FMCG Marcas

Susana Pais, Gestora de produto da Vitacress

Por a 30 de Março de 2007 as 19:04

 Susana Pais

Após três anos a operar no Continente, assentou arraiais na Madeira e já tem na forja os Açores.A Vitacress está a apostar forte nas ilhas portuguesas para alargar a distribuição dos vegetais e legumes prontos a consumir. Conquistar a liderança é o grande objective

A estratégia da Vitacress para as ilhas, a grande aposta no mercado espanhol e os resultados do ano passado são temas em destaque na entrevista a Susana Pais, gestora de produto da empresa.

Hipersuper (H.): A Vitacress começou a operar recentemente na Madeira? Como nasceu o projecto?
Susana Pais (S. P.): Começámos a trabalhar com o grupo Sá no supermercado do Campo Pequeno, depois de a empresa madeirense ter revelado interesse em trabalhar connosco. O resultado foi a transferência dos produtos Vitacress para o arquipélago.

H.: Trabalham com outros grupos de distribuição?
S. P.: Sim. Com a Modelo Continente, embora com expressão mais reduzida.

H.: Distribuem também para o canal Horeca?
S. P.: É complicado trabalhar este canal na Madeira. Acabamos por fazê-lo através do grossista Recheio, mas não da mesma forma como o fazemos cá, por causa da envolvente logística.

H.: Qual é o meio de transporte dos produtos?
S. P.: São produzidos em Odemira, embalados no mesmo local, e seguem de avião. Se saírem da fábrica no Domingo, chegam à ilha no mesmo dia ou na manhã seguinte.

H.: Qual foi a meta estabelecida para a Madeira?
S. P.: A liderança. Ou seja, em volume cerca de uma tonelada anual, e em valor entre dois a três por cento da facturação do grupo.

H.: Então, a concorrência chegou ao arquipélago antes da Vitacress?
S. P.: Sim, mas há espaço para a Vitacress crescer. Prova disso é o convite do grupo Sá. Apesar de sermos concorrentes, trabalhamos conceitos diferentes e, como tal, conseguimos coexistir no mesmo espaço sem grandes dificuldades.

H.: Elaboraram alguns estudos?
S. P.: Não, mas fizemos análises de vendas e tínhamos dados comerciais sobre o mercado, alguns dos quais facultadas pelo Sá.

H.: Como estão a correr as vendas?
S. P.: Bem, mas ainda é cedo para apontar números redondos.

H.: Em que estratégia apostaram para conquistar os madeirenses?
S. P.: Acções de degustação no ponto de venda com a ajuda do chefe Hernâni, que inclusive vai dar uma palestra sobre a temática da nutrição. Em breve, vamos apostar também em publicidade na televisão da Madeira.

H.: Está nos horizontes da empresa o mercado açoriano?
S. P.: Sim, vamos entrar este ano, estamos em fase de negociações. A proposta surgiu de um empresário que detém uma rede de supermercados e restaurantes nos Açores. Estamos a organizar a parte logística.

H.: No ano passado, Espanha era o grande desafio. E este ano?
S. P.: Também. É um mercado muito competitivo e fechado. Em termos logísticos, também é mais complicado, porque a área do país é cinco vezes maior do que a nacional, facto que exige uma cadeia logística muito bem preparada e implementada. Em Madrid, temos já um núcleo de distribuidores subcontratados que vão ajudar a chegar ao cliente com maior eficiência e rapidez.

H.: Operam só no retalho?
S. P.: Sobretudo no retalho. Mas, há grande procura por parte dos operadores do Horeca, especialmente na Catalunha e Valência. No entanto, a aposta inicial é a grande distribuição, por questões que se prendem com logística e rentabilidade.

H.: Quais são os mercados internacionais onde vendem mais?
S. P.: Inglaterra, país de origem da empresa, seguido de Portugal e Espanha.

H.: Qual é o peso das marcas da distribuição neste mercado?
S. P.: Estão a crescer. É uma tendência que já assistíamos no Norte da Europa e que sabíamos que chegaria cá entre seis a sete anos.

H.: O que é feito para contrariar essa evolução?
S. P.: Há duas estratégias: ignorar as marcas brancas, por um lado, e conciliar as duas, por outro. Como há espaço para todos, apostamos na última.

H.: Isso quer dizer que embalam para grupos de distribuição?
S. P.: Sim, para o Pingo Doce e a Sonae Distribuição. Dentro de um mês, vamos desenvolver testes com o Dia/Minipreço.

H.: Há diferenças entre os produtos que embalam para as insígnias?
S. P.: Apenas em preço, que reflecte a embalagem, a carga logística, assim como o custo de marketing e desenvolvimento.

H.: Essa estratégia pode revelar-se prejudicial para a Vitacress?
S. P.: Nesta fase, não. Há espaço para todos e a Vitacress aposta na inovação e, nesse sentido, há grande aceitação por parte dos consumidores. As nossas saladas são exclusivas.

H.: Qual é o vosso canal de distribuição mais forte?
S. P.: O retalho. Em termos de penetração, por questões logísticas, é mais complicado chegar ao canal Horeca. Estamos à procura dos parceiros certos para desenvolver este mercado.

H.: Qual foi a facturação em 2006?
S. P.: Prevemos ter facturado 25,7 milhões de euros, valor que traduz um crescimento de dois dígitos face ao ano anterior. A nossa quota de mercado em valor é de 33%.

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