Outras Opiniões

O que seria do nosso quotidiano sem a logística?

Por a 13 de Julho de 2007 as 9:00

manuel ribeiro

Antes de avançarmos no artigo propriamente dito, façamos um preâmbulo pela origem da Logística.

O termo Logística foi desenvolvido por militares para designar estratégias de abastecimento dos seus exércitos na “frente” de batalha, com o intuito de que nada lhes faltasse. E o que não poderia faltar?

Itens indispensáveis tais como: armamento, munições, medicamentos, alimentos, vestuário adequado nas quantidades certas e no tempo certo, pois não adiantaria absolutamente nada aos soldados receberem tudo aquilo que necessitavam depois de derrotados pelos inimigos.

A Logística surge aí.

O General Von Claussen foi o primeiro a utilizar esse termo. Posteriormente, em meados de 1950, a Logística, surge como matéria na Universidade de Harvard, nas cadeiras de Engenharia e Gestão de Empresas.

Em tempos de globalização e de alta competitividade empresarial, a Logística, hoje em dia, é sem sombra de dúvida o grande diferencial em termos de gestão.

No passado, administrava-se de uma forma bem mais experimental e as empresas nem sequer tomavam conhecimento das variáveis que hoje são imprescindíveis: prazos a cumprir, qualidade, inovação tecnológica bem como o controlo dos custos logísticos, que sabemos rondam os 30 % do overhead das empresas.

Com o passar do tempo, as empresas descobriram que os clientes se tornavam cada vez mais exigentes em relação aos aspectos acima citados e principalmente com os preços a que os produtos chegam aos locais de venda. Com o objectivo de prestar o melhor serviço aos clientes, passou-se então a dar maior valor à Logística, pois ela é a responsável pela permanência no seu mercado de actuação, em virtude de permitir administrar melhor os custos da matéria-prima ou produtos, transportes, produção e stock bem como os prazos de entrega.

Façamos um exercício prático e simples:

Hoje em dia se um cliente que visita uma loja não encontra a marca que corresponde às suas reais necessidades, desejos e valores, ele acabará por optar por outra. Se tivermos em conta a origem militar da palavra Logística, perceberemos rapidamente que a marca não existente estará nesse momento a perder uma batalha muito séria e possivelmente a guerra da concorrência. Para ilustrar: uma determinada marca de calçado não entregou os seus produtos num determinado ponto de venda. Este, por sua vez, decidiu ocupar o espaço referente a essa marca, com o seguinte aviso:

“Espaço reservado à Empresa XPTO que não nos entregou os seus produtos no tempo previsto”.

Ora, maior penalização do que esta não pode haver. Esse é com certeza o Marketing que nenhuma empresa neste novo cenário de alta competitividade gostaria de ter, ou seja, a ineficiência e ineficácia da sua Logística expostas. Tudo porque a atitude da Empresa que deixou de entregar os seus produtos contraria os preceitos básicos da Logística, que dizem: “Os produtos devem estar nos lugares certos, na hora certa, nas quantidades certas, ao menor custo possível”. Portanto, logicamente essa empresa perdeu um mercado importante que dificilmente conseguirá reconquistar.

Em síntese, o grande desafio imposto pela globalização das empresas é que o cliente tem de estar na ponta da cadeia produtiva sendo ele o propulsor que exige prazos de entrega cada vez menores e, ao mesmo tempo, uma maior disponibilidade de serviços e produtos.

Nesta perspectiva, as empresas que têm êxito são as que prevêem as mudanças e desenvolvem antecipadamente as suas estratégias. A Logística, sob a óptica da gestão da cadeia de abastecimento (supply chain management), representa uma das mais importantes dimensões estratégicas, pois recompensa certas qualidades de organização, em particular a adaptabilidade, a flexibilidade, a decisão e a rapidez.

A gestão das cadeias de abastecimento, ou seja, a prática da Logística empresarial, exige pessoas especialmente preparadas, para actuarem tanto ao nível estratégico como operacional das empresas. Hoje em dia já existem vários cursos rápidos, seminários, congressos, que servem como especialização para os profissionais que actuam na área ou para aqueles que desejam entrar nela.

A visão global e as suas principais implicações nas operações logísticas de uma organização são elementos fundamentais para a tomada de decisões que afectam os resultados desejados. Em resumo, gerir uma cadeia Logística é procurar satisfazer as necessidades dos clientes com a máxima qualidade e custos mínimos. Essa é a receita para manter e aumentar o nível de competitividade.
Manuel Ribeiro, Director Comercial e de Marketing da Rangel Expresso/FedEx

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