Distribuição

Sonae com 30% do mercado

Por a 3 de Janeiro de 2008 as 12:00

sonae

Quatro meses após o anúncio da compra da operação do Carrefour Portugal – 12 hipermercados, 8 postos de combustível e 13 projectos licenciados – por 662 milhões de euros, a Sonae Distribuição obteve luz verde da Autoridade da Concorrência (AdC) para efectivar a aquisição, impondo no “projecto de decisão” algumas condições.

Revelando-se «globalmente satisfeito», Nuno Jordão, CEO da Sonae Distribuição, congratulou-se pelo facto da decisão da AdC ter sido tomada ainda em 2007, «facto que nos permite entrar em 2008 com o projecto todo delineado».

De 25 para 30%

Com esta operação, a Sonae Distribuição vê a quota no mercado retalhista de base alimentar em Portugal subir de 25 para 30%, distanciando-se, assim, da concorrência Jerónimo Martins (19%), Intermarché (16%), Auchan (11%) e Lidl (11%), referindo o responsável do grupo pertencente à Sonae SGPS que esta concentração em nada irá «prejudicar o consumidor», admitindo mesmo que os preços irão baixar, até porque, segundo referiu na conferência de imprensa, «o Continente é a insígnia com imagem de preço mais barato».

Resumindo os remédios impostos pela AdC, a Sonae Distribuição terá de “sacrificar” 32.000 m2 de área de venda, sendo que 15 mil terão de ir para concorrentes, enquanto os restantes 17 mil serão sujeitos a uma redução de área de venda alimentar (em funcionamento ou já licenciada).

No que diz respeito à venda de activos – Modelo, Continente ou Carrefour – em Coimbra e Portimão, Nuno Jordão adiantou que a escolha deverá recair sobre o Modelo, implicando esta decisão a venda de uma área de venda contígua de 1.000 m2. Já no que concerne à Margem Sul (Montijo, Barreiro e Seixal), a Sonae Distribuição compromete-se a limitar o crescimento da área de vendas durante 3 anos, após conhecida a decisão definitiva da AdC, não podendo ultrapassar a área de venda os 50.000 m2. Em Paços de Ferreira e Penafiel, a condições da AdC levam a que a Sonae Distribuição reduza a área de vendas em 2.000 m2, enquanto no Grande Porto esta redução totaliza 8.600 m2, implicando, obrigatoriamente, a diminuição da área de venda de um projecto de hipermercado no centro do Porto em, pelo menos, 1.500 m2 e mais 2.000 m2 num supermercado Modelo em funcionamento em Valongo.

Empregos garantidos

Quanto a possíveis compradores, o responsável máximo pela Sonae Distribuição não adiantou quaisquer nomes, admitindo, no entanto, «que se tratam de activos de qualidade, muito atractivos e com inquestionável valor de mercado. Teremos, com toda a certeza, mais do que um ou dois interessados nestas unidades», embora tenha assumido que «preferíamos não ter sido obrigados a estes desinvestimentos, mas vamos tentar ser expeditos na resolução de todo este processo».

Certo ficou, também, que a insígnia Não Alimentar Maxmat «possa vir a ser a mais beneficiada» por estas condições impostas pela AdC. Garantia deixada por Nuno Jordão foi a de que, caso este “projecto de decisão” se torne em decisão, «os trabalhadores do Carrefour não terão de recear pelos postos de trabalho», salientando que, com as actuais licenças em aberto, «os actuais funcionários vão ser poucos», bem como a manutenção do plano de investimentos de 900 milhões de euros (600 milhões Sonae e 300 milhões Carrefour) até 2009, não fechando porta a novas oportunidades de negócio, «quer em Portugal, quer em Espanha».

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