FMCG Marcas

‘É altura de deitar fora a carga’ excessiva

Por a 27 de Novembro de 2008 as 2:00

francisco-van-zeller-210.jpg

No dia em que o secretário de Estado da Indústria, António Castro Guerra, anunciou a abertura de uma linha de crédito bonificada para o sector agro-alimentar, Jorge Henriques, presidente da Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA), queixou-se, durante a realização do seminário “A Competitividade da Indústria Agro-Alimentar”, do “quase inexistente apoio” governamental às Pequenas e Médias Empresas. O responsável da FIPA reivindicou novamente um “quadro regulamentar mais simples e competitivo”, numa conjuntura de forte dependência de matérias-primas importadas a preços cada vez mais proibitivos.

As soluções do “patrão dos patrões”, Francisco van Zeller, presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) não se circunscrevem aos despedimentos, admitindo que “é altura de deitar fora a carga que temos a mais nos nossos barcos”.

Van Zeller apontou ainda o dedo à burocracia, à complexidade das hierarquias empresariais, à crise de imaginação dos responsáveis, aos gastos exponenciais com energia, e à escassa aposta no spin-off (alocação de um negócio marginal da empresa a um quadro qualificado, que a gere independentemente) e na partilha de risco (no quadro de aquisições, fusões e joint-ventures). E avisa que, quando a crise estiver debelada ao nível do tecido empresarial (dentro de dois ou três anos), quem não tiver agido pro-activamente “não estará nos primeiros lugares”.

Mira Amaral, presidente executivo do Banco Internacional de Crédito, exige que o Estado se responsabilize pelo capital de risco, “em vez de investir em projectos megalómanos que já se sabe que vão dar prejuízo”.

O director de marketing da consultora Nielsen, Vítor Amaral, identificou, por sua vez, três estratégias ao nível do consumidor: pura e simples migração para as marcas de distribuidor; comparação de preços e procura de promoções nas marcas a que são fiéis; e selecção criteriosa das insígnias em que adquirem cada produto, acto que tende a ser cada vez menos frequente – em média, os portugueses foram às compras 130 vezes em 2006, mas agora só o fazem 124 vezes. Daí o aumento de 6% nas contas de talão, item em que Portugal partilha o topo do pódio com Espanha. O Lidl beneficia do seu estatuto de discount para liderar na penetração (80%) e ocupar o segundo lugar (10,7%) em quota de mercado, logo atrás do Continente (11,8%).

De resto, as marcas de distribuição estão a crescer 12% em média, duplicando o mercado, e já pesam 25%. Vítor Amaral aconselhou os empresários presentes a “encontrar a melhor forma de activar o consumidor”, especialmente através de promoções de notoriedade. .

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *