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73% da Geração Z já efetuou pelo menos uma compra com base em algo que viu nas redes sociais

Por a 2 de Agosto de 2023 as 10:34
Jovens redes sociais

A Geração Z está a transformar os hábitos financeiros e de consumo: são nativos digitais, utilizam as redes sociais como ferramenta de decisão, exigem produtos que correspondam aos seus valores e preferências sociais e ambientais e mostram-se preocupados com a sua segurança financeira.

Com base  no o relatório “Generation Z: Shaping the Future of Consumer Trends“, com informações sobre as características, preferências e comportamentos da Geração Z (pessoas nascidas entre meados da década de 1990 e o início da década de 2010) e orientações práticas para empresas e profissionais de marketing que procuram compreender e interagir com este grupo demográfico influente, esta geração, marcada por um nativismo digital, está preparada para revolucionar os setores e impulsionar as tendências de consumo nos próximos anos.

Entre os principais factos e estatísticas do relatório, a Oliver Wyman conclui que a Geração Z é a primeira geração a ter crescido inteiramente na era digital, passam, em média, 10 horas por dia a interagir com conteúdos online e têm uma média de 5 contas em diferentes redes sociais, que utilizam constantemente para descobrir novos produtos, procurar recomendações e interagir com as marcas.

Um novo perfil de consumidor

Estes hábitos traçam um novo perfil de consumidor, uma vez que 73% desta geração já efetuou pelo menos uma compra com base em algo que viu nas redes sociais. A experiência de compra já não se limita à loja física e à aquisição de produtos, embora estas opções também não estejam a ser eliminadas. Os jovens da Geração Z procuram ativamente experiências personalizadas, imersivas e interativas, tanto presenciais como online. 85% dos consumidores da Geração Z preferem gastar o seu dinheiro em experiências do que em bens materiais e 64% compram serviços personalizados através dos seus smartphones.

Além disso, as suas escolhas são mais frequentemente determinadas pelos valores associados a uma ou outra marca, com 88% dos consumidores da Geração Z a acreditarem que as empresas devem ajudar a resolver problemas sociais e ambientais, e 82% a acreditarem que as empresas devem refletir a diversidade do mundo real nas suas campanhas de publicidade e marketing. Pela mesma razão, 75% estão dispostos a pagar mais por produtos e serviços sustentáveis.

Mesmo assim, o preço dos bens e dos serviços é uma grande preocupação para estes jovens. A incerteza e os desafios económicos que enfrentam moldaram uma mentalidade prudente e cautelosa do ponto de vista financeiro. Por esta razão, 51% deles dão prioridade à relação qualidade/preço quando tomam as suas decisões de compra, que, além disso, não são impulsivas, uma vez que o estudo mostra que 67% dos indivíduos desta geração poupam ativamente.

Preocupação com a sua segurança e estabilidade financeiras

Uma das principais conclusões do estudo é que 52% dos indivíduos da Geração Z estão preocupados com a sua segurança e estabilidade financeiras, o que representa mais do dobro da percentagem das gerações mais velhas. Este facto revela uma maior preocupação da Geração Z com a sua saúde financeira.

Além disso, o relatório observa que metade dos investidores em Criptomoedas da Geração Z se identificam como mulheres, o que faz dela a corte mais inclusiva em termos de género na história do investimento. Isso destaca a diversidade e a inclusão dessa geração quando se trata de empresas financeiras.

Outro facto relevante são os 42% dos indivíduos da Geração Z que consideram o dinheiro como um mal necessário para funcionar num mundo capitalista. Isto demonstra uma relação complexa com as finanças, em que reconhecem o papel do dinheiro, mas também o veem com um certo nível de ceticismo.

Apesar desta certa rejeição, 61% dos indivíduos aspiram a criar a sua própria empresa. Estes jovens valorizam a flexibilidade, a independência e o trabalho com objetivos, e 83% veem o empreendedorismo como um importante objetivo na sua carreira.

Em termos de hábitos financeiros, o relatório mostra que 44% da Geração Z (18-25 anos) têm um cartão de crédito. Isto indica um nível notável de envolvimento financeiro, com uma parte significativa já a participar na utilização de cartões de crédito.

Para os especialistas da Oliver Wyman, representa um marco significativo na compreensão desta geração influente. À medida que a Geração Z emerge como uma força importante no panorama do consumo, as empresas devem adaptar-se e adaptar as suas estratégias para se ligarem eficazmente a esta geração digitalmente nativa, orientada para objetivos e diversificada.

Desafio e uma responsabilidade para as empresas e marcas

Além disso, com base nas conclusões do relatório, a Oliver Wyman recomenda uma série de estratégias para as empresas envolverem a Geração Z.

Em primeiro lugar, é essencial reestruturar a oferta de produtos. Os bancos têm de atender às preferências e necessidades específicas da Geração Z, por exemplo, oferecendo interfaces digitais de fácil utilização com funcionalidades inovadoras. Além disso, a criação de produtos para transações de baixo custo ou mesmo sem custos, como os cartões de crédito garantidos, pode ajudar os jovens a criar crédito e a atingir os seus objetivos financeiros.

Outra recomendação crucial é que as empresas tenham uma forte presença nas redes sociais. A Geração Z tem quase o dobro da probabilidade de citar as redes sociais como o impulso para o investimento, em comparação com as gerações mais velhas. Por isso, envolver-se de forma autêntica nas plataformas de redes sociais, onde os membros da Geração Z se reúnem, é crucial para uma comunicação e um envolvimento eficazes.

A ênfase na confiança é vital para as empresas que procuram estabelecer uma ligação com a Geração Z. O relatório revela que estes jovens ainda valorizam as instituições tradicionais e estabelecidas, com quase metade a indicar que confiam nos bancos para cuidar do seu bem-estar financeiro. Criar confiança e cultivar relações com esta geração será fundamental para conquistar o seu negócio, tanto agora como no futuro.

Por último, as empresas devem abraçar a diversidade, ouvindo as diferentes preferências e opiniões de cada década. A Geração Z é heterogénea: com diferentes desejos, necessidades e crenças. Identificar, compreender e satisfazer estas preferências variadas será essencial para servir os diversos perfis que constituem a geração do futuro.

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