Não Alimentar

Vendas industriais desaceleram pela primeira vez desde Março

Por a 9 de Dezembro de 2008 as 2:00

pagamentos-industria.jpg

O volume de negócios da indústria apresenta em Outubro um crescimento homólogo negativo de -3,5%, a primeira e única variação descendente desde Março, quando esse valor se fixou nos -4%. É o que avança o “Índice de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas na Indústria – Outubro de 2008” do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Com efeito, só os bens de consumo não duradouro (+1,6%) e a indústria extractiva (+1,8%) escapam às quedas generalizadas, que vão desde os -2,4% dos bens duradouros aos -8,2% dos bens de investimento. À excepção da energia, que já recuava -0,2% em Setembro, em todos os restantes casos regista-se uma inversão de tendência homóloga. Na avaliação mensal, a perspectiva não é muito mais animadora. Com deslizes entre os -0,2% (bens intermédios) e os -34% (indústria extractiva), só os bens de consumo duradouro (+3,3%) ficam em terreno positivo. Os não duradouros conservam-se inalterados em Outubro (0%). As evoluções mais graves são as da indústria extractiva (que passam de uma variação positiva de +67,4% para uma negativa de -34%) e as dos bens de investimento (que passam de +73,4% para -11,5%).

Se nos circunscrevermos ao mercado português, verificamos que o melhor crescimento homólogo pertence aos bens duradouros, com uma explosão de 19%. No pólo oposto, os bens de investimento passam da terceira melhor subida de Setembro (+19,8%) para a maior descida de Outubro (-10,5%). Na comparação mensal, esta categoria de bens cai ainda mais (-20%). A melhor performance não excede aqui os +8,5%, e credita os bens duradouros, algo que não surpreende, se atendermos à vice-liderança nas evoluções positivas do nono mês do calendário (+57,4%).

O sector que mais vendeu ao exterior em comparação com o ano passado, segundo o INE, foi o de bens não duradouros (+12,7%) que é, de resto, o único indicador que melhora face a Setembro. A maior compressão homóloga, de -23,8%, confirma a dificuldade sentida pelos bens duradouros fora de portas, os quais contam com resultados negativos em seis dos dez meses de 2008 já concluídos. No capítulo da variação mensal, o crescimento é a regra, com 5 dos 9 indicadores no verde. Merece destaque positivo a energia, que superou o abaixamento mensal de -47,2% registado em Setembro, e conseguiu chegar aos +27,1% no último mês. Pela negativa, salientou-se a indústria extractiva, que regrediu de +120,9% para -63,6% na variação entre meses.

No que respeita a emprego, remunerações e horas trabalhadas, a variação homóloga é esmagadoramente negativa (com sete excepções em vinte casos), o que contrasta com a oscilação mensal, maioritariamente positiva (seis excepções em vinte casos). Na análise homóloga de Outubro, duas das excepções são os índices totais de emprego (-1,7%) e de remunerações (-0,5%), embora a maior descida pertença ao emprego no sector energético, 7% menos volumoso que em idêntico mês de 2007. A maior ascensão acontece no número de horas trabalhadas, corrigidas dos dias úteis, na área dos bens de consumo total (+1,9%). Mensalmente, o pior desempenho total cabe ao índice de emprego (-0,5%), se bem que abaixo dos -1,4% das remunerações na área dos bens de investimento. O volume de horas trabalhadas confere o maior progresso entre todos os indicadores que comparam Outubro e Setembro (+12,6%).

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *