Distribuição

Distribuição imune à crise

Por a 12 de Dezembro de 2008 as 9:30

retalho

Numa altura em que somos “bombardeados” diariamente com notícias sobre a crise, os últimos estudos realizados pela TNS revelam que os players da Distribuição Moderna, em Portugal, tem conseguido ultrapassar algumas dificuldades, muito devido à aposta nas Marcas Próprias…

O Eurobarómetro da Primavera de 2008 revelou que o aumento dos preços é a primeira preocupação dos europeus (37%), seguido do desemprego (24%) e situação económica (20%). A nível nacional, a mesma fonte dá conta de que 59% dos portugueses está pessimista quanto à economia portuguesa para os próximos 12 meses (média europeia é de 46%), reforçada até pelo facto de 71% dos portugueses referir que tem dificuldades em pagar as contas até ao final do mês (média na UE é de 47%).

Conjuntura não afecta retalho
Mas apesar de todo este cenário, uma coisa parece certa: a Distribuição Moderna não tem sido afectada de forma significativa. Os dados da consultora revelam que os lares portugueses gastaram mais 65 euros pela mesma cesta de compra (Total Fast Moving Consumer Goods, YTD P8.08 vs YTD P8.07), demonstrando que o preço abranda o consumo dos lares, mas não evita o aumento do gasto.

Certo é que o orçamento familiar dos lares portugueses é canalizado cada vez mais para a alimentação em detrimento dos produtos de higiene e drogaria, verificando-se que nos FMCG 45% das categorias registam crescimento.

O painel “O Shopper Camaleão” da TNS, salienta que durante este período, a Marca da Distribuição (MDD) cresceu cerca de três vezes mais que o mercado (21,5% contra 6,7% do mercado FMCG), detendo já mais de 30% de quota.

Neste cenário, são Jerónimo Martins e Sonae Distribuição quem mais dinamizam o mercado, verificando-se que 67% do crescimento das MDD foi feito por estes dois grupos de distribuição, aparecendo Pingo Doce a liderar o aumento de compradores de MDD (37%) contra os 30% do Continente, enquanto o aumento do gasto médio em MDD são os mesmos grupos que lideram, mas com outras insígnias – Feira Nova (45%) e Modelo (36%).

A conclusão desta análise efectuada pela TNS é simples: este cenário poderá significar uma grande oportunidade para o retalho alimentar, constituindo a exploração do maior número de contactos com o consumidor nas lojas e lineares pontos-chave para aumentar vendas. Até porque 60% dos lares tomam as suas decisões de compra no interior da loja.

O preço certo
Apesar de se verificar que foram as Marcas de Distribuição que mais aumentaram o preço, 11,4 contra 5,9% das Marcas de Fabricante (Outubro 07 vs Outubro 08), o painel “O Preço Certo” da TNS revela que foi o comprador Auchan quem mais sofisticou o seu padrão de compra, tendo o custo da cesta média da insígnia evoluído 16%, à frente dos 11% do Lidl, 8% do Pingo Doce e 7% do Modelo e Minipreço.

Esta sofisticação do consumo do comprador Auchan realizou-se através da marca da própria, evoluindo o custo da cesta média na insígnia 19%, seguindo Lidl (10%), Modelo (9%), Minipreço (8%) e Pingo Doce (7%). Já no capítulo das Marcas de Fabricante, é o Feira Nova que lidera a evolução do custo da cesta média com 19%), seguida do Intermarché (15%), Pingo Doce (14%), Continente (13%) e Modelo (12%).

Assim, o painel da TNS conclui que “existem novas ocasiões para as marcas se sentarem à mesa do consumidor”, aproveitando “a diminuição do consumo fora do lar” e o consequente “maior investimento no consumo no lar”, admitindo que “esta é uma oportunidade para fabricantes e retalhistas aproveitarem esta mudança no comportamento de compra”.

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