pagar entre mais 8 a 10%.

O CEO Sustainability Guide da Bain & Company acrescenta ainda que existe uma desconexão entre o que os consumidores desejam e o que é vendido. 48% dos consumidores estão preocupados com a forma como um produto pode ser reutilizado, a sua durabilidade e como minimizar os resíduos gerados. Em vez disso, a maioria das empresas baseia a sustentabilidade dos seus produtos em fatores como o fabrico, os ingredientes e as práticas agrícolas adotadas e, por causa disto, quase metade dos consumidores nos mercados desenvolvidos acredita que viver de forma sustentável é demasiado caro, porque confundem “sustentável” com “premium”.

Outra das conclusões é que os consumidores têm dificuldade em identificar produtos sustentáveis ​​e não confiam nas empresas sendo que, para 50% dos consumidores, a sustentabilidade é um dos quatro critérios de compra mais importantes. No entanto, muitos não conseguem identificar os produtos menos poluentes ou compreender o significado dos logótipos de sustentabilidade mais comuns, como os de produção biológica ou comércio justo. A falta de confiança é outro ponto importante, já que apenas 28% dos consumidores acreditam que os produtos desenvolvidos pelas grandes empresas são verdadeiramente sustentáveis.
O estudo revela ainda que 75% dos líderes empresariais acreditam que não têm integrado bem a sustentabilidade nos seus negócios e indica que 63% dos inquiridos acreditam que a sua empresa precisa de novas competências e estratégias para cumprir os objetivos ESG. Além disso, embora quase todos os CEOs tenham relatado ter um problema com o talento, 44% dos entrevistados disseram que é mais fácil encontrar uma oportunidade fora da empresa do que dentro dela.

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