Ouriços-do-mar “dizimados” em Viana do Castelo

Os ouriços-do-mar existentes no espaço marítimo sob jurisdição da Capitania do Porto de Mar de Viana do Castelo estão a ser “dizimados” de forma organizada, por empresas em busca dos lucros proporcionados pela exportação da ova, denunciam ambientalistas e pescadores locais ao Diário de Notícias (DN). Calcula-se que os exemplares exportados para Espanha e França cheguem a custar 125 euros o quilo.

Domingos Vasconcelos, do Núcleo de Estudos e Artes do Vale do Âncora (NUCEARTES), revela que “dezenas de pessoas, na sua maioria mulheres contratadas, equipadas com fatos térmicos e com apetrechos metálicos de corte, rapam todos os ouriços que lhes aparecem pela frente de uma maneira organizada”, chegando a ser capturados mais de 600 quilos de cada vez. Também os pescadores alertam para a formação de “paredes humanas” na Praia Norte (Viana do Castelo) e na costa de Carreço e Afife, explica o DN.

Instada a agir contra este estado de coisas, a Capitania argumenta que não existem limites legais ao tamanho ou à quantidade de exemplares apanhados, e que a sua única prerrogativa é confirmar o licenciamento de quem se dedica à actividade.

De acordo com o diário, a Direcção-Geral de Pescas e Aquicultura emite anualmente cerca de 15 licenças para a captura de ouriço-do-mar nas águas abrangidas pelas Capitanias vianense, de Caminha e da Póvoa de Varzim.

As ovas extraídas dos ouriços-do-mar são usadas, principalmente, como aperitivos.