CCP alerta para liberalização dos horários

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) alertou, ontem em comunicado, para a liberalização dos horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais ao domingo, bem como uma «profunda tristeza» relativamente à posição do PSD face a esta temática.

Com efeito, diz a CCP, «numa altura em que o País se defronta com graves problemas de ordem económica e social, que afectam nomeadamente as pequenas médias e micro empresas, não deixa de ser motivo de preocupação a prioridade do PSD em se assumir como “porta voz” das reivindicações dos grandes grupos da distribuição, ao mesmo tempo que confina esta questão ao domínio autárquico, numa lógica de reforço de interesses meramente locais que levará a uma completa liberalização de horários».

De acordo com a CCP, com a aprovação desta iniciativa «teríamos “a terceira grande vitória” da grande distribuição (depois dos combustíveis e dos medicamentos)».

Perante a possibilidade do comércio nas grandes superfícies poder vir a ser liberalizado, com a abertura dos hipermercados aos domingos e feriados à tarde, a CCP admite um «agravamento» da situação no sector, alertando para o facto de que, desde 2005, «se perderam mais de 40 mil postos de trabalho líquidos. A grande distribuição criou, nestes mesmos anos, cerca de 15 mil postos de trabalho pelo que o saldo é claramente negativo para o emprego no sector, e deste modo para o País».

Neste contexto, a CCP desafia o grupo parlamentar do PSD a fazer uma reflexão profunda em torno da evolução do comércio português, nomeadamente sobre o emprego e desemprego no sector, e a «desconfiar de quaisquer “números mágicos” apresentados sobre a criação de emprego por via da liberalização dos horários».