Bebidas vegetais recrutam novos consumidores

A estratégia da marca de bebidas vegetais Joya, distribuída pela Equanto, para conquistar os vegetarianos, veganos e flexitarianos em Portugal

As alternativas vegetais ao leite, mercado que está a crescer a duplo dígito nos últimos anos a nível global, representam cerca de 80% do mercado de produtos plant based, de acordo com o estudo “The Green Revolution”, realizado pela Lantern. Em Portugal, as bebidas vegetais representaram, em 2021, cerca de 40 milhões de euros em vendas no retalho, em comparação com os 32 milhões registados em 2019.

“Na sociedade pós-pandemia, a maior consciência pela saúde e bem-estar aliadas à preocupação pela sustentabilidade, levou a uma crescente redução no consumo de produtos de origem animal. Esta tendência traz um foco às bebidas vegetais e restantes alternativas aos lacticínios”, diz Thyfanny Thomal, diretora marketing digital, trade marketing e vendas da Equanto, que comercializa a marca de produtos plant-based Joya, para justificar o crescimento dos alimentos de origem vegetal.

“As vendas continuam com um crescimento constante e a perspetiva é que continuem a crescer ano após ano, com a entrada de novos consumidores na categoria”, sublinha a responsável, adiantando que os best sellers das bebidas vegetais são que incluem na sua base amêndoa, soja, aveia, coco e arroz. Nota-se agora “uma crescente procura por bebidas vegetais com formulações mais ‘clean label’, sem aditivos e com baixo teor de açúcar”, adianta.

Em 2023, espera-se que o mercado de bebidas vegetais continue a crescer e a diversificar-se através do lançamento de novos produtos para atender à crescente procura por alternativas mais saudáveis e sustentáveis aos laticínios”, prevê Thyfanny Thomal.

As bebidas vegetais são consumidas por pessoas intolerantes à lactose (que, segundo a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, corresponde a um terço da população portuguesa) ou alérgicas à proteína animal, que seguem dietas veganas ou vegetarianas ou apenas preocupadas com bem-estar animal e com a saúde.

Entre os atributos mais valorizados pelos consumidores nas bebidas vegetais destacam-se o sabor, o valor nutricional, a ausência de alergénios, a sustentabilidade e o preço. “A qualidade e o sabor das bebidas vegetais são muito importantes para os consumidores. Devem ter um sabor agradável, textura suave e cremosa”, explica a gestora da Equanto, acrescentando que o consumidor procura “uma oferta com valor nutricional acrescido, através da fortificação das bebidas vegetais com nutrientes (proteína), minerais (cálcio) ou vitaminas e sem adição de açúcares”.

A preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade também está a aumentar junto dos consumidores e bebidas vegetais “podem ser vistas como uma opção mais sustentável do que o leite de vaca, estando dispostos a pagar um pouco mais por bebidas vegetais de alta qualidade”, acrescenta.

A marca Joya disponibiliza um portefólio de produtos plant-based biológicos e convencionais. “O objetivo da marca é tornar os produtos de base vegetal numa parte vital da nossa nutrição diária”, conta Thyfanny Thomal, indicando, sem levantar a ponta do véu, que a marca irá lançar novidades ao longo deste ano.

Para fazer crescer a marca, a estratégia da Equanto assenta na divulgação junto dos consumidores dos benefícios destes produtos, através de degustações, parceiras estratégicas, campanhas digitais e promoções, avança a diretora de marketing, sublinhado que a chave para aumentar o consumo passa por oferecer “produtos de alta qualidade que atendam às necessidades dos consumidores e promovê-los de forma eficaz através de uma estratégia de marketing inteligente e ações de apoio, que complementam a comunicação do produto”.

A marca encontra oportunidade de crescimento junto de consumidores preocupados com a saúde e com o bem-estar do planeta, sem abdicar do sabor natural dos produtos. “Além dos vegetarianos e veganos, pretendemos chegar aos consumidores que ainda não fizeram uma substituição definitiva para produtos plant-based mas procuram aumentar o consumo de alternativas vegetais no seu dia-a-dia – os flexitarianos”, termina a gestora.