Distribuição

Vendas do universo APED valem 7,7% do PIB

Por a 30 de Julho de 2008 as 2:00

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No ano de 2007, o universo da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) registou um volume de vendas de 12,565 mil milhões de euros, representando um crescimento de 12% face aos 11,231 mil milhões do ano 2006, correspondendo já a 7,7% do Produto Interno Bruto (PIB) português.Na apresentação à comunicação social, José Silva Ferreira, presidente da APED, e José António Rousseau, director-geral, salientaram o forte aumento do volume de vendas de empresas do sector não alimentar, verificando-se que 14 empresas do Top 25 registaram crescimentos superiores a 10%.

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Os cinco primeiro lugares do Top 25 do ranking da APED continua inalterado, mantendo a Sonae Distribuição a liderança, registando um crescimento de 10% face ao ano transacto, totalizando o volume de vendas 3,864 mil milhões de euros, seguida pela Jerónimo Martins com 2,260 mil milhões de euros e uma subida de 14%.

Nos terceiro e quarto lugares continuam a estar a Auchan, com vendas de 1,280 mil milhões de euros e um crescimento de 7%, e Lidl com um crescimento igual, totalizando vendas de 1,123 mil milhões de euros (valores estimados, uma vez que a cadeia discount, apesar de associada da APED, não disponibiliza valores). O quinto lugar fica reservado para o Minipreço que, com um crescimento de 13%, aumentou o volume de vendas para 797 milhões de euros em 2007.

A primeira alteração no Top 25 do ranking da APED surge no sexto lugar, com o desaparecimento do Carrefour, entretanto agregado à Sonae Distribuição, mas cujos resultados não foram incluídos no ano 2007, aparecendo em vez do grupo francês, os espanhóis do El Corte Inglés, registando um crescimento de 33% para um volume de vendas de 451 milhões de euros.

Destaque ainda para a alteração no ranking para o IKEA (crescimento de 46% e vendas de 206 milhões de euros) que ultrapassou o AKI, apontando-se aqui como principal razão a abertura da loja do Porto, e para o Media Markt que ultrapassou o C&A, ocupando agora a 11.ª posição, tendo crescido 25% para 119 milhões de euros.

Modelo Continente investe 6 milhões em Valongo

No que diz respeito ao ranking por insígnia do sector alimentar, o Modelo (Sonae Distribuição) passou a liderar o Top 10, ultrapassando o Continente, devido ao crescimento de 12% para um volume de vendas de 1,379 mil milhões de euros. Aliás, não foi só o Modelo que ultrapassou o Continente. Também o Pingo Doce (Jerónimo Martins) subiu no ranking, ocupando agora a segunda posição com um volume de vendas de 1,354 mil milhões de euros e um crescimento de 17%.

O pódio do Top 10 é encerrado com a insígnia de hipermercados da Sonae Distribuição, tendo crescido 2% para 1,282 mil milhões de euros, seguido da Auchan, Lidl, Feira Nova, Minipreço, Ulmar, Apolónia, Freitas.

Worten

Já quanto ao Top 10 do volume de vendas do sector não alimentar, a liderança manteve-se na Worten, tendo registado um crescimento de 17% para 557 milhões de euros, seguida do El Corte Inglés (+33% para 451 milhões de euros) e Fnac (+9% para 317 milhões de euros). O Top 10 é encerrado com a Staples, IKEA, Sport Zone, AKI, Moviflor, Media Markt e C&A.

De referir que entre as 25 empresas que compõe o Top 25 do ranking da APED, somente uma (Foreva) apresentou resultado negativo, tendo descido 7%, passando de 22 para 21 milhões de euros, enquanto a Ulmar manteve-se estável na 20.º posição com 45 milhões de euros de vendas.

Constituída, no final de 2007, por 94 associados, mais oito que em 2006, o número de lojas do universo APED ultrapassou, pela primeira vez, a “barreira psicológica” das duas mil unidades, totalizando no final do exercício em análise, as 2.171 lojas, destacando-se o Minipreço com 56 aberturas, seguido do Boticário (+44), Pingo Doce (+21), Lidl (+15) e Worten (+12). Este número de lojas significa mais 214 unidades em base constante. Se juntarmos os novos associados, o total de lojas cresceu 386 unidades.

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No final de 2007, o Minipreço detinha 440 lojas, totalizando a renovada insígnia pertencente ao universo Jerónimo Martins (Pingo Doce) 223 lojas, seguida do Lidl com 197 e Modelo com 114 unidades.

Se em termos de número de lojas foi ultrapassada a barreira psicológica das duas mil unidades, também na área de venda foi suplantada a barreira dos dois milhões de metros quadrados, totalizando o universo APED no final de 2007, 2,147 milhões de metros quadrados de área de venda (+207 em base constante e +231 com novos associados).

Neste capítulo, destaque para os 28 mil metros quadrados inaugurados pelo Minipreço, seguido pelos 23 mil do Pingo Doce e 21 mil do IKEA com a loja do Porto. De resto, não houve nenhum distrito onde não tivesse ocorrido uma abertura de loja, liderando neste particular, os distritos de Lisboa (49 aberturas) e Porto (44 aberturas).

No total da área de venda em Portugal, o Modelo mantém a liderança com 200.000 m2 (+17%), seguido do Pingo Doce com 195.000 m2 (+14%), dos 194.000 m2 do Lidl (+10%) e 174.000 m2 do Continente.

Quanto ao ranking dos colaboradores, o universo APED ultrapassou os 75 mil funcionários, mais 8.568 em base constante e mais 10.059 contando com os novos associados, sendo de registar que nos últimos dois anos foram criados mais de 21 mil novos postos de trabalho na Distribuição Moderna portuguesa.

Em termos de insígnias, o Feira Nova e Pingo Doce criaram mais de dois mil postos de trabalho em 2007, seguido pela Worten com 874, Auchan com 557, Continente com 509 e IKEA com 496.

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Também aqui a liderança manteve-se inalterada, continuando o Pingo Doce na primeira posição com 10.413 colaboradores (+10%), seguido do Modelo com 8.747 (+1%), Continente com 7.747 (+7%) e Auchan com 7.115 (+9%).

Por último e no capítulo da produtividade, a liderança, seja por volume de vendas por metro quadrado, quer por volume de vendas por colaborador, não pertence a nenhum dos grandes operadores, aparecendo no primeiro caso os supermercados Apolónia (com 19.745 euros por m2, ou seja, +10% que em 2006), liderando as Lojas Babou nas vendas por colaborador com 289.971 euros por funcionário, apesar da descida de 6% face a 2006.

No final da conferência de imprensa de apresentação do ranking APED 2007, José Silva Ferreira, presidente da APED, frisou que “mais importante do que o ranking, é de facto, perceber o peso que este sector possui na economia nacional”, salientando que todos os grupos têm aberturas em carteira para 2009/2010, não querendo isto, contudo, dizer que venham a abrir todas”, admitindo mesmo que “não vamos ter o mesmo ritmo de aberturas que registámos até 2007.

Apontando o Litoral como localizações privilegiadas para as novas aberturas, o presidente da APED salientou que, no que diz respeito aos hiper e supermercados, “Portugal continua atrás da média europeia. Já no retalho tradicional não se pode dizer o mesmo”.

Ainda no campo das aberturas, José Silva Ferreira revelou que as próximas aberturas dos grupos de distribuição a operar em Portugal deverão focalizar-se nos formatos até 2.000 m2, “uma vez a liberalização dos horários ainda está em discussão na Assembleia da República”.

Neste aspecto, o presidente da APED foi claro: “liberalização total. Quem entender abrir, abre. Quem quiser fechar, fecha”.

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