Feiras

‘Feiras rotineiras estão condenadas’ diz director-geral da FIL

Por a 6 de Fevereiro de 2009 as 2:00

alimentaria

Num almoço com a imprensa especializada portuguesa, Javier Galiana, director-geral da Feira Internacional de Lisboa (FIL), admitiu que a Alimentaria Lisboa está em transformação. “A Alimentaria de Lisboa não podia continuar como estava, com pena de poder terminar”, salientando que “as feiras rotineiras estão condenadas. Temos de oferecer algo mais aos expositores e visitantes, nomeadamente serviços, soluções, novidades”.

Afirmando que existem sectores de actividade que não estavam a ser trabalhados de forma correcta, apontando concretamente o caso do vinho, Galiana afirmou também que, além dessa lacuna, também a internacionalização irá ser trabalhada de uma forma reforçada.

Assim, e no caso concreto do vinho, o responsável máximo pela Alimentaria Lisboa 2009 referiu que a aposta não será conseguida a 100% já nesta edição da maior feira dos sectores alimentar e bebidas do País, mas que para a edição de 2011 este será um dos sectores mais fortes da Alimentaria Lisboa.

“O mercado do vinhos sofreu uma forte mudança nos últimos 10 a 15 anos. Se antigamente o sector estava nas mãos das adegas cooperativas, actualmente já não é essa a realidade e por isso teremos de nos ajustar a ela”.

Ponto chave igualmente referenciado foi o da internacionalização, onde Galiana admitiu haver “um grande problema”. O objectivo do responsável é “trazer mais e mais compradores internacionais à feira”, embora reconheça que falta massa crítica a algumas empresas. “De que serve trazer cá um grande comprador britânico que está interessado num produto português pela sua qualidade, mas que ao querer efectuar uma encomenda de um qualquer produto, por exemplo, 50 mil quilos de queijo, é confrontado com a realidade que o produtor só produz 5.000 quilos. Ora, qualquer comprador vai a outro lado”.

Salientando que “um mercado natural para Portugal é também um mercado natural para Espanha”, Galiana referiu que é necessário existir um ajustamento do expositor à feira. “Muitos expositores não sabem como preparar os quatro ou cinco dias que irão estar numa feira. Ora, se não se preparam, como é que a feira lhe poderá correr bem?”.

Numa apresentação realizada à imprensa espanhola, na passada Quarta-feira, Javier Galiana admitiu menos 10 a 12% de expositores face à edição de 2007. Segundo o responsável, a Alimentaria Lisboa 2009 contará com a presença de 48 países e cerca de 38 de visitantes.

Já Antonio Valls, director-geral adjunto da Alimentaria Exhibitions, referiu à agência Efe que a participação espanhola na Alimentaria Lisboa 2009 deverá rondar as 200 empresas, menos 70 que na edição de há dois anos, embora admita que as negociações ainda estão abertas.

A feira, que se realiza de 19 a 22 de Abril, na FIL de Lisboa, não contará com a presença do ICEX (Instituto Espanhol de Comércio Exterior), que considera o nosso País como um mercado consolidado para a exportação espanhola, havendo, contudo, stands de dez comunidades autónomas.

Sector que será destacado é o do food-service, tendo admitido Galiana que “tirar o food-service da Alimentaria foi um erro”, realizando-se na Alimentaria Lisboa 2009 a final para o Sul da Europa do concurso “Global Chef of the Year”.

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