Distribuição

Vendas JM crescem 15%

Por a 1 de Março de 2007 as 19:05

JM

O grupo Jerónimo Martins (JM) encerrou as contas de 2006 com lucros consolidados que ascendem a 116,2 milhões de euros, correspondendo a uma subida de 5,2% face ao exercício de 2005.

As vendas consolidadas do grupo liderado por Alexandre Soares dos Santos cresceram 15,1%, atingindo 4,407 mil milhões de euros – valor mais elevado na história do grupo -, «apesar da elevada pressão competitiva nos mercados onde a JM opera», referiu Soares dos Santos, presidente do Conselho de Administração.

Na conferência de imprensa que marcou a apresentação dos resultados do grupo para 2006, Alexandre Soares dos Santos referiu ainda «a excelente performance da JM, tanto a nível nacional como internacional», destacando a actividade polaca com a Biedronka, salientando que «somos a 16.ª empresa mais importante no país. Estão lá todos (Carrefour, Metro, Tesco), mas o líder absoluto em termos de vendas é a Biedronka».

Destacado por Soares dos Santos foi ainda a questão da Responsabilidade Social na Polónia, onde a JM, mercê da parceria efectuada com a Danone, «desenvolveru um produto único no país. Tínhamos verificado que 30% das crianças polacas iam para a escola sem tomar o pequeno-almoço. Graças a esta parceria com a Danone, colocamos este produto no mercado, cujo objectivo não é o lucro, dado que o vendemos a custo de produção».

Quanto ao futuro, o presidente do Conselho de Administração da JM deixou a seguinte mensagem: «o futuro vai ser igual ao nosso presente. A Jerónimo Martins vai crescer e vai ter novas iniciativas. Somos líderes e vamos continuar a liderar o retalho em Portugal».

As questões operacionais foram apresentadas por Luis Palha, CEO – Chief Executive Officer e CFO – Chief Financial Officer da Jerónimo Martins, afirmando no começo da sua intervenção que «no ano de 2006 registámos crescimento em todas as áreas de negócio. Crescemos acima da média do país, quer em Portugal, quer na Polónia».

Analisando em pormenor as contas da JM, o Pingo Doce prosseguiu a sua estratégia baseada em preços competitivos, conveniência e qualidade de perecíveis e da sua marca própria. O sucesso desta estratégia é demonstrado pelo crescimento like-for-like das vendas (+11,2%), a que correspondeu um aumento em volume de 13,4%.

O Pingo Doce procedeu, ao longo de 2006, à remodelação de 25 unidades, inaugurando 10 novas lojas, terminando o ano com 189 unidades em Portugal Continental.

No Feira Nova, o reposicionamento de preços e de formato deu um forte contributo para a expansão dos negócios. As vendas subiram 8%, para 739,6 milhões de euros, tendo-se registado um aumento das vendas like-for-like de 2,1% no formato das médias superfícies. «Os hipermercados continuaram a ser afectados pelo difícil enquadramento competitivo sentido neste formato», referiram os responsáveis da JM, salientando, no entanto, que o Feira Nova continuou a apostar na consolidação da sua presença no mercado, com a abertura de 9 médias superfícies, elevando o número total de unidades da cadeia para 38.

As vendas do Recheio atingiram 602,2 milhões de euros, um crescimento de 4,1% face a 2005. As vendas like-for-like aumentaram 3,6% (+5,3% no último trimestre), atingindo a insígnia, no 4.º trimestre, o seu objectivo de concentrar o maior peso das suas vendas no segmento Horeca, reforçando a prioridade nas áreas de perecíveis e marca própria (MasterChef), tendo igualmente aumentado as suas vendas no canal do retalho tradicional.

Na Madeira, os negócios do Pingo Doce cresceram 7,2%, em resultado da estratégia implementada, centrada na aposta na marca própria e na forte competitividade de preços. A operação de Cash & Carry na Madeira cresceu 1,6% face a 2005, como consequência do bom desempenho das vendas no canal Horeca.

Na área da Indústria, as vendas aumentaram 5%, atingindo 253 milhões de euros, não obstante a alienação do negócio de ultracongelados, concretizada no último trimestre de 2006. A estratégia de inovação, com forte investimento de marketing nas principais marcas, permitiu consolidar as quotas de mercado. Refira-se que esta área de negócio registou um crescimento de 5,5% do cash flow operacional, sendo responsável por 14,1% do EBITDA do grupo.

Na área dos Serviços de Marketing, Representações e Restauração, as vendas registaram uma taxa de crescimento (+7,7%) em resultado da evolução muito favorável no segmento da cosmética e do aumento do peso dos negócios de restauração. Nesta área, é importante destacar a diversificação do portfólio, que passou a integrar 13 lojas Olá e a contar com a representação das importantes marcas Lindt e Panini.

Na Polónia, a cadeia de retalho do grupo – Biedronka – «afirmou-se, uma vez mais, como líder incontestável no retalho alimentar», revelou Luís Palha. As suas vendas totais aumentaram 27,3% em euros, decorrente da expansão do parque de lojas (mais 100 lojas do que em 2005), combinado com o crescimento like-for-like das vendas de 11,8%, valor muito superior à média do sector. O peso da Biedronka nas vendas consolidadas do grupo aumentou para 38,9% em 2006 ( 35,2% em 2005). Na Polónia, a prioridade dada à eficiência da operação contribuiu, não só para a solidez do crescimento das vendas, como também para o reforço do EBITDA que atingiu 90,1 milhões de euros em 2006 (mais 31,8% do que em igual período do ano anterior).

O Chief Executive Officer e CFO – Chief Financial Officer da Jerónimo Martins referiu na conferência de imprensa que os negócios na Polónia representam já 33% nas vendas totais do grupo.

No final, Alexandre Soares dos Santos resposta de forma telegráfica à questão de cotar a Biedronka em bolsa: «Há condições, mas não há decisão». Quanto à Ahold e possível compra dos 49% que os holandeses colocaram à venda, Luís Palha referiu que «a realizar a compra, em nada afectará o plano de expansão da JM», salientando Soares dos Santos que «a Ahold está mais preocupada em vender o foodservice nos Estados Unidos. A Ahold está a pedir 4 mil milhões de dólares pelo foodservice na América, por isso não há comparação com o que se passa no nosso “bairro”».

Quanto aos possíveis planos de expansão para a Ucrânia, Roménia e vizinha Espanha, se em relação aos dois primeiro países a resposta foi de que «estamos a estudar», já em relação a “nuestros hermanos”, «a JM não está interessada. O timing deixou de existir.

Com um plano de investimentos de mil milhões de euros até 2009, os responsáveis da JM deixaram claro: «O grupo vai manter-se focado na contínua competitividade de preços e na melhoria da eficiência, intensificando simultaneamente o seu plano de expansão. O Pingo Doce continuará a definir objectivos de vendas ambiciosos, apostando ainda mais no desenvolvimento dos perecíveis e da marca própria como factores de diferenciação, o que, combinado com a abertura de novas lojas, reforçará a sua posição de liderança. O Feira Nova vai manter a aposta no formato de médias superfícies procurando, gradualmente, a optimização do investimento e dos resultados. O Recheio investirá no reforço da sua liderança no retalho tradicional e continuará a apostar no canal Horeca. A Biedronka pretende cimentar a sua elevada quota de mercado no retalho alimentar, através de ganhos de eficiência e no seu agressivo plano de expansão. Na área da Indústria, o investimento nas marcas líderes de mercado, sobretudo em inovação, continuará a ser a grande prioridade».

A conclusão de Alexandre Soares dos Santos foi simples e clara: «Quem tem de comandar o mercado somos nós e não os outros».