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É muita fruta!

Por a 2 de Maio de 2008 as 9:30

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O Hipersuper foi até Almeirim visitar as instalações de produção de sumos de fruta, néctares e refrigerantes da Compal para conhecer in loco alguns dos sistemas de embalamentos mais desenvolvidos da Península Ibérica.

A uma velocidade difícil de captar circulam, atentas, milhares de pequenas garrafas de vidro. Como se de modelos se tratassem, cada uma delas espera expectante a sua vez de finalizar o tratamento que, mais tarde, as levará a desfilar nos lineares de muitas superfícies comerciais.

Ao lado, na linha de enchimento em PET asséptico, marchava o “Ovo de Colombo” da Compal, o Essencial. A fruta estrela era o morango. Cores fortes exaltavam das embalagens que, ainda nuas, caminhavam nas passadeiras rolantes, ao mesmo tempo que o aroma forte da fruta pairava no ar da unidade de produção de sumos, néctares e refrigerantes da Fábrica da Compal, em Almeirim.

O mecanismo imponente da unidade fabril dá a sensação de uma fábrica fantasma. Se antigamente estávamos habituados a ver os processos de produção acompanhados da ajuda de mão-de-obra humana, esses tempos ficaram para trás. Agora, a ideia que fica num primeiro olhar é que a fruta sabe qual o caminho a seguir.

Conhecer o último processo de reorganização e modernização da unidade industrial da marca nos sectores de sumos de fruta, néctares e refrigerantes foi a razão que levou o Hipersuper a deslocar-se até ao Ribatejo.

A directora técnica da Compal, Elsa Carvalho, explicou que «houve vários pressupostos para a construção da unidade. Nomeadamente modernizar, acompanhar os requisitos de segurança alimentar e claro aumentar a capacidade».

Linhas de enchimento:
Da transformação da fruta em polpa e desta em sumos há numerosos procedimentos. Uma vez conseguido o produto final, é necessário proceder ao embalamento. Pelo facto de a Compal ter como filosofia a não utilização de conservantes nem aditivos e tratando-se de um produto feito a partir de fruta fresca, a embalagem é a única garantia que permite levar ao consumidor o produto final nas condições desejáveis. No entanto, o próprio está a envelhecer a partir do momento em que é finalizado. Essa é a razão que leva a empresa a apostar em força no desenvolvimento das embalagens. A unidade fabril do Ribatejo, disponibiliza hoje, quatro linhas de enchimento em cartão asséptico. Três de enchimento de garrafas de vidro e uma linha para enchimento de sumos e refrigerantes em PET asséptico.

No que diz respeito ao segmento de líquidos, a directora explicou como se organizam as linhas de enchimento. «O enchimento está dividido em três partes: vidro, PET asséptico e cartão complexo, e abrange desde néctares, bebidas refrigerantes, sumos 100% e doses de fruta. No centro da área coberta de cerca de 20 ha encontra-se a direcção técnica que tem como objectivo apoiar as duas fábricas que a rodeiam, na rotina diária, estando sempre presente na validação das produções que estão a ser feitas nas duas unidades», reforçou a directora.

Vidro…
Do ponto de vista técnico diferenciam-se dois tipos de enchimento após a pasteurização da polpa de fruta. O vidro é enchido a quente, enquanto o PET e o cartão complexo recebem enchimento asséptico. No caso do enchimento em vidro, este é feito a quente e progressivamente arrefecido em túnel. O enchimento asséptico, tanto no caso do cartão complexo como no PET, o produto é arrefecido antes de ser injectado nas embalagens. No segundo caso este processo é rigorosamente executado numa sala de aspecto “lunar”, onde só se pode entrar adequadamente equipado com uma espécie de escafandro.

Entre estes materiais, há vantagens e desvantagens. Segundo a responsável técnica, o vidro tem a desvantagem das reacções de oxidação pela luz, razão que levanta problemas, visto que a Compal não pode controlar o acondicionamento do produto uma vez fora da fábrica. Exemplo é o caso das promoções em que os proprietários colocam as garrafas nas montras. «Nós fazemos testes e determinamos a validade ao produto, no entanto não conseguimos assegurar que o produto não está em sítios expostos há luz. No entanto, é a embalagem mais inerte de todas, não sofre qualquer migração para o produto e ecologicamente é uma embalagem desejada», sublinhou Elsa Carvalho.

…cartão e…
Quanto ao enchimento em cartão complexo, este, ganha a vantagem em termos de peso e facilidade de manuseamento, não sofre de problemas de migração, aguenta muito bem o período de validade e está protegido da luz. Mas uma vez que se tratam de sete camadas e sendo um material que não é tratável do ponto de vista ecológico é complicado proceder à responsabilidade legal de triar os resíduos, uma vez que a única unidade de reciclagem encontra-se em Espanha. No entanto, é uma embalagem que tem crescido muito na Compal.

… PET
Já o plástico é um produto que tem permeabilidade caso seja de má qualidade. Logo as embalagens de PET têm validade mais curta «pois não podemos evitar que haja permeabilidade do corpo da embalagem e do fecho junto à cápsula. Não sendo inerte como o vidro este material tem uma determinada porosidade, o que acontece é que o ar entra lentamente mas entra, agravando-se à medida que se baixa a capacidade da embalagem» explicou a engenheira, reforçando a ideia com o caso do Essencial que, sendo uma embalagens que não necessita frio, a «Compal decidiu, como opção técnica e de marketing, determinar que o produto tenha uma validade curta e esteja no frio para preservar as suas características organoléticas o mais possível, visto estarmos a falar de fruta fresca e de um produto premium».

A preocupação em fornecer produtos naturais sem conservantes nem aditivos é doutrina da empresa, assim como é também o apelo ao consumo de fruta. Confiança por parte dos consumidores é objectivo principal. «Claro que o uso de aditivos seria o caminho mais fácil a seguir, no entanto, é isso que marca a nossa diferença. É uma característica e um método de trabalho inalterável», sublinha a responsável técnica.

O investimento superior a 35 milhões de euros visou o aumento da capacidade anual de produção, aumentando de 75 milhões litros/ano, para 150 milhões de litros/ano. O processo finalizado em 2003 teve início em 1998.

Um ano mais tarde a Compal terminou a instalação de uma linha de enchimento em PET asséptico. O custo levou à companhia 7,5 milhões de euros, permitindo em caso de necessidade a produção de 250 milhões de litros/ano, assim como ser a primeira empresa do sector a disponibilizar esta tecnologia.

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