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Queda internacional do preço do arroz sem influência em Portugal

Por a 10 de Setembro de 2008 as 2:00

arrozVivem-se tempos agitados e de incerteza no mercado mundial de arroz. O preço deste cereal regrediu cerca de 24% depois de ter alcançado valores recorde nos mercados internacionais, mas “dificilmente regressará aos valores anteriores à escalada de preços”, alerta Pedro Monteiro, secretário-geral da Associação Nacional dos Industriais de Arroz (Ania).

O arroz agulha de referência para o mercado mundial (Thai100%B), que atingiu o máximo histórico de 963 dólares por tonelada em Maio de 2008, está actualmente a ser comercializado a cerca de 780 dólares, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Ou seja, mais do dobro do ano passado, quando o preço médio anual do cereal se cifrou em 335 dólares.

Os furacões que têm vindo a afectar os EUA têm prejudicado as culturas de arroz pelo que a instabilidade vai continuar, prevê o secretário-geral da Ania.

A inflação deste cereal teve “início com a crise do subprime nos EUA, em Agosto do ano passado. O fenómeno levou os investidores a abandonarem a bolsa e refugiarem-se nos investimentos em commodities alimentares, como os cereais”, explica Pedro Monteiro. A procura aumentou, os preços subiram e a oferta retraiu.

Mas, então, porque é que o preço está actualmente em queda? “Com receio da falta de arroz muitos importadores abasteceram-se, mesmo a preços elevados. Actualmente, há stocks e está a chegar a safra de Setembro”. Há três safras por ano e a FAO estima que a produção mundial de arroz atinja valores recorde com as duas últimas (Setembro e Dezembro) do ano.

Portugal não beneficiará da queda do preço do arroz nos mercados internacionais, sublinha Pedro Monteiro. “Compramos 50% do arroz que consumimos e a grande maioria importamos da Guiana Francesa, país localizado entre a Venezuela e o Brasil que ainda não reduziu os preços. Em resposta ao aumento do preço das matérias-primas, a tendência será, sim, aumentar os preços. A solução é ir comprando um pouco de cada vez para tentar trocar as voltas à crise”, remata.

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