Retalho americano regista maior queda em três anos

As vendas do sector do retalho nos EUA recuaram 1,2% em Setembro, o que se traduz na maior queda do indicador desde 2005, informa o Departamento de Comércio.

A crise financeira que assola o país e a retracção no consumo, induzida pelo aumento do desemprego, deitaram por terra as previsões dos economistas, que apontavam para uma diminuição de apenas 0,7%.

Para estes resultados contribuiu sobretudo a contracção no sector dos automóveis e respectivos acessórios em 4%, o que reflecte a crise generalizada da indústria automóvel americana, cujas vendas caíram 0,6% em termos globais. As aquisições de vestuário e mobiliário conheceram um decréscimo de 2,3%, nos bens electrónicos e similares comprou-se menos 1,5%, e nem o sector alimentar escapou: o declínio cifrou-se em 0,5%.

Por sua vez, o Departamento de Trabalho informa que a descida do preço do barril de petróleo embarateceu os custos no produtor em 0,4% no mês de Setembro, evolução que se repete pelo segundo mês consecutivo. Curiosamente, idêntica situação registou-se em relação aos produtos mais transaccionados (excluindo alimentação e energia).

Estas informações levam o responsável da delegação do Banco Real da Escócia em Greenwich (Estado do Conneticut), Alan Ruskin, a concluir que o comportamento da economia dos EUA “está a encaixar-se rapidamente nas definições de recessão”, numa alusão às previsões de reduzido crescimento económico para o segundo semestre do ano.