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O fim da fila de espera, por Pedro Fernandes (Edigma)

Por a 2 de Setembro de 2013 as 9:45

Por Pedro Fernandes, Marketing Manager da Edigma

“Após um rápido exercício de avaliação, M. decidiu-se pela fila do corredor 14. Cinco clientes, todos de cestinho, pareceu-lhe ser a melhor aposta. Fixou o lugar em que entraria nas filas mais próximas, para posterior comparação. O casal que estava neste momento a pagar, outrora apressados, apresentam agora toda a calma do Mundo a procurar os cupões de desconto. A jovem imediatamente à frente na fila consulta o seu smartphone, absorta ao que se passa em seu redor. O cliente seguinte, um rapaz na casa dos 20, alterna entre um pé e outro, enquanto aguarda impacientemente que a fila avance uns míseros centímetros. M. espreita o relógio, suspira e reflecte sobre o absurdo de ter que esperar para dar o seu dinheiro a alguém”.

Qualquer semelhança entre este exercício de ficção e a realidade não é uma mera coincidência e é da exclusiva responsabilidade das empresas de distribuição.

A parte da ida ao supermercado que mais me custa é precisamente a parte final, o pagamento. Seria expectável que me custasse mais o calcorrear de corredores, de ter que procurar e carregar os produtos que quero comprar. Mas não! Aguento bem com isso. É mesmo a parte final, relativa ao pagamento. E poder-se-ia achar que me refiro ao facto de o meu poder de comprar mirrar a cada visita ao supermercado. Mas não! Também não é a isso que me refiro. O que me custa, me enfada e me chega a irritar profundamente é mesmo ter que ficar largos minutos à espera para “dar” o meu dinheiro a alguém. Eu vou dar-vos o meu dinheiro e ainda tenho que esperar?

Eventualmente existirá algum Universo alternativo onde isto faça sentido. Mas neste garantidamente não. Em 1969, a Humanidade colocou um homem na Lua. Em 2013, temos que esperar em fila para pagar a carne e o peixe.

Tenho alguma dificuldade em compreender esta realidade. Serei o único a achar que esperar na fila é um cenário muito mais típico do período Romano do que do séc. XXI? Por vezes, dou comigo a perscrutar a filas vizinhas, na expectativa de avistar o Assuracentourix ou o Panoramix.

Recentemente descobri o IQUODRIVE. Com este sistema, o cliente faz a sua lista de compras online e indica a que horas vai passar pelo ponto Iquodrive. Quando lá chega pára o carro num quiosque para fazer check-in, efectua o pagamento e recebe indicação do lugar de estacionamento que deve ocupar. Em segundos um funcionário vem trazer-lhe as compras ao carro.

Serei o único a achar que isto é um cenário muito mais típico do Séc. XXI do que as actuais filas nos supermercados?

A realidade é que hoje em dia o consumidor está muito mais exigente. E ficar cinco minutos à espera na fila do supermercado para pagar deixou de ser aceitável. As empresas de distribuição têm de escolher entre encarar este problema de frente e resolvê-lo ou assistir à debandada dos consumidores para outras paragens. E-bay, Walmart ou Amazon são apenas alguns exemplos de empresas que estão a desenvolver programas de “same day delivery”. Até a própria Google tem um programa de same day delivery, que permite que o consumidor procure um produto no Google, o compre e este é-lhe entregue no mesmo dia. Mais simples do que isto não podia ser! Claro que ainda há algumas arestas a limar até que estes programas sejam implementados a uma escala maior. Uma das grandes dificuldades prende-se com a logística associada ao transporte das encomendas e à quantidade de pessoas necessárias. Se ao menos houvesse carros que se conduzem sozinhos…Mas esperem… O Google também já resolveu esse problema! Bem-vindos ao futuro! Adeus período Romano, olá Séc. XXI!

Pedro Fernandes – Edigma

Twitter: @buildinglfstyls

 

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