Crédito incobrável afecta 79% das pequenas, médias e micro empresas industriais
79% das Pequenas e Médias Empresas e Pequenas e Micro Empresas (PME-PMI) industriais do País admitem nunca vir a receber determinados créditos que lhes são devidos, equivalentes a 1,3% do respectivo volume de negócios, revela o Barómetro Eurofactor 2008 citado pela Agência Financeira.
Em relação aos créditos cobráveis, o tempo médio de espera são 102 dias. Não obstante, no caso de 81% das firmas, os processos especiais de cobrança aos devedores arrancam em média 49 dias após o vencimento do prazo.
Os devedores “devem estar conscientes da forma como os atrasos podem afectar a continuidade dos negócios quer seus quer dos seus parceiros”, adverte o director-geral da Eurofactor Portugal, Rui Esteves.
Curiosamente, quando chega o momento de serem as PME-PMI a precisar de crédito, o acesso torna-se problemático ou “difícil”, consideram 48% das inquiridas. Talvez por isso, dos 33% de firmas que admitem recorrer ao crédito de longo prazo, só 7% deem certezas e 26% se fiquem pela possibilidade.
Apesar das ameaças chinesa (para 62% das respondentes), do aumento do preço das matérias-primas (51%), indiana (23%), dos países emergentes (21%), dos novos países da União Europeia (17%), da subida das taxas de juro de curto prazo (10%), do encarecimento da energia (9%) e do agravamento da carga fiscal (4%), os industriais lusos estão “relativamente confiantes” (62%) quanto ao ambiente económico, conclui o Barómetro.
Além da convicção de estabilidade das quotas de mercado actuais, as novas oportunidades de negócio trazidas pela Europa de Leste (39%), China (25%), Europa Central (15%) e América Latina (9%) também pesam no sentimento da indústria.