Não Alimentar

Embalagens que vendem por si

Por a 3 de Abril de 2009 as 5:38


embalagem.jpg
Há muito que a embalagem deixou de ser um simples protector dos alimentos. Atentos às suas potencialidades, os marketeers estão a desenvolver produtos mais atractivos para conquistar os consumidores.

A quebra do rendimento das famílias portuguesas está a provocar alterações significativas nos hábitos de consumo. Palavras como retracção e poupança estão na ordem do dia. Mas estas mudanças contribuem para gerar novas oportunidades de negócio para os empresários. É este o caso dos fabricantes nacionais de embalagens que de olhos postos na Distribuição Moderna apostam em embalagens mais vocacionadas para a actual situação económica. A crise ainda não atingiu este canal de distribuição, em particular as áreas de alimentação e bebidas, e o sector está a aproveitar para inovar ao mesmo tempo que desenvolve estratégias para atrair o consumidor. Enquanto o Horeca reporta quebras acentuadas no volume de negócio, os retalhistas anunciam vendas superiores nestes dois sectores de actividade . “A transferência de consumo do on-trade para o off-trade pode beneficiar as embalagens sem retorno e, desta forma, a indústria de embalagens”, explicou ao Hipersuper Pedro Lopes, administrador da BA Vidro.

A retracção no consumo está a conferir ainda vitalidade às embalagens de pequeno formato ou de grande dimensão – sublinha o responsável – em detrimento das capacidades intermédias.

Desta forma, o investimento em embalagens inovadoras, que se diferenciem e saltem à vista nos escaparates da loja, reveste-se de maior importância nos orçamentos de marketing. Até porque as embalagens são verdadeiros instrumentos ao serviço das empresas para impulsionar as vendas. “Através das embalagens, os produtos têm várias formas de influenciar os cinco sentidos, e mesmo o sexto sentido, o subconsciente. Imagem, forma, cor, material, som, cheiro e posição, são factores que influenciam a escolha dos produtos. Colocar uma mensagem na embalagem custa consideravelmente menos que investir em anúncios de imprensa, televisão ou Internet, e chega a muitos mais consumidores”, destaca Vera Norte, directora de comunicação da Tetra Pak Ibéria.

Embalagem do futuro
Desenvolver embalagens inteligentes tem sido um dos principais desafios da indústria. Mas, afinal, o caracteriza estas embalagens? “São fiáveis, seguras, cómodas e respeitam o meio ambiente. Além das características de abertura fácil e fecho da embalagem depois de aberta, a inovação passa pela garantia de rastreabilidade dos produtos alimentares. A embalagem do futuro é activa e inteligente, capaz de, por exemplo, indicar a origem do produto, alterar a natureza de uma mistura de gases, indicar uma interrupção na cadeia de frio ou a proximidade da data de validade, além ser compatível com o microondas e/ou forno”, sublinha Ana Borrás, retail manager na Península Ibérica da Sealed Air Cryovac.

A preferência pelo formato, design ou informação a disponibilizar, depende, antes de mais, do consumidor. Assim, podem destacar-se três perfis, segundo Ana Borras.

“Os adolescentes preferem embalagens com design gráfico atrevido, de materiais mais ecológicos, cómodas para transportar, com sistemas de fecho e formatos unitários e, além disso, apreciam a transmissão da ideia de produto saudável e natural. Por sua vez, as donas de casa, apostam em embalagens que já conhecem, com informação relativa a produtos saudáveis. Além disso, precisam de ter disponíveis vários formatos que respondam às necessidade das diferentes dimensões dos lares. Por último, os consumidores de terceira idade privilegiam embalagens mais pequenas, com informação sobre o conteúdo visível de forma muito clara e sistemas de abertura simples e limpos”.

Refrigerantes aumentam consumo de latas
O consumo de refrigerantes em lata está a aumentar em Portugal. Em 2008, este segmento cresceu 11,3% face ao ano anterior e registou vendas de 505 milhões de euros, segundo dados da Associação Ibérica de Latas de Bebidas (ALB). No entanto, as cervejas em lata diminuíram as vendas em 17,7% para 116 milhões de euros.

Quanto à reciclagem das embalagens de aço, subiu 7% em 2008 para 243.363 toneladas, de acordo com a Sociedade Ponto Verde.

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *