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ViniPortugal prevê quebra média de 20%

Por a 11 de Setembro de 2008 as 2:00

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Segundo as previsões agora disponibilizadas, a ViniPortugal prevê um decréscimo na produção de vinho entre os 12 a 30% face ao ano de 2007, variável de região para região, destacando-se o Alentejo, Terras de Sado e Bairrada, onde se concentram as maiores perdas.

No entanto, e comparativamente ao ano passado onde a quebra de produção foi generalizada a todo o País, nesta colheita existem já perspectivas de aumentos de produção para algumas regiões, de onde se destaca o Dão com um aumento previsto na ordem dos 60%.

De acordo com a Associação Interprofissional, “durante o ciclo de desenvolvimento da vinha da campanha 2008/2009, as condições climatéricas caracterizaram-se por temperaturas mais baixas do que o habitual e uma concentração de chuva na fase de floração o que provocou uma elevada percentagem de desavinho e bagoinha”.

Os especialistas contactados pela ViniPortugal referiram que “este factor é uma das principais causas apontadas para a quebra de produção prevista para esta campanha, tal como já tinha acontecido no ano passado”.

Ainda assim, as perspectivas apontam para um ano de boa qualidade e os enólogos estão confiantes quanto aos resultados que se possam vir a obter nesta vindima, esperando vinhos muito equilibrados e de boa frescura.

Na região dos Vinhos Verdes, Manuel Soares, enólogo da Avelada, referiu que “se as condições climáticas se mantiverem favoráveis é previsível uma vindima de boa qualidade, com a obtenção de vinhos de aromas jovens e boa frescura. Creio que este será um bom ano, eventualmente superior a 2007 em termos de qualidade”.

Na Bairrada, Luís Pato destaca “um decréscimo da produção em castas como a Touriga Nacional, com perdas na ordem dos 70%, mas de qualidade excelente. As castas Baga e Bical, apresentam produções dentro da normalidade”, enquanto Carlos Lucas da Dão Sul, admite que “em relação aos aumentos de produção previstos, não acho que vá haver um aumento tão significativo, acho que vai ser um ano normal, contamos que a vindima se inicie no final de Setembro”.

Se no Douro Francisco Gonçalves, da Sogevinus Fine Wines, prevê “um decréscimo de produção na ordem dos 15%, face ao ano de 2007”, Rui Reguinga, da Casa Cadaval e Quinta da Lagoalva de Cima, salienta que “a colheita 2008 no Ribatejo, será certamente marcada pela produção inferior à media anual, que será cerca de 30 % abaixo da media”.

Viajando mais para Sul, Jaime Quendera, Adega Cooperativa de Pegões/Casa Ermelinda Freitas, estima “uma quebra de cerca de 10% a 15% nos brancos, mas de qualidade muita boa. Quanto ao Moscatel a produção mantém-se face ao ano anterior, haverá grandes moscatéis para licorosos. Nos tintos há grandes quebras, na ordem dos 25% a 30%”,

Ainda mais a Sul, Luís Duarte, da Herdade dos Grous, admite que “relativamente à produção, o decréscimo é mais acentuado no Alto Alentejo com perdas na ordem dos 30%. No Baixo Alentejo, o decréscimo de produção não deve ir além dos 10%, face a 2007”.

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