FMCG Vinhos

Rita Roquette, Administradora da Direct Wine

Por a 20 de Abril de 2007 as 10:00

xisto

«Um grande vinho português sem fronteiras»
Depois do lançamento do primeiro Xisto Roquette & Cazes 2003, em Abril de 2006, as duas famílias – Jorge Roquette, da Quinta do Crasto, e Jean-Michel Cazes, do Château Lynch-Bages, apresentam o néctar da colheita 2004

Produzido a partir das castas Touriga Nacional (65%), Touriga Franca (15%) e Tinta Roriz (25%), o novo Xisto – Roquette & Cazes 2004 marca novamente um néctar com as características naturais do Douro e a elegância dos vinhos de Bordéus. «Os excelentes resultados obtidos superaram todas as expectativas e vieram confirmar não só a excelência do produto, como a boa aceitação da nossa empresa», justificou Rita Roquette durante a apresentação do néctar. Em entrevista, a administradora da Direct Wine, empresa responsável pela distribuição do vinho, explica a razão deste lançamento e os objectivos para o futuro.

Hipersuper (H.): Como nasceu este projecto entre as famílias Roquette e Cazes para a produção de um vinho?
Rita Roquette (R.R.): Este projecto nasceu em 2002, quando o meu pai, Jorge Roquette, e Jean Michel Cazes, amigos de longa data, decidiram criar uma empresa para produzir um vinho que fosse marcado pelas características naturais do Douro e também pela elegância de Bordéus.

H: O objectivo sempre foi a produção de um vinho Premium?
R.R.: Sim, sem dúvida. Resolvemos apostar num vinho de qualidade superior, pois achamos que tínhamos todos os ingredientes para fazer um excelente vinho.

H: Porque razão escolheram a região do Douro para a produção deste vinho e não a região de Bordéus?
R.R.: Pensamos que seria muito interessante utilizar as castas do Douro e obter um bom resultado com a tecnologia bordalesa, para além disso como é sabido o Douro está a emergir como uma região de reconhecida qualidade a nível mundial.

H: Como é que se consegue produzir um vinho quando as equipas de enologia está a uma distância de mais de 1.000 kms uma da outra?
R.R.: O excelente entendimento entre a equipa de enólogos é facilitado pelos meios modernos de comunicação, mas são necessárias visitas regulares de Daniel Lose à Quinta do Crasto, sobretudo durante a vinificação e a elaboração dos lotes.

H: Referem que os grandes desafios do Xisto 2004 é respeitar o terroir do Douro, mas também a elegância dos vinhos de Bordéus. Podemos dizer que este é um vinho “sem fronteiras” ou um néctar português?
R.R.: Eu diria que este é um grande vinho português sem fronteiras.

H: Qual o investimento feito para a produção do Xisto?
R.R.: O investimento realizado não foi significativo, já que a origem das uvas provem de umas vinhas arrendadas, e todo o trabalho desde a fermentação até ao engarrafamento é efectuado em regime de outsoursing pela Quinta do Crasto. O investimento com significado é a aquisição anual de barricas de carvalho francês.

H: Como correu a comercialização da primeira produção – Xisto 2003?
R.R.: A comercialização do Xisto 2003 superou todas as minhas expectativas. Teve uma excelente aceitação no mercado nacional e nos mercados externos.

H: Quais as expectativas em relação a esta nova colheita?
R.R.: O ano 2004 foi um ano excelente na região do Douro. Na minha opinião e na opinião dos enólogos, o Xisto 2004 poderá vir a mostrar-se ainda melhor que o 2003.

H: Houve um aumento de produção para o Xisto 2004 face à colheita de 2003?
R.R.: Sim. Fizemos em 2003 cerca de 30.000 garrafas, e em 2004 cerca de 37.000 garrafas.

H: Haverá Xisto todos os anos?
R.R.: Em princípio haverá Xisto todos os anos, com mais ou menos quantidade, mas seremos sempre muito selectivos no que respeita à qualidade, pelo que não é de excluir que num ano de condições muito adversas possamos decidir não fazer Xisto.

H: Quais os mercados-alvo do Xisto?
R.R.: Para além do mercado doméstico, ao qual atribuo grande importância, destaco os Estados Unidos da América, Reino Unido, Brasil, Suiça, Alemanha e Canadá.

H: Que diferenças encontram nos diversos mercados?
R.R.: Há sempre mercados em que é mais fácil penetrar do que outros e isto deve-se à concorrência local.

H: Como é que se explica ao mercado que existem duas famílias com tradição no mundo dos vinhos a produzir um vinho do Douro?
R.R.: Considero uma excelente oportunidade partilhar experiências num terroir excepcional.

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