Não Alimentar

Ministro ameaça proibir exportação de madeira de pinho

Por a 9 de Dezembro de 2008 as 2:00

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O Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Jaime Silva, ameaça “um destes dias” decretar a proibição de exportar madeira de pinho para “quem não cumprir” com as exigências de tratamento térmico e de certificação da mercadoria vendida em paletes, adianta a Agência Lusa.

Jaime Silva denuncia que “foram encontradas paletes portuguesas na Finlândia, Suécia, Espanha que estavam contaminadas”, e frisa que o facto de a madeira bruta representar apenas “4% dos 130 milhões de euros” que vale a fileira portuguesa do pinho não exime os empresários de respeitarem a legislação vigente.

Para garantir o respectivo cumprimento, o ministro vai determinar a distribuição de técnicos florestais pelas empresas do sector, de tal modo que cada profissional fique encarregue de supervisionar 20 firmas.

O governante acrescenta que, tendo o nemátodo atingido as florestas nacionais por via de paletes infectadas com origem na China, Portugal não deve seguir o mesmo exemplo e deve, antes, oferecer “aos parceiros comerciais” uma garantia de salubridade da sua própria madeira de pinho.

Em meados de Novembro, as principais federações de associações florestais e a Associação da Indústria Papeleira denunciaram ao jornal Público o “alastramento da doença a todo o pinhal-bravo português”, o controlo ineficiente dos circuitos madeireiros, a atomização e indefinição de responsabilidades entre poder central, municípios e associações de produtores, a inexistência (na Região Centro) ou o secretismo (na Península de Setúbal) dos planos de contingência e de revalorização florestal, e a iminência de perdas “de uma magnitude assustadora” e ausência de compensações financeiras para proprietários florestais e empresas de abate.

Em resposta, a Autoridade Florestal Nacional negou todas as acusações, contrapondo com o decurso ou conclusão, ou com a calendarização decidida, para o cumprimento de todas as acções reclamadas.

O nemátodo do pinheiro-bravo foi detectado pela primeira vez em Portugal em 1999, na Península de Setúbal, e em 2007 alastrou ao resto do território.

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