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Investimento em imobiliário de retalho cresce 85% na Europa Continental

Por a 6 de Agosto de 2009 as 2:00

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O investimento directo em imobiliário de retalho na Europa Continental cresceu cerca de 85% no 2.º trimestre de 2009, face ao trimestre anterior, concluem os dados do mais recente relatório divulgado pela Jones Lang LaSalle. Esta performance foi fortemente influenciada pelo aumento da dimensão dos negócios e não pelo número de operações registadas, que ascenderam a um total de 38 no 2.º trimestre (apenas mais 5 dos que as 33 concluídas nos primeiros três meses do ano).

O volume transaccionado neste mercado no 2.º trimestre foi de cerca de 1,9 mil milhões de euros, quase o dobro dos mil milhões no 1.º trimestre. A performance semestral totaliza, assim, perto de 3 mil milhões de euros, um volume próximo do negociado em igual período de 2004. Contudo, o 1.º semestre de 2009 continuou a apresentar uma performance cerca de 63% abaixo do período homólogo, apesar dos inúmeros negócios de grande dimensão que se realizaram, incluindo 9 operações de mais de 100 milhões de euros.

Jeremy Eddy, director principal do European Retail Capital Markets da Jones Lang LaSalle, refere que “um dos denominadores comuns de grande parte das transacções de investimento em retalho realizadas em 2009 é a disponibilidade de financiamento estruturado ou disponibilizado pelo vendedor ao comprador. Com o crédito a continuar extremamente restritivo em muitos mercados europeus, a disponibilidade de financiamento através do vendedor permitiu que muitos destes negócios de grande dimensão pudessem realizar-se”.

O mesmo responsável acrescenta que “as perspectivas para o investimento em imobiliário de retalho na Europa Continental durante o 2º semestre permanecem dominadas pela cautela. As transacções iniciadas em activos com dificuldades não são muito expressivas e as avaliações anuais intermédias não resultaram ainda em liquidez significativa. Contudo, diversas transacções desta natureza foram recentemente concluídas ou estão em negociação, particularmente na Alemanha, e acreditamos que continuará a verificar-se um forte interesse no stock de qualidade superior”.

No que respeita o mercado português, Pedro Lancastre, director de Capital Markets da Jones Lang LaSalle (Portugal), admite que “tal como nos outros sectores, têm sido escassas as operações de investimento a nível de retalho. Além da venda dos dois supermercados arrendados ao Pingo Doce não temos conhecimento de mais nenhuma operação neste sector. Acreditamos, contudo, que até ao fim do ano deva ser concretizada, pelo menos, uma grande operação. Apesar da crise são inúmeros os investidores internacionais que analisam atentamente algumas oportunidades de investimento que estão no mercado e muitos têm visitado o nosso País para conhecer alguns dos centros comerciais da Europa com melhor performance”.

À semelhança do 1º trimestre, no 2º trimestre de 2009, a Europa Ocidental concentrou a maior parte do volume de investimento em retalho (95%), verificando-se uma actividade muito limitada na Europa Central e de Leste, à medida que os investidores preferiram focar-se nos mercados domésticos e nos mercados europeus core.

Os cinco principais mercados da Europa dominaram o investimento em retalho na primeira metade do ano, tal como a Jones Lang LaSalle previra no seu relatório “Big Five”, divulgado no Mapic em Novembro passado. A França e a Espanha registaram as suas primeiras transacções em 2009 já durante o 2.º trimestre, depois de um primeiro trimestre sem registo de operações, e tornaram-se mesmo nos mercados mais activos do 2.º trimestre, com a França a movimentar 693 milhões de euros e a Espanha 360 milhões de euros.

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