Distribuição

2,65 triliões para produtos de consumo

Por a 4 de Abril de 2008 as 12:00

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As 250 maiores empresas mundiais de produtos de consumo registaram um volume de vendas de 2,65 triliões de dólares em 2006. Só o Top 10 é responsável por mais de um quarto destas vendas, sendo o ranking composto maioritariamente por empresas norte-americanas.  

De acordo com o mais recente relatório da Deloitte – Global Powers of Consumer Products Industry – o volume total de vendas das 250 maiores empresas mundiais de produtos de consumo ultrapassou os 2,65 triliões de dólares (1,784 triliões de euros) no exercício de 2006. O referido estudo revela que as vendas registaram um aumento homólogo de 8,4%, embora 16% das empresas tenham registado uma diminuição das vendas.

Mais de um quarto (28%) do volume total de vendas concentrou-se nas 10 maiores empresas, que atingiram um total de 751 mil milhões de dólares, revelando o relatório que estas empresas registaram um crescimento ligeiramente superior à média, com 8,6%, tendo sido particularmente eficazes na transformação das vendas em lucros. As 10 maiores empresas tiveram uma margem de lucro média de 7,4%, acima dos 6% que o grupo obteve no seu todo.

O domínio de “Uncle Sam”
A lista é dominada por empresas americanas, quer em número quer em dimensão. Há 94 empresas norte-americanas no Top das 250, com vendas médias de 11 mil milhões de dólares, constituindo esta a média mais elevada entre as diversas regiões do globo. No entanto, foram também estas as empresas com menor ritmo de crescimento (7,4%). As empresas africanas e do Médio Oriente foram as que mais cresceram, com 14,3%, seguidas pelas da Ásia Pacífico (8,9%), Europa (8,8%) e América Latina (8,5%).

Segundo Ira Kalish, director de Consumer Business Research da Deloitte, «as empresas americanas estão a operar num mercado maduro, ao passo que as empresas dos mercados emergentes estão a crescer rapidamente a partir de uma base menor».

O ranking da Deloitte é liderado pela Altria (sector alimentar, bebidas e tabaco), com vendas, em 2006, de 101,4 mil milhões de dólares (+3,6%), seguido da HP (produtos electrónicos), apresentando vendas de 91,6 mil milhões de dólares (+5,7%) e da coreana Samsung, com vendas de 78,6 mil milhões de dólares (+5,9%). A primeira empresa europeia é a Nestlé, apresentando vendas de 78,6 mil milhões de euros (+8,1%) (ver quadros).

Para o responsável pelo estudo, «o desafio que se coloca às empresas dos Estados Unidos e da Europa Ocidental é o de identificar mercados que geram um novo crescimento. Há uma alteração no equilíbrio da despesa em produtos de consumo a nível mundial. O rendimento disponível das famílias está a crescer no seio da nova classe média dos países emergentes, e as empresas mundiais de produtos de consumo podem beneficiar com isso. As que continuarem a apostar no “velho mundo” poderão passar por um período de maior constrição».

Nos últimos anos tem-se assistido a uma tendência de consolidação no sector do retalho, com um menor número de empresas, mas de amior dimensão. Na opinião do Kalish, «é provável que esta tendência leve à consolidação entre os fornecedores de produtos de consumo. Este sector está a ficar numa posição em que há demasiados fornecedores no mercado».

O sector dominante
Facto é que são as empresas do sector alimentar, bebidas e tabaco a dominar este ranking da Deloitte, com praticamente 50% das 250 empresas presentes a desenvolverem o negócio num destes sectores. De acordo com o relatório, a indústria transformadora é o maior subsector, com 85 empresas, seguido de 24 empresas no subsegmento das bebidas e 13 no tabaco.

Este sector – alimentar, bebidas e tabaco – apresentou um crescimento de 5,8% nas vendas, concluindo a Deloitte que esta foi a performance mais fraca de todos os sectores em análise. Mesmo assim, as empresas pertencentes a estes sectores detêm 48,8% do ranking da consultora, a grande distância dos 14,8% das empresas pertencentes ao sector dos produtos electrónicos e dos 10,8% das empresas de produtos pessoais e limpeza doméstica.

No que diz respeito às vendas por sector, mais uma vez a liderança pertence ao sector alimentar, bebidas e tabaco, mas, aqui, com uma diferença menor. 41,1% das vendas deste Top 250 são imputadas às empresas deste sector, ficando as empresas do negócio electrónico com 32,5% de quota.

A Deloitte conclui, também que as empresas pertencentes ao sector dos produtos electrónicos são, em média, de maior dimensão. De acordo com os dados da consultora, cada empresa possui, em média, vendas de 23,5 mil milhões de dólares. A alguma distância aparecem as empresas do sector de produtos pessoais e limpeza doméstica, com vendas média de 11,4 mil milhões e dólares por empresa.

O sector alimentar, bebidas e tabaco aparece, somente, depois do sector pneus (média de 10 mil milhões de dólares por empresa), com 9 mil milhões de dólares.

13 Tendências para a Indústria dos Produtos de Consumo

  1. Inflação e deflação colocam a pressão nos fornecedores
  2. Preocupações com saúde e obesidade
  3. Como atingir os mercados emergentes?
  4. Consolidação do retalho leva a consolidação dos fornecedores
  5. Inovar para crescimento a longo prazo
  6. Fragmentação da experiência do consumidor
  7. O importante é o preço?
  8. Encontrar alternativas aos mercado tradicionais
  9. O dilema do talento
  10. Gerir relações retalhista-fornecedor
  11. Agarrar a oportunidade
  12. Responsabilidade social
  13. A marca – mais importante que nunca

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