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Resiliência ganha papel principal na cadeia de abastecimento

Por a 13 de Dezembro de 2022 as 14:24

Novo armazém automatizado_robóticaA garantia de resiliência na cadeia de abastecimento está a assumir um papel central na transformação logística. A sustentabilidade, a tecnologia (digitalização) e a política do capital humano como o ativo mais importante, também

 

Se, no ano passado, a sustentabilidade era a palavra-chave quando o tema era inovação na indústria logística, em 2022, a resiliência das cadeias de abastecimento subiu ao topo das prioridades dos gestores das empresas de logística e transporte. “A garantia de resiliência na cadeia de abastecimento está a assumir um papel central na transformação logística”, confirma a sexta edição do estudo “Radar de tendências logísticas” da DHL. “Os acontecimentos dos dois últimos anos [pandemia, guerra da Rússia na Ucrânia, catástrofes naturais] mostraram-nos a importância de ter cadeias de abastecimento e logísticas robustas”, considera Katja Busch, CCO (Chief Commercial Officer) da multinacional norte-americana, acrescentando que as empresas que constituem esta fileira estão “a transformar a logística, que antes era uma operação tranquila e de bastidores, num ativo estratégico e de valor”.

Entre as empresas inquiridas pela DHL, 76% estão a planear efetuar mudanças significativas na sua base de fornecedores nos próximos dois anos para garantir a resiliência da cadeia de fornecimento. Katja Busch dá exemplos de como isto pode ser feito. “A parceria com múltiplos fornecedores concorrentes (multisourcing) e a seleção de fornecedores em mais ou em diferentes países ou regiões (multishoring), são algumas das estratégias que as organizações podem a adotar” para dotarem as organizações, além de resiliência, de agilidade, capacidade de resposta e competitividade.

Por outro lado, já se sabe, a transparência é uma regra de ouro na construção de cadeias de abastecimento resilientes. E é neste contexto que se destacam tecnologias como o big data (análise de grandes quantidades de dados, identificação de padrões e mudanças em tempo real, e criação de modelos preditivos) e as soluções de digital twins (permitem reforçar procedimentos de manutenção preditiva, reduzindo de forma significativa as avarias industriais, por exemplo).

Para ajudar na automação e produtividade, as empresas estão a investir em robôs móveis (movem mercadorias de um ponto para o outro e ajudam na carga e descarga de mercadorias e na limpeza das instalações, por exemplo) e em robôs estacionários (podem ser estrategicamente colocados em armazéns para automatizar processos). “No futuro será impossível imaginar uma logística sem processos automatizados que não inclua robôs colaborativos”, aponta Katja Busch.

Com a automação a desempenhar um papel cada vez mais importante na cadeia de abastecimento, a ABI Research estima que, a nível global, os robots móveis nos armazéns irão crescer cerca de 40% entre 2021 e 2030, sendo responsáveis por mais de 500 mil envios globais em oito anos.

Recentemente, o grupo BÖWE, fornecedor de tecnologia integrada de automação com sede na Alemanha e presente em Portugal há mais de 40 anos, anunciou um investimento de 8,2 milhões de dólares (7,9 milhões de euros) na MOV.AI, startup que nasceu com a missão de revolucionar o mercado de robots móveis autónomos.

Apesar de passar a desempenhar o papel de ator secundário, a sustentabilidade continua a ter um peso importante na transformação das cadeias logísticas, este ano com maior preponderância de projetos ligados à descarbonização, soluções de energia alternativas e circularidade.

A visão sobre o capital humano nas indústrias logísticas também está a mudar. Os trabalhadores são encarados cada vez mais com o ativo mais importante das organizações e o desenvolvimento de competências e a retenção de talento são prioridades para os líderes das cadeias de abastecimento.

Tecnologia (digitalização), sustentabilidade e recursos humanos são, assim, os grandes motores de transformação da indústria logística.

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