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Sabores de Cristal

Por a 3 de Janeiro de 2008 as 12:00

cristal

O fundo de maneio não lhe deixa grande margem de manobra para investir em fortes campanhas publicitárias. Apesar da discreta presença, a José Marques Agostinho e Filhos, produtora do vinagre Cristal, revela alma empreendedora. Deu as mãos à Comtemp e edificou uma fábrica com capacidade para servir todo o mercado nacional

Com 20 milhões de litros de capacidade instalada, a unidade industrial detida em partes iguais pela José Marques Agostinho e Filhos & Cia. e a Comtemp (Companhia dos Temperos) representa um investimento de quatro milhões de euros. Dedica-se exclusivamente à produção de vinagre e deverá estar a funcionar em pleno no início do ano.

A unidade fabril, implantada na zona industrial do Entroncamento, ocupa 3.900 metros quadrados e reúne capacidade para abastecer o consumo nacional. Segundo a AC Nielsen, o canal alimentar vendeu 5,3 milhões de litros de vinagre até à última semana de Novembro do presente ano, cifra que apesar de contabilizar apenas as vendas nos hipers e supermercados ainda está muito longe da capacidade de produção da nova unidade industrial.

Por isso, parte da produção atravessa fronteiras. É a Agostinho e Filhos que faz a produção da marca própria de vinagre da cadeia Dia em Espanha, insígnia pertencente ao universo Carrefour. Na frente interna, produz a marca própria do distribuidor madeirense Sá, assim como das cadeias grossistas GCT (marca Elos) e M. Cunha. Fabrica ainda a marca “Casa de Pasto” à venda nas 75 lojas discount do grupo alemão Plus.

Mas a empresa não baixa os braços. Com a nova unidade fabril, a ambição ganhou asas e o objectivo é desenvolver mais contratos desta natureza.

A gama vinagre Cristal (tinto e branco) foi dotada de uma nova referência – cidra em embalagem PET – já disponível nas grandes cadeias de distribuição. O preço faz jus à qualidade e ao posicionamento Premium do vinagre, que custa em média três vezes mais. Os alicerces da estratégia para este produto, aliás, passam mesmo pelo desenvolvimento de novas referências. Consolidar a marca no canal Alimentar, à boleia dos novos produtos, é outro dos desafios da Agostinho e Filhos.

O canal Horeca é o calcanhar de Aquiles da empresa. Mas o sector vai conhecer uma lufada de ar fresco no início do ano. «Estamos à procura de parceiros para desenvolver o negócio no Horeca e vamos ter um colaborador dedicado exclusivamente ao canal», revelou Gonçalo Lourenço Maia, Gerente e Director da José Marques Agostinho, Filhos & Companhia, Lda.

Alcançar a 3.ª posição

A José Marques Agostinho abraçou o negócio do azeite em Março de 2006. A alteração legislativa no sector da restauração, foi o ponto de partida. Desde então, já escoou cerca de 250 toneladas deste produto.

«Não somos produtores de azeite», explica, Gonçalo Maia, «mas as fórmulas e marcas são nossas». A matéria-prima é adquirida junto de produtores do Ribatejo, Alentejo e Espanha.

Apesar do curto tempo de vida, já alcançou os estatutos de melhor sabor e escolha acertada. O director da empresa destaca, com ponta de orgulho, os prémios atribuídos à sua mais recente aposta. Azeite Cristal foi distinguido na primeira edição do concurso Sabor do Ano e teve honras de destaque na revista Proteste, da DECO.

A ambição da empresa familiar é conquistar a terceira posição no sector do azeite, logo a seguir à Gallo e Oliveira da Serra. Para isso, os responsáveis da José Marques Agostinho vão criar sinergias entre os dois produtos, azeite e vinagre, e aproveitar a longa experiência de negociação, para conquistar retalhistas e consumidores. Gonçalo Maia lança metas para cinco anos: alcançar dois dígitos de crescimento, embora se escuse a apontar um número redondo.

O mercado nacional de azeite movimentou 95 milhões de euros, até Novembro último. Passaram pelas caixas de saída da distribuição Moderna 25 milhões de litros do “líquido de ouro”. A referência virgem extra é campeã nas vendas. A oferta da José Marques Agostinho não é alheia a este facto. A empresa comercializa três tipos de azeite virgem-extra. A saber: clássico, superior e selecção.
B.I.

José Marques Agostinho, Filhos & Companhia, Lda.

Constituição: 1930

Capital distribuído pela família Marques e Agostinho

4 áreas de negócios:

Alimentar (vinagre, azeite e molhos)

Combustíveis (venda a granel e no retalho)

Gás (Esso)

Lubrificantes

Volume de negócios em 2008:

7 milhões de euros

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