Emprego & Formação

O Mercado do Retalho/Moda – Desafios e Estigmas

Por a 4 de Abril de 2008 as 12:00

tânia coelho

Nas últimas décadas, o sector do Retalho tem sofrido constantes transformações que são uma consequência do desenvolvimento dos grandes espaços comerciais, cada vez mais parte do desenvolvimento imobiliário do País e locais que permitem oportunidades de carreira e altos índices de competitividade entre marcas e conceitos.

Oportunidades de Carreira no Retalho
As oportunidades de carreira são cada vez mais evidentes. Actualmente, podemos delinear um trajecto de ascensão com reais perspectivas de desenvolvimento profissional fundadas nesta expansão constante. A gestão operacional do retalho é aquela que mais proporciona o referido desenvolvimento e é cada vez maior o número de licenciados a optar por uma carreira neste mercado.

Uma formação académica superior é uma mais-valia para o Retalho, podendo proporcionar um plano de carreira profissional assente na gestão e análise de rácios em contexto de gestão de loja ou supervisão de zonas. De facto, constatamos que nestas funções são exigidas responsabilidades de gestão operacional, de recursos humanos e materiais, bem como uma orientação para os objectivos com base numa análise constante ao mercado, vendas e concorrência.

Um projecto de carreira no retalho não é por vezes encarado com o devido prestígio. Ainda constatamos que alguns profissionais transmitem resistência em trabalhar fins-de-semana, por turnos e a existência de um “tabu” em relação a uma função de balcão ou atendimento ao cliente. Erradamente, ainda existem potenciais talentos neste sector que associam o retalho/moda ao “vender roupa” ou trabalhar em loja, sem vislumbrarem todos os processos que fundam tal actividade. Isto acontece porque ao longo dos tempos foi criado o estereótipo de que no Retalho só desempenham funções os profissionais com baixas qualificações, ou que por acidente e/ou necessidade careceram de integrar a primeira oportunidade que lhes surgiu. Afortunadamente, assistimos a uma lenta mudança na comunicação das empresas e na visão dos profissionais relativamente a este estigma.

O Recrutamento no Retalho
O recrutamento de profissionais do retalho para funções de gestão operacional, tal como a própria oferta do mercado, é cada vez mais especializado. Procuram-se colaboradores com competências e capacidades de gestão de negócio e de equipas, orientados para objectivos e para a prestação de um serviço de excelência.

Estas exigências não são somente das empresas, mas também dos potenciais colaboradores que procuram cada vez mais um projecto aliciante, uma vez que dentro do sector recebem, tendencialmente, mais propostas.

Grande parte dos gestores do Retalho procuram uma oportunidade neste mercado que lhes permita gerir uma unidade de negócio, cada vez maior e com maior espectro de actuação e margem de gestão. Para estes profissionais, é cada vez mais importante sentirem-se uma “peça fundamental do puzzle” na tomada de decisão e gestão operacional, incrementando a sua capacidade de autonomia, desenvolvimento e motivação para o desempenho das funções.

Conseguimos captar o interesse/motivação de um profissional para um projecto quando apresentamos uma informação detalhada, enumerando as responsabilidades da função, perspectivas de desenvolvimento de carreira, plano de expansão da empresa, bem como a política da empresa, principalmente no que diz respeito à promoção interna e implementação de um plano de formação, em linha com valores e cultura próprias, bem associadas com o conceito das marcas.

A Formação no Retalho
A formação profissional no Retalho é cada vez mais um factor de motivação, atracção e retenção. Os vários intervenientes no processo produtivo acreditam que os bons resultados poderão ser uma consequência da formação ministrada, seja esta on-the-job e capacitadora, seja ela comportamental e um fomento da cultura e glamour associados ao conceito do produto comercializado.

O Retalho/Moda tem, como demonstrámos, tudo para se revestir de uma carreira muito mais complexa e captar os profissionais mais capacitados e identificados com o seu próprio conceito. Este sector assenta na criação de posicionamento, imagem e comunicação e as vendas on-trade dependem de quem é capaz de personificar estes valores. O desafio imediato passa por saber aliciar quem de direito, pois em termos de substância existe tudo para o fazer.

Tânia Coelho, Senior Consultant – Retail Hays Sales & Marketing, [email protected]

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