Conselho dos Notáveis

Conselho dos Notáveis

Por a 20 de Abril de 2007 as 10:00

Apesar das reivindicações da Distribuição Moderna relativamente à venda de combustíveis, a adesão tem sido fraca. Situação idêntica vive-se nos medicamentos. Se no primeiro caso, os “Notáveis” apontam para um aumento dos postos, na segunda, a formação necessária tem atrasado este processo. Analisados foram ainda os dados do INE referentes à campanha do azeite, bem como a Centromarca e a última compra de Joe Berardo.1. Um estudo interno da BP revela que a as grandes superfícies são responsáveis por 7% das vendas de combustíveis em Portugal. Apesar de ter constituído uma luta por parte da Distribuição Moderna, a adesão tem sido fraca.

Este facto deve-se à excessiva burocracia necessária para a abertura de um posto de combustível nas superfícies comerciais. 12.2%

Para a Distribuição Moderna, os postos de combustíveis não são um negócio interessante. 12.2%

Não deixa de ser curioso verificar que, após tão longa batalha para obterem autorização para postos de combustíveis, as empresas da Distribuição Moderna não possuam mais postos. 41.4%

As licenças até agora concedidas fazem prever um aumento dos postos de combustíveis na Distribuição Moderna. 34.2%
2. A par dos postos de combustíveis, também a comercialização de Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) constituíram uma exigência por parte da Distribuição Moderna. No entanto, também neste caso a adesão tem sido fraca.

Tal como nos postos de combustíveis, a excessiva burocracia necessária para a abertura de um espaço para a comercialização de MNSRM leva as empresas a não optar por esta situação. 9.8%

Os investimentos necessários são demasia-damente elevados e o negócio não se prevê rentável para a Distribuição Moderna. 2.5%

Até o problema da distribuição dos medicamentos estar resolvida, poucos serão
as empresas da Distribuição Moderna que apostarão nesta actividade. 26.8%

A formação necessária para a abertura de locais para a venda de MNSRM tem atrasado
o processo, mas ao curto prazo deverão surgir mais espaços para a comercialização de MNSRM. 60.9%
3. A GCT – Gestão de Comércio Total – criou, juntamente com a Valmenta Inversiones, o maior operador logístico ibérico de foodservice.

Este negócio só vem provar que existem, em Portugal, empresas com capacidade financeira e, principalmente, visão para alargar o seu negócio. 26.9%

Este negócio só é possível porque existe uma joint-venture com uma empresa espanhola. Individualmente, a GCT não teria capacidade para tornar-se no maior operador logístico ibérico. 31.7%

Estas “alianças” a empresas espanholas poderão constituir a única via de empresas portuguesas entrarem no mercado espanhol. 19.5%

Se existir coragem financeira, são muitas as empresas portuguesas com capacidade de alargar os seus negócios a outros países. 21.9%
4. Os dados do INE relativamente à campanha de azeite 2006/2007, apontam para mais, mas pior azeite.

São simplesmente consequências das condições climáticas que prejudicaram a campanha. Há anos bons e outros maus. 48.7%

É o resultado da falta de investimento num sector que tem vindo a ser esquecido, não só pelas autoridades governamentais, bem como pelos próprios agricultores. 20.5%

Esta poderá ser a altura certa para os produtores pararem e pensarem no futuro deste sector, apostando mais em inovação. 28.3%

Citando o próprio ministro da Agricultura, Jaime Silva: “O investimento na agricultura não é produtivo”. 2.5%
5. A Centromarca (Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca) aumentou o número de associados para 54 membros.

Este é o reconhecimento da actividade persistente que a associação tem desenvolvido na defesa das empresas e das suas marcas. 41.4%

Com o aumento da importância das Marcas da Distribuição, é natural que as marcas de fabricante sintam necessidade e utilidade em unirem-se na defesa das suas marcas. 43.9%

Somente com marcas fortes fará sentido possuir uma associação deste tipo. 12.2%

Num tão vasto universo de marcas, uma associação com 54 membros é insignificante. 2.5%
6. O Comendador Joe Berardo adquiriu, recentemente, 60% das Caves Aliança, tornando-se, assim, num dos maiores empresários do sector vitivinícola nacional.

Trata-se de um negócio de quem conhece bem o mercado dos vinhos, que possui capacidade financeira para investir e que só poderá ser benéfico para as empresas, bem como para o sector do vinho nacional em geral. 24.4%

É preferível ter grandes empresários no mundo do vinho, com capacidade para investir e promover, do que ter uma imensidão de empresas sem qualquer possibilidade de sobrevivência. 43.9%

Detendo já a Bacalhôa Vinhos de Portugal (Quinta do Carmo, Quinta da Bacalhôa, Quinta das Ânforas, Quinta dos Loridos), 33% da Sogrape SGPS, tendo iniciado negociações para a compra dos vinhos da Casa do Douro e 40% da Real Companhia Velha, poderá ser prejudicial para o sector dos vinhos nacional ter alguém a controlar tanto vinho. 0.0%

Este negócio é uma consequência da falta de capacidade financeira dos produtores de vinho portugueses. Dada a situação vivida pelo sector, é previsível que, no futuro, existam mais negócios deste tipo. 31.7%
Fonte: Dados recolhidos e trabalhados pelo Jornal Hipersuper; Universo de 69 pessoas, 41 respostas

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