FMCG Marcas

Baby-boom nas marcas próprias

Por a 5 de Setembro de 2008 as 9:30

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Alimentos mais práticos, saudáveis, rápidos e de acordo com as necessidades dos mais pequenos, são requisitos fundamentais para vingarem no competitivo mercado de baby food. Aliado a estas características, o recém-aparecimento de marcas próprias, fruto da actual conjuntura económica, é um dos factores mais relevantes
O forte crescimento das marcas próprias e o desenvolvimento de produtos alimentares para crianças mais saudáveis marcam a tendência de um mercado que é bastante segmentado, e que, apesar de estável, tem propensão para o crescimento, de acordo com duas das companhias mais importantes a operar neste mercado: Nestlé (Cerelac) e Milupa Comercial (Milupa e Bledina).

Os segmentos de fruta, cereais lácteos, sobremesa e refeições são aqueles que apresentam taxas de crescimento superiores, devido à baixa penetração nos lares nacionais, nomeadamente quando comparados as outros países europeus. Enquanto as farinhas infantis, os sumos e as bolachas são aqueles com menor probabilidade de aumentar as vendas.

Actualmente, o mercado de baby food em Portugal vale aproximadamente 11 mil toneladas, o que representa cerca de 75 milhões de euros, segundo dados na Nielsen, fornecidos pela Nestlé.

O pouco tempo que os pais têm para estar com os filhos é um dos factores mais importantes de diferenciação. Neste sentido, as companhias desenvolvem produtos mais práticos “privilegiando os que simplifiquem a vida, mas garantindo a qualidade”, refere Sofia Condado, responsável de Meals & Drinks da Nestlé Portugal. Por isso, a importância dada à escolha da marca, em função da qualidade nutricional e confiança.

Além da praticidade e qualidade, a inovação e variedade são motores essenciais do mercado, “para as mães é fundamental que surjam novos produtos que respondam de forma eficiente às suas próprias necessidades e claro, às do bebé”, afirma Sara Gaspar, CRM Manager da Milupa Comercial.

Assim sendo, Sofia Condado frisa a importância dos Cereais Lácteos dentro da categoria. “Este produto tem ainda baixa notoriedade e penetração, apresentando um grande potencial, devido à sua praticidade: rápido, em qualquer lugar o bebé pode beber a papinha, nutricionalmente equilibrada”.

Forte regulamentação

É também relevante referir a importância da forte regulamentação da Comunidade Europeia a que os alimentos para bebés estão sujeitos, que define e controla as normas de qualidade, quantidades adequadas de sal, açúcares, proteínas, etc. “Há um importante trabalho a fazer na área da consciencialização das mães, pois existe ainda alguma desconfiança quanto à naturalidade dos produtos”, afirma a responsável da Milupa Comercial. A titulo de exemplo, refere as dúvidas sobre a data de validade alargada dos produtos, sem a utilização de conservantes, “nem sempre é fácil explicar que se deve ao processo de fabrico (pasteurização) e ao fecho em vácuo”, continua.

Apesar de apenas terem aparecido no ano passado, “fruto da expertise necessária e da estreita regulamentação”, as marcas próprias têm vindo a ganhar terreno na alimentação para bebés. Em 2007, várias insígnias enveredaram por este caminho e atacaram dois produtos-chave: farinha láctea e frutas em copos de plástico. “Numa conjuntura difícil, como presentemente atravessamos, o consumidor priveligia fortemente a componente preço. Não é de estranhar o crescimento registado por estas marcas”, afirma a responsável da Nestlé.

Nos próximos anos, o panorama não se modificará muito, a tendência de crescimento manter-se-á nos mesmos segmentos, dada a sua praticidade e conviniência, dado que, segundo o INE, não se perspectiva um aumento na taxa de natalidade.

Os próximos anos não auguram grandes mudanças no mercado, uma vez que o INE (Instituto Nacional de Estatística) não prevê um aumento na taxa de natalidade. A tendência de crescimento manter-se-á nos mesmos segmentos devido à sua praticidade e conveniência.

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