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Greve de pescadores pode levar à escassez de peixe

Por a 29 de Maio de 2008 as 2:00

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Os pescadores portugueses aderiram ao apelo dos seus congéneres franceses, que desde ontem estão em greve, e apelaram a países como Portugal, Espanha ou Itália para se juntarem aos protestos.

O prazo da greve em Portugal é para já ilimitado, o que pode provocar a escassez de peixe nos consumidores. O ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Jaime Silva, recebe hoje a comitiva portuguesa do sector das pescas para discutir a greve, que será iniciada pelos pescadores na próxima sexta-feira. Em causa está o preço do gasóleo marítimo que aumentou 89% no último ano.

Mas as queixas não ficam por aqui. António Cunha, presidente da Associação dos Armadores da Pesca Industrial (ADAPI) afirmou ao Jornal de Negócios que, “até ao momento, os pescadores só acederam a 500 mil euros do total da verba, que Bruxelas aumentou em Janeiro de 2007, de 2,7 para 15,7 milhões de euros, para as pescas nacionais”.

Na lista de reivindicações está ainda a isenção da Taxa Social Única, que os pescadores querem deixar de pagar. A recordar que a actividade piscatória no nosso País já é isenta de ISP e conta com dedução imediata no IVA. Ainda assim, os pescadores consideram que a única maneira de combater as desigualdades competitivas em que caíram é exigir isenção na Taxa Social Única.

A greve com Jaime Silva está agendada para as quatro da tarde todavia, segundo o Jornal de Negócios, o ministro deverá manter a posição que tomou ontem na Eslovénia, e, nesse caso, dirá que “os preços do petróleo vão continuar altos e a subir cada vez mais e a população se deve adaptar aumentando a competitividade”.

Para os consumidores, a paralisação do sector piscatório pode vir a constituir mais uma crise no sector alimentar, até porque, segundo disse o presidente da Associação de Armadores de Peniche (AMAP), Humberto Jorge, em declarações à agência Lusa, “a ausência de pescado pode sentir-se mais, uma vez que outras fontes de abastecimento, como Espanha ou França, também vão ter as suas embarcações paradas”.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Norte, António Macedo, concorda, e também já alertou que não vai haver peixe fresco no mercado já a partir do fim-de-semana, como consequência da greve do sector das pescas: «peixe fresco, se houver, só da pesca paralela e ilegal, que não passa pelas lotas».

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