Destaque

Comércio de Rua rivaliza com centros comerciais na captação de lojistas internacionais

Por a 15 de Julho de 2011 as 11:35

O mercado de rua tem vindo a conquistar protagonismo nos últimos dois anos, competindo, actualmente, com os centros comerciais na captação de lojistas internacionais.

É, por isso, encarado, por grande parte dos operadores de retalho, como uma alternativa de topo e uma oportunidade para a expansão das suas marcas em Portugal, conclui o mais recente estudo da Jones Lang LaSalle Portugal dedicado ao comércio de rua.

Denominado “De Volta à Rua”, o documento analisa o mercado de retalho neste segmento, com enfoque em Lisboa e Porto, apresentando as principais ruas comerciais de ambas as cidades, as lojas mais emblemáticas e tradicionais, mas também os lojistas mais recentes, além de esquematizar, de forma inédita, a oferta comercial presente nas principais artérias da capital, assim como os valores de renda.

“O comércio de rua está de volta e está na moda. Apesar da assumida dificuldade em se afirmar face aos centros comerciais, novas tendências de consumo estão a surgir, uma nova consciência e geração de consumidores procuram agora no comércio de rua uma lufada de ar fresco”, afirma Pedro Lancastre, Diretor-Geral da Jones Lang LaSalle Portugal.

“A oferta massificada dos centros comerciais está a encontrar um concorrente mais forte no comércio de rua, com as marcas internacionais a olharem para Portugal como um destino de expansão para as suas lojas neste formato. Também os lojistas nacionais e os internacionais já com presença em Portugal, encaram este tipo de comércio como uma oportunidade de alargar a sua rede comercial, pelo que, nos últimos dois anos, este formato tem demonstrado um dinamismo crescente, revelando um enorme potencial de crescimento, tendo em conta a sua capacidade de se moldar às necessidades atuais dos consumidores com uma oferta especializada e apelativa”, acrescenta, por sua vez, Patrícia Araújo, Diretora do Departamento de Retail Leasing da Jones Lang LaSalle.

 

Chiado é referência

As rendas praticadas no comércio de rua na Europa são prova da vitalidade deste formato, com o valor mais elevado a ser praticado em Londres, no eixo da New Bond Street, em torno dos 8.000€/m2/ano, um valor seguido de perto por Paris (7.000 €/m2/ano) e Milão (6.800€/m2/ano), que, em conjunto, ocupam o Top 3 europeu. Lisboa surge nesta tabela, que considera 32 cidades da Europa, no penúltimo lugar, com o Chiado a constituir-se como a localização de referência, com uma renda prime de 900€/m2/ano.

De acordo com a Jones Lang LaSalle, o Chiado tem sido uma das mais dinâmicas na revitalização do comércio de rua, acolhendo mesmo as principais aberturas ocorridas em 2010 neste formato na cidade de Lisboa, incluindo Nespresso, Custo Barcelona, Miss Sixty, Apple, Koni Store, Filthy Rich, MUJI ou a Voa. Muitas destas marcas, iniciam, com estas lojas, a sua atividade em Portugal e outras, abrem, pela primeira vez, espaços de rua no nosso País, apesar de estarem já presentes noutros formatos.

A Avenida da Liberdade, com valores de renda prime na ordem dos 840€/m2/ano, é outro dos eixos mais prestigiados do comércio de rua lisboeta, com insígnias como a Prada a selecionarem esta artéria para assinalar a sua entrada no mercado português. Marcas como Dolce & Gabbana, Emporio Armani,Burberry, Louis Vuitton, Mont Blanc, Carolina Herrera, Fly London ou Boss, são insígnias também presentes na oferta da principal avenida da cidade de Lisboa.

No Porto, emergem diversos conceitos inovadores, quer na área da moda quer nas áreas de mobiliário, design e restauração, com uma aposta em espaços originais e multifuncionais, atraindo uma massa crítica de consumidores significativa. Não obstante, o Porto é ainda marcadamente dominado pelo presença de lojistas independentes e tradicionais, com uma oferta menos qualificada face aos operadores internacionais. Na Invicta, os principais eixos de comércio são a Baixa, com as ruas de Santa Catarina e Sá da Bandeira a destacarem-se; e a Avenida da Boavista, que tem um prestígio associado à sua localização e a algumas marcas aí presentes, como Fashion Clinic, Purificacion Garcia, Hugo Boss Ermenegildo Zegna ou Nespresso.

“A adopção de novas ideias dinamizadoras e a intervenção das entidades públicas, quer na questão da reabilitação urbana e do arrendamento, quer na questão da vivência e facilidades urbanas, são determinantes”, remata Patrícia Araújo.

 

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *