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Azeite, uma questão de preço

Por a 17 de Dezembro de 2009 as 5:29

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De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, o consumo de azeite quase duplicou entre 1990 e 2003 em Portugal, situação que tem muito a ver com campanhas a favor do azeite, por este ser considerado uma das gorduras mais saudáveis. É, inclusive, aconselhado, cada vez mais, por nutricionistas por ter um papel fundamental na dieta mediterrânica.

Considerando apenas o consumo de azeito nos Lares de Portugal Continental, verificamos que no período de YTD P10 09 (a terminar a 10 de Outubro) a categoria de “azeite embalado” teve um decrescimento de 16,4%, face ao mesmo período de 2008 e em volume também perdeu cerca de 1%. No primeiro caso, a grande quebra do preço médio por litro, ajudou às perdas da categoria, tendência que se vem verificando desde o ano passado e no segundo caso, embora 1% não seja significativo e a categoria tenha mantido praticamente o mesmo número de compradores, houve menos actos de compra de “azeite embalado”. Dos diversos tipos de azeite, o “azeite refinado” foi o único que cresceu em volume (6,6%), ainda que tenha perdido bastante em valor, mas devido à grande quebra do preço médio, já que conseguiu atrair mais compradores, que no mesmo período do ano passado, e por ter havido um grande aumento da quantidade comprada por acto. Esta situação não é de estranhar, já que é o tipo de azeite que tem o preço médio por litro mais barato e foi também aquele onde houve uma maior redução do preço. Num contexto de crise, os lares optaram, claramente, por adquirir azeite mais barato.

No que diz respeito aos formatos, verifica-se que há um aumento pela procura de embalagens maiores, o que prova, como foi dito anteriormente, que os lares compram mais azeite, cada vez que vão às compras. O formato de 0,75 Lts. perdeu quase 10 pp, face ao mesmo período do ano passado, pontos percentuais esses que foram directamente para o formatos de 1 Lts e de 3 Lts. Ainda assim, as embalagens de 0,75 Lts. continuam a dominar o mercado com 48,2% de quota em volume. O formato de 1 Lts passou de 13,7% no YTD de P10 08, para 21,75%, no YTD P10 09. O formato de 3 Lts. também aumentou a sua quota, embora tenha sido apenas mais 1,9 pp.

O “azeite virgem extra”, tal como no ano passado, continua a ser o segmento líder, com 55,6% de quota em volume, seguido do “azeite refinado” com uma quota 40,8%. O “azeite virgem” continua a sua escalada descendente (tendência que já vem de 2008), passando de uma quota de 5,2% em volume no YTD P10 de 2008, para uma quota de 3,3%, no YTD P10 de 2009. O “azeite aromatizado”, não tem muita expressão.

No total de “azeite embalado”, as MDD’s (Marcas da Distribuição) conseguiram aproximar-se das Marcas de Fabricantes, neste período, tendo 48,2% de quota em volume. As MDD’s ganharam 6,2 pp (pontos percentuais) de quota em volume às Marcas de Fabricantes. (ver gráfico N.º 2) 94% do crescimento das MDD’s foi impulsionado pelas marcas de primeiro preço, que correspondem à MDD mais barata de uma determinada insígnia. No entanto, se analisarmos o segmento mais importante para a categoria – “azeite virgem extra” – o desequilíbrio é maior entre MDD’s e MDF’s. Com efeito, as Marcas de Fabricantes têm uma quota em volume de 61,8%, mantendo praticamente o mesmo valor de quota que o ano passado.

O Lidl reforçou a sua liderança em “azeite embalado”, passando de uma quota em volume de 18,1% para 20%. Modelo e Pingo Doce, embora estejam em quarto e sexto lugar em termos de quotas, respectivamente, foram as insígnias que mais quota de mercado ganharam. O Modelo ganhou 2,5 pp e o Pingo Doce ganhou 3,1 pp, muito pela reconversão das lojas Feira Nova em lojas Pingo Doce. O Continente é a segunda insígnia mais importante para a categoria, com um quota em volume de 17%.

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