Distribuição

Retalho na rota das índias

Por a 2 de Maio de 2008 as 9:30

índia

O mais recente estudo da consultora CB Richard Ellis, apresentado durante o World Retail Congress, coloca a Índia na primeira posição do ranking dos mercados emergentes mais activos do sector de retalho.

O relatório “Global Emerging Market Survey” (GEMS), realizado pela CB Richard Ellis, revela que os mercados emergentes estão a ser vistos pelos operadores de retalho como principal motor de expansão e sucesso dos seus negócios nos próximos tempos.

Dos mercados emergentes de retalho, a Índia foi identificada como o país mais procurado pelos retalhistas estrangeiros, tendo cerca de 27% do total de inquiridos (num total de 300 retalhistas mundiais) inaugurado a sua primeira loja neste território no ano passado ou estar a pensar fazê-lo num futuro próximo. De facto o mercado indiano, indicam os especialistas, é particularmente atractivo pelo seu tamanho e também pela fraca presença de operadores internacionais, devendo-se este facto, principalmente, à gradual flexibilização da legislação no que diz respeito à detenção de propriedade privada por parte de indivíduos ou empresas estrangeiras, conduzindo ao aumento do investimento estrangeiro.

Para Peter Gold, director do departamento de Retalho da CB Richard Ellis para a região do EMEA (Europa, Médio Oriente e África), «o crescente interesse e expansão para mercados emergentes globais tem sido alimentado pelo rápido crescimento dos níveis do consumo privado e também pela ascensão da classe média em muitos destes países». Assim, salienta Gold, «acreditamos que a Índia irá manter a sua posição de liderança como mercado emergente mais procurado por parte dos principais operadores de retalho internacionais, à medida que as restrições ao comércio forem sendo cada vez mais atenuadas».

Depois da Índia… a Ucrânia
A Ucrânia e a Rússia ocupam, respectivamente, o segundo e terceiro lugar neste ranking da CB Richard Ellis, beneficando a Ucrânia, em particular, não só do rápido crescimento económico evidenciado nos últimos tempos, mas também da sua proximidade ao mercado russo. O relatório reforça, assim, a tendência dos retalhistas em expandir os seus negócios para localizações geograficamente próximas a mercados mais maduros onde primariamente se instalaram.

Enquanto a capital russa – Moscovo – foi alvo de grande atenção por parte de operadores estrangeiros nos últimos tempos devido ao “boom” dos níveis do consumo privado, o enfoque, salienta o relatório, está agora a mudar para cidades mais secundárias da Rússia.

O mesmo acontece com os operadores que se estabeleceram inicialmente em Singapura, registando-se actualmente uma movimentação e aposta destes operadores em expandir o negócio para a Malásia.

O relatório demonstra ainda que o interesse dos retalhistas em determinados mercados emergentes varia de acordo com o tipo de produto e com o país de origem. O mercado indiano apresenta-se como o mais atractivo para os operadores de “department stores” (grandes superfícies com oferta multiproduto), assim como para produtos de luxo; enquanto a Ucrânia lidera a procura por parte de retalhistas de vestuário.

Peter Gold admite que «a concentração de cerca de metade da população mundial nos mercados emergentes e a propensão destes mercados para o consumo de artigos mais sofisticados está a atrair o interesse dos principais retalhistas internacionais para estes destinos».

Na realidade, com algumas barreiras à entrada de operadores internacionais a serem dissolvidas, como é exemplo a instabilidade política e as limitações à detenção de propriedade privada por estrangeiros, os mercados emergentes estão a tornar-se cada vez mais acessíveis e atractivos para o comércio internacional.

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