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Investimento em imobiliário industrial cai 50% no 1.º semestre de 2009 na Europa

Por a 22 de Outubro de 2009 as 2:00

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O investimento directo em imobiliário industrial na Europa ascendeu a €2,2 biliões na primeira metade de 2009, reflectindo um decréscimo de 45% face ao semestre anterior e 50% face ao período homólogo de 2008, revela a Jones Lang LaSalle no seu mais recente European Industrial Markets Autumn 2009.

Chris Staveley, director da equipa de Pan European Capital Markets da Jones Lang LaSalle, refere que, “apesar da actividade de investimento ter sido fraca na primeira metade do ano, os volumes de investimento estabilizaram no segundo trimestre e foi notória uma recuperação do sentimento de confiança dos investidores, aliás bastante mais positiva do que à partida revelam os volumes de transacção. Ainda que a recuperação total esteja dependente dos mercados de financiamento e da actividade de ocupação, que deverão manter-se fracos nos próximos tempos, prevemos que os volumes de transacção devam continuar a registar melhorias, com o interesse dos investidores centrado num leque mais restrito de activos prime em mercados fortes”.

O mercado industrial do Reino Unido, devido, sobretudo, à forte correcção de preços iniciada no final de 2007, registou um crescimento importante da sua quota no total do investimento europeu, contabilizando cerca de metade dos volumes investidos em activos industriais na primeira metade do ano. Os principais mercados da Europa Ocidental, por outro lado, registaram apenas 750 milhões de euros transaccionados, reflectindo uma queda de 61% face ao período homólogo de 2008 e de 40% face ao semestre anterior. A maior queda ocorreu na Alemanha, onde esses decréscimos foram de, respectivamente, 80% face ao mesmo período de 2008 e de 86% relativamente ao último semestre.

As conclusões do relatório da Jones Lang LaSalle sugerem ainda que as yields no imobiliário industrial parecem estar prestes a estabilizar. No 2.º trimestre de 2009, a média ponderada da yield prime do mercado industrial na Europa fixou-se nos 8%. Depois de aumentos de 60 pontos base no 4.º trimestre de 2008 e de 40 pontos base no 1.º trimestre de 2009, a taxa de crescimento continuou a abrandar no 2.º trimestre deste ano, fixando-se em 30 pontos base.

A absorção total nos mercados europeus de imobiliário logístico abrangidos pelo relatório da Jones Lang LaSalle ascendeu a 4,7 milhões de m² no 1.º semestre de 2009, cerca de 29% abaixo do semestre anterior e 36% abaixo do período homólogo de 2008.

“Dada a redução da procura de espaços e a dificuldade das condições de financiamento, a actividade de promoção, por seu turno, acabou também por decrescer significativamente nos últimos 12 meses”. Ainda assim, de acordo com a Jones Lang LaSalle, no 1.º semestre de 2009 foram concluídos 3,6 milhões de m² de novos projectos industriais e logísticos, apenas 25% menos do que no período homólogo.

Alexandra Tornow, directora de Research para Industrial & Logistics na região EMEA, admite que, “apesar das condições de concessão de crédito começarem agora a ser menos restritas, a promoção de imobiliário industrial continua a ser prejudicada pelos constrangimentos financeiros, esperando-se também que os níveis de procura se mantenham limitados pelo menos nos próximos 12 a 18 meses, o que irá restringir significativamente o número de novas obras iniciadas”.

“Contudo, esperamos que condições de ocupação mais favoráveis possam originar uma maior dinâmica da procura em 2010, à medida que muitas empresas estarão dispostas a assegurar espaços que anteriormente não consideraram devido ao elevado preço. Além disso, com sinais crescentes de uma melhoria nas perspectivas de crescimento do PIB e com um forte crescimento desse indicador já em 2011, o que levará a um aumento das trocas de comércio internacional, os espaços disponíveis nos mercados prime poderão ser absorvidos rapidamente. Os promotores demorarão algum tempo a reagir a esta procura crescente, pelo que uma limitada actividade de promoção poderá levar a uma escassez de oferta a curto-prazo em 2011”, conclui a responsável.

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