Distribuição

Contas JM com ‘domínio’ polaco

Por a 21 de Março de 2008 as 9:30

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Apresentados os resultados relativamente ao exercício de 2007, com um crescimento nas vendas de 21,4% face a 2006, atingindo os 5,35 mil milhões de euros, bem como uma subida nos lucros de 13% para os 131 milhões de euros, os responsáveis da Jerónimo Martins deixaram bem claro que vender não está nos seus planos. O grupo Jerónimo Martins (JM) manteve a performance positiva da sua operação, quer nacional como internacional. Os resultados consolidados do grupo liderado por Alexandre Soares dos Santos e Luís Palha, presidente do Conselho de Administração e CEO, respectivamente, mostraram um crescimento nas vendas de 21,4% para os 5,35 mil milhões de euros, bem como uma subida nos lucros de 13% para os 131 milhões de euros.

Afirmação crescente da Polónia …
No universo de insígnias operadas pela JM, destaque natural para a operação polaca da Biedronka, tendo registado um crescimento de 39,5% nas vendas, representando já 45% do total facturado pelo grupo, ascendendo a 2,392 mil milhões de euros.

De resto, a operação na Polónia foi sublinhada por Alexandre Soares dos Santos, referindo que «para os que duvidam da liderança da Biedronka na Polónia, basta comparar os números». E, de facto, os números são elucidativos: enquanto o colosso Tesco totaliza vendas de 1,2 mil milhões de euros anualmente, a operação polaca da JM obteve vendas superiores a 2,3 mil milhões de euros, salientando Luís Palha a posição da Biedronka na Polónia com o facto de «anualmente passarem pelas nossas lojas mais de 500 milhões de clientes, num país com 40 milhões de habitantes», admitindo que «este facto é muito importante na estratégia futura do grupo na Polónia».

Importante na estratégia da JM na Polónia é, também, a integração das lojas Plus no universo Biedronka, revelando os responsáveis que a aquisição da operação discount da Tengelmann na Polónia permite à JM «consolidar a liderança da Biedronka».

Ainda no que diz respeito à Polónia, Soares dos Santos admitiu mesmo que «o falhanço no Brasil levou-nos a ser líderes na Polónia». O caminho da JM e da Biedronka na Polónia é entendida, de resto, como possuindo somente um caminho: o da afirmação e expansão. «Há que entender que cerca de 50% das vendas alimentares ainda são efectuadas no retalho tradicional e somente 25% são realizadas na denominada Distribuição Moderna». Por isso, concluiu Luís Palha, sendo a nossa quota de 10%, ainda temos um grande potencial de crescimento”, admitindo mesmo que «dentro de cinco anos, a Biedronka poderá ter 2.000 lojas».

… e consolidação do Pingo Doce
A nível nacional, destaque claro para o desempenho do Pingo Doce, registando um aumento nas vendas de 17,5%, totalizando 1,1 mil milhões de euros, admitindo os responsáveis do grupo que «a grande prioridade passa agora pela integração das lojas Plus no universo Pingo Doce». Para tal, o grupo espera a decisão por parte da Autoridade da Concorrência (AdC) no segundo trimestre de 2008, admitindo Soares dos Santos que «se não tivéssemos comprado a Plus em Portugal e Polónia teríamos aberto novas lojas, para prosseguir a nossa estratégia de crescimento orgânico».

Mas a insígnia Pingo Doce não terá somente a integração das lojas Plus, caso esta venha a ser aprovada pela AdC. Também os mini-hipers Feira Nova irão ser integrados na rede lojas Pingo Doce, admitindo Luís Palha que todo o processo deverá estar concluído dentro de 18 meses. Quanto ao formato hipermercado Feira Nova, Alexandre Soares dos Santos foi peremptório: «não vendemos hipermercados, vendemos produtos».

Certa ficou, contudo, a contribuição que a integração das lojas Plus terá nos resultados da JM num prazo de dois anos, avançando os seus responsáveis que, partindo do pressuposto que a aquisição é aprovada pela AdC, em 2008, a Jerónimo Martins espera uma subida nas vendas entre 20 e 25%, explicando ainda que, numa base comparável, a empresa prevê crescer 5% em Portugal, ultrapassando os 10% na Polónia.

Destacada no universo Pingo Doce foi ainda a importância das Marcas Próprias do grupo, salientando Soares dos Santos que estas deixaram de ser meros produtos “brancos” para assumir um conceito de qualidade. De resto, as vendas das Marcas Próprias da JM representam já 40% das vendas Pingo Doce, admitindo Alexandre Soares dos Santos que «o tempo da comida barata já acabou».

Para a subida dos preços têm contribuído, também, os sucessivos aumentos das matérias-primas, antevendo os responsáveis da JM que esta situação poderá durar «mais dois a três anos», para depois estabilizar novamente. Solução apontada por Alexandre Soares dos Santos para os preços ao consumidor não dispararem, passa pelos grandes grupos de distribuição conviverem com «margens mais baixas».

Quanto à concentração no sector da retalho e vantagem ou desvantagem para o mercado, Soares dos Santos conclui que «quem ganha é o consumidor», admitindo mesmo que «os que caem, são os que não percebem que quem manda é, na realidade, o consumidor».

No que diz respeito à possibilidade de análise de novas geografias, ou seja, expansão para outros países, e depois de há algum tempo se ter alvitrado a hipótese da JM estar a estudar uma entrada na Ucrânia, o presidente do Conselho de Administração da JM foi claro: «a nossa grande prioridade é a integração das lojas Plus nos próximos dois anos».

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