Feiras

Grupo Alimentação aquém das expectativas

Por a 30 de Maio de 2008 as 10:30

alimentacao

A feira Grupo Alimentação não encheu as medidas aos expositores. Poucos visitantes, fraca participação das marcas e má distribuição do espaço foram algumas das críticas apontadas à primeira edição deste certame.

Ao longo de quatro dias (de 7 a 10 de Maio), Matosinhos recebeu a primeira feira Grupo Alimentação, na Exponor, Feira Internacional do Porto. Expositores nacionais e internacionais marcaram presença no certame, que abrangeu todas as áreas relacionadas com o negócio da alimentação: produtos alimentares, embalagens, logística, mobiliário, serviços, distribuição, tecnologia, entre outros.

Mais de 200 empresas expositoras ocuparam os dois pavilhões da Exponor, que abrangiam sete áreas: Alimentação, Gourmet, Alitec, Hotelmaq, Embalagem, Vinipor e Enotécnica. Um total de 13.866 pessoas visitaram a Grupo Alimentação, dos quais 286 foram internacionais. A Espanha liderou o ranking de visitantes (164), seguido de França (42), Holanda (40), Brasil (32) e Itália (8).

Uma sondagem a alguns dos expositores da feira revelou que o resultado ficou aquém das expectativas. Poucos visitantes, fraca participação das marcas, má distribuição do espaço e até criticas ao horário, foram alguns dos pontos fracos apontados pelos responsáveis dos stands presentes.

A representar os produtos exóticos da Amazónia (Brasil) esteve a Soframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) que consigo trouxe oito empresas para apresentar artigos típicos que vão desde chocolate, chá de guaraná, até peixes que apenas existem nas águas do rio Amazonas. O objectivo era dar a conhecer ao mercado nacional as qualidades dos produtos brasileiros. “Ao terceiro dia esperávamos alcançar 100% de satisfação, apenas alcançamos 50%. Muito pouco público, não há outdoors, nem comunicação e faltou atracções”, afirmou José Grosso, executive coordinator da Soframa. O responsável defendeu também que a feira deveria ser aberta ao grande público.

Feira “razoável”
O espaço Alimentação do Futuro foi um dos pontos centrais de atracção da feira. No entanto, os responsáveis dos stands também acusam falta de público. “Apesar de sermos um alvo de atenção muito grande, está muito calmo, imaginávamos que estariam mais pessoas”, afirmou Carlos Lapa, administrador da Beira Douro Cafés.

“Razoável”. É assim que José Tavares, sócio gerente da Hotespaço define a Grupo Alimentação, apontando também o dedo à localização do espaço Alimentação do Futuro. “Ficámos mal situados, disseram-nos que íamos ficar num lugar mais central”.

João Fonseca, administrador da Dalavra, tem uma opinião diferente. “Apesar de haver poucas pessoas, para nós a participação tem sido positiva, porque somos os únicos expositores deste mercado (charcutaria) a participar”.

“As feiras são sempre eventos com várias expressões, encontramos sempre opiniões positivas e negativas, em alguns casos determinadas pela forma como os expositores e os seus produtos se posicionam na feira”, defende Carla Maia, directora do Grupo Alimentação. “Entendo, enquanto directora, e fazendo uma apreciação crítica da feira, que gostaríamos de ter apresentado um produto melhor, que fosse de encontro às expectativas de todos os expositores e visitantes, reconheço que, com esta edição, ainda não foi possível”, admite. Quando questionados se participariam numa próxima edição da feira Grupo Alimentação, os expositores são reservados. “Vai depender dos empresários, se aderem ou não. Se não fizermos negócios, não voltaremos”, frisou José Grosso da Soframa.

“Acredito que dentro de dois anos, o produto, como se apresenta hoje, será seguramente diferente. Contudo, acreditamos que será possível erguer um evento, com um novo contexto, uma nova dinâmica. Trabalharemos para que em 2010 seja essa a realidade”, defende a directora do certame.

Alimentação do futuro
O projecto Alimentação do Futuro foi o centro das atenções do certame. Quatro espaços denominados “montras vivas” ocuparam 550 m² dos 6 mil m² do pavilhão quatro. O objectivo passou por criar um espaço inovador e de qualidade, que apresentasse as soluções mais inovadoras presentes no mercado, desde equipamentos, serviços e tendências do sector agro-alimentar.

Uma padaria, uma cervejaria, uma loja gourmet e um café deram vida àquele que foi o espaço mais dinâmico da feira. A AIPAN (Associação de Panificação, Pastelaria e Similares do Norte), Unicer, Hotespaço e Beira do Douro foram as escolhidas para representarem as respectivas áreas.

Padaria, cervejaria, loja gourmet e café
Após receber o convite da organização da feira, a AIPAN criou conceito e com o apoio de várias empresas do sector, montaram uma estrutura-tipo, na qual estava presente o rigor dos circuitos e processos necessários para uma unidade de produção de panificação/pastelaria.

Apetrechado com equipamento industrializado e segmentado conforme a legislação actual, este espaço teve como público-alvo os empresários do sector de panificação e pastelaria. O objectivo passou por sensibilizar todos actores, demonstrando como se monta uma unidade de fabrico de acordo com as exigências actuais. O espaço é uma solução integrada que combina tecnologia de ponta com mão-de-obra. As empresas do sector que queiram investir numa unidade idêntica, adaptada às suas necessidades, terão de desembolsar entre os 400 e os 500 mil euros.

No Espaço Café foi a empresa Beira Douro, especialista em cafés de alta gama, que emprestou os seus conhecimentos para apresentar como se faz “café com arte”, explicou Carlos Lapa, administrador da Lapa.

O segredo está na qualidade da matéria-prima. A companhia compra café directamente a pequenos produtores, oriundos do Brasil, Índia, Perú, Colômbia, entre outros, para depois o reencaminhar para a unidade fabril “que dá o desenvolvimento necessário à qualidade do produto”. O objectivo é fazer “um traje à medida”, desde o fornecedor até ao cliente, oferecendo um serviço de acompanhamento e apoio a todos os seus clientes. A Hotespaço deu vida à loja gourmet. “A ideia foi criar um espaço inovador, juntando o útil ao agradável”, explicou José Tavares, sócio-gerente da empresa, que concebe e implementa soluções para espaços comerciais, nomeadamente na área da restauração. O intuito foi desenhar um espaço onde se comercializasse produtos gourmet, de acordo com a legislação em vigor, aliado a um apurado sentido estético.

A cervejaria ficou nas mãos da Unicer. A presença da produtora e distribuidora de bebidas de Leça do Balio foi bastante discreta, num espaço onde apenas tinham um balcão, no qual disponibilizavam as suas cervejas gourmet para degustação.

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