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Produtos saudáveis marcam tendências

Por a 14 de Dezembro de 2007 as 9:00

manteiga

No mercado dos lacticínios, assim como em quase todos as categorias alimentares, as tendências de consumo são marcadas pelo privilégio dos produtos saudáveis. Indo ao encontro das preocupações da população com o teor de gordura que ingere. No entanto, manteigas e natas são presença constante nas dispensas nacionais.

«Portugal é um país de grandes consumidores de manteiga», descreve Cristina Vasconcelos, coordenadora de gestão de categorias da Lactogal, companhia que produz e comercializa marcas como Mimosa, Agros, Gresso, Matinal, Milhafre e Primor. O pão com manteiga continua a ser um dos “pecados” diários dos portugueses.

Apesar de já ser um mercado maduro, neste último ano as manteigas apresentaram um crescimento acima dos 3%. De acordo com a responsável, esta subida é «muito significativa», mais pelo que representa do que pelo que vale. «Evidencia o poder de captação que um produto tão tradicional como a manteiga tem quando, pela via da inovação e da sua origem natural, acompanha as principais tendências de consumo».

A manteiga tradicional continua a ser o segmento mais relevante, no entanto, as “magras” já representam mais de 30% deste mercado. Aliás, tem sido esta categoria que mais tem crescido ao longo dos últimos anos. «Desde a sua criação, com Manteiga Matinal, que cresce sustentadamente e revela ainda potencial de afirmação», explica Cristina Vasconcelos.

É neste sub-segmento que têm havido mais novidades e lançamentos: manteigas magras e fáceis de barrar. É, principalmente, nos processos de fabrico deste produto que se têm verificado um nível de inovação enorme, «no sentido de garantir um sabor natural e “a manteiga” apesar da redução dos teores de gordura», revela.

Quanto às tendências deste mercado, a coordenadora de gestão de categorias da Lactogal destaca em primeiro lugar os produtos de origem natural, como os biológicos. Em segundo lugar, que se aliem a alimentação de conveniência, como a pequenas refeições (entradas, sanduíches, lanches, etc) e, por último, têm que trazer prazer para o dia-a-dia. «A manteiga responde integralmente a estas três tendências».

No Ano Móvel Agosto/Setembro 2007 foram comercializados cerca de 9,250 milhões de quilos de manteiga, e foram gerados 51,684 milhões de euros, o que representa um crescimento de 3,5% e 1,9%, respectivamente, face ao período homólogo.

Apesar do sub-segmento manteigas com sal ter registado vendas de 9 milhões de quilos e o sem sal se ter ficado pelos 234.301, foi o segundo que mais cresceu: 15,6% (volume) e 15,7% (valor), enquanto o primeiro subiu apenas 3,2% e 1,6%, em volume e valor, respectivamente.

Natas cheias de potencial

Contrariamente às manteigas, o mercado das natas ainda não está maduro, tem uma taxa de penetração de 63% e tem apresentado crescimentos nos últimos anos. Também neste segmento dos lacticínios, produtos com menos açúcar, teor de gordura e calorias, são as grandes apostas da indústria nacional.

Neste sentido, a Lactogal lançou este ano uma novidade única no mercado Nata Mimosa Ligeira, só com 10% de gordura. Agora, «consolidar este lançamento é a prioridade», refere Cristina Vasconcelos.

As natas ultrapasteurizadas tem um peso fundamental, valendo quase 90% do mercado, de acordo com dados fornecidos pela responsável da Lactogal. No entanto, o segmento mais dinâmico é o das natas UHT, com crescimentos em volume na ordem dos 8%. Já as natas pasteurizadas têm apresentado uma tendência de decréscimo. Para tentar inverter esta situação, a Mimosa lançou uma embalagem mais prática e já tem «alguns sinais nesse sentido».

«Quase todos países da Europa, fruto da sua tradição culinária, têm níveis de consumo superiores aos de Portugal», refere a coordenadora de gestão de categorias da Lactogal. «Isto representa um enorme sinal do potencial que esta categoria, se bem trabalhada pelos seus operadores, tem a revelar». É neste sentido que a Mimosa tem apostado na promoção do consumo/utilização, «aumentando a pertinência da nata na culinária do dia-a-dia, que se quer “fácil, simples e rápida”».

UHT sobem e pasteurizadas descem

No Ano Móvel Agosto/Setembro, foram vendidas cerca de 37 milhões de embalagens de 1/5 litros de natas (+6,6% face a período homólogo), o que representou vendas na ordem dos 18,230 milhões de euros para a indústria (+4,1%).

Deste total, cerca de 33 milhões de embalagens comercializadas são natas UHT, uma subida de 8,5% face ao mesmo período do ano passado. Enquanto das natas pasteurizadas foram vendidas 3,990 milhões de embalagens de 1/5 litros, -6,7%.

Em valor, as natas UHT renderam 14,8 milhões de euros, durante este período, e as pasteurizadas cerca de 3,5 milhões, +5,9% e -2,9%, respectivamente.

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