Editorial

Onde param os 150.000?

Por a 29 de Fevereiro de 2008 as 9:30

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Depois de na última campanha eleitoral sermos surpreendidos com o anúncio do próximo Governo da República Portuguesa (caso vencesse como venceu) pretender criar 150.000 empregos durante a legislatura que decorre, a SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico Social) alertou recentemente para o “mal-estar” existente na sociedade portuguesa antevendo, mesmo, a possibilidade uma “crise social de contornos difíceis de prever”.É certo que o relatório da SEDES não atinge de forma nenhuma, seja implícita ou explicitamente, o sector da Distribuição Moderna em Portugal, mas o certo é que, até mesmo este sector, não vai ao encontro das ambições do Primeiro-Ministro no que diz respeito à criação de emprego.

A Distribuição Moderna em Portugal, pela voz da sua associação – APED, reivindicou há pouco tempo a abertura do comércio ao Domingo, situação que levaria à criação de milhares postos de trabalho. Logo houve quem criticasse a proposta, admitindo que iríamos cair na desgraça de ver o comércio tradicional desaparecer. Soluções, contudo, não foram apresentadas.

E se olharmos aqui para o lado, podemos ver que, só em Janeiro de 2008, foram mais de quatro mil as lojas de comércio tradicional de rua que solicitaram baixa de actividade junto dos serviços de Segurança Social espanhóis.

Ora, se a situação económica portuguesa levanta dúvidas a muitos economistas/analistas/comentadores, o certo é que, se esta realidade continuar, muitas serão as lojas de comércio tradicional que seguirão o exemplo de “nuestros hermanos”. No entanto, soluções ainda não foram apresentadas … por ninguém.

A proposta apresentada pela APED foi criticada, mas, olhando bem para os últimos tempos, esta foi a única que oferecia uma solução para um problema que, mais tarde ou mais cedo e de uma forma ou de outra, vai bater à porta de todos.

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