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Categoria de pet food está a perder fulgor em 2017

Por a 2 de Outubro de 2017 as 12:26

A categoria de pet food está a perder fulgor em 2017. Sem conseguir recrutar novos lares com presença de animais de estimação, os alimentos para os amigos de quatro patas estão menos presentes nas cestas de compra do que há um ano

 

Por Verónica Llopis, Senior Client Executive da Kantar Worldpanel

No ano de 2017 verificam-se algumas dificuldades para a categoria de pet food, com 53.5% dos lares portugueses a comprarem pelo menos uma vez alimentação para cães e gatos, no último ano móvel (52 semanas a terminar em 18 de junho de 2017), embora sem conseguir conquistar mais lares com presença de animais, face ao mesmo período do ano passado.

O comportamento de compra da categoria perde intensidade nas cestas e, embora o shopper vá mais vezes à loja à procura destes alimentos, quando compra gasta menos dinheiro e enche menos a cesta do que há um ano.

Mais de metade dos lares nacionais compra Pet Food

Mais de metade dos lares nacionais compra pet food

Os lares portugueses estão menos dedicados à compra da categoria, embora o shopper se tenha tornado mais repetidor. Esta repetição de compra é impulsionada sobretudo pelo segmento “Seco”, que continua a ser a opção principal na alimentação dos animais de estimação dos portugueses, chegando a 89.8% dos lares com presença de animais.

No entanto, é o segmento “Húmido” que se torna mais atrativo, entrando em mais lares no último ano móvel e reforçando uma maior intensidade de compra.

Por outro lado, “Snacks” perde dinamismo. Se há um ano se falava deste segmento como sendo chave para o desenvolvimento da categoria, em 2017 esta categoria perde atratividade e não consegue entrar em mais lares com presença de animais. Mesmo assim, não podemos esquecer que, devido ao seu nível de preço médio mais elevado, continua a ser o segmento mais valorizado e capaz de desenvolver positivamente o gasto por ato de compra.

Segmento gato mais atrativo e valorizado

Estamos a falar de uma categoria onde a atratividade encontra-se estabilizada e, embora a preferência pelos cães (70.6%) continue, é o segmento gato que consegue conquistar mais lares portugueses (64.7%) neste último ano móvel.

Se, de uma forma geral, o perfil de lares com cão segue o mesmo padrão do perfil do lar português com presença de animais de estimação, ou seja, pessoas maiores de 35 anos, de classe social alta, lares pequenos (1-2 pessoas) e sem presença de crianças, quando olhamos para lares com gato encontramos algumas diferenças. Quase de forma transversal, todos os diferentes targets contribuem para o desenvolvimento da atratividade do segmento de gato. Isto é, apenas os mais jovens e os lares com presença de crianças até aos cinco anos não contribuem para o desenvolvimento de compradores do segmento gato.

Esta maior atratividade do segmento gato é benéfica para a categoria e para os principais fabricantes, em termos de valor. Se para cão o segmento mais económico continua a ganhar força (representa quase 70% do valor) quando falamos de gato é o segmento “Super Premium” que continua a ganhar espaço e já representa um quarto da quota de mercado em valor em gato.

2017, o momento da verdade para fabricantes

Os fabricantes podem encontrar no segmento gato a sua oportunidade de gerar valor num entorno onde as marcas de distribuição conseguem alargar e fidelizar a sua clientela. O dinamismo de algumas insígnias de FMCG (Fast Moving Consumer Goods), com incríveis esforços no desenvolvimento das suas marcas próprias, tornando-as também marcas premium e, por isso, gerando confiança nos consumidores, também chegou a pet food.

Isto significa uma barreira ao desenvolvimento de marcas de fabricantes na distribuição moderna, tendo em conta que o shopper português está mais dedicado a fazer as compras de alimentação de animais nestas superfícies, onde a marcas próprias estão a ser bem-sucedidas.

Os fabricantes podem encontrar o seu potencial no canal especializado, já que, ao contrário da grande distribuição, consegue alargar a sua base de compradores versus há um ano e desenvolve um shopper mais dedicado: mais frequente nas suas compras, que enche mais as cestas e gasta mais dinheiro nestas lojas.

Pet Shops&Clinicas versus Distribuição ModernaLojas Especializadas versus Moderna Distribuição

Alargando o olhar para além da performance positiva que as lojas especializadas estão a ter, a verdade é que a grande distribuição continua a liderar a procura de pet food pelos portugueses. A conveniência, que pode incluir estes produtos juntamente com o resto das compras do lar, o nível promocional que estas superfícies costumam oferecer e o desenvolvimento das marcas de distribuição como mais gourmet, fazem com que seja realmente difícil que estas lojas possam competir com a grande distribuição.

Este cenário leva a que fabricantes tenham de reforçar as estratégias para as suas linhas de produto e criar argumentos, não só através da qualidade e da inovação, para mostrarem às grandes superfícies o que podem ganhar com eles e construírem assim a chave do sucesso conjunto.

Isto irá ser muito importante para o futuro desenvolvimento da categoria, onde atualmente a distribuição moderna, com foco nas marcas próprias, não consegue conquistar mais lares, nem tornar o comprador de pet food mais intensivo.

 

 

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