FMCG Vinhos

Presidente do IVDP contestado

Por a 23 de Fevereiro de 2007 as 16:52

jorge_monteiro

Em entrevista ao Jornal “O Liberal”, António Januário, vice-presidente do Conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), confessasse seriamente preocupado com o que se começa a esboçar para a região do Douro, considerando que «a liberalização desenfreada está prestes a chegar e que os pequenos e médios produtores correm sérios riscos de desaparecer». Pelo meio diz também que o presidente do IVDP, Jorge Monteiro, «se arrisca a ser moço de recados do ministro da Agricultura».

Na referida entrevista, António Januário diz: «Confesso que não estava à espera da continuidade do Eng.º Jorge Monteiro». Entre as razões apontadas pelo vice-presidente do Conselho Interprofisional do IVDP estão «rumores insistentes que correram na região e que indicavam que o Eng.º Jorge Monteiro iria integrar os quadros da Sogrape», além de considerar uma «indelicadeza» o que aconteceu na cerimónia promovida pela Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCEVE) no Palácio da Bolsa, «e onde o Sr. Presidente do IVDP se fez representar por um simples funcionário, estando presentes o Sr. Ministro da Agricultura, o Sr. Presidente do IVV e diversos directores regionais».

Perguntado se «com esta nova equipa e a continuidade de Jorge Monteiro, a Produção fica a perder para o Comércio?», António Januário foi direito ao assunto: «ao nível do Conselho Interprofissional, nós vamos dar início a um “jogo viciado” em que a Produção vai estar na maior parte dos casos, em “inferioridade numérica”. Esta é a razão fundamental pela qual eu entendo que o Eng. Jorge Monteiro não seria pessoa mais aconselhável para presidir ao IVDP. Porque entendo que o requisito da equidistância é essencial. Além disso, o Eng.º Jorge Monteiro tem abdicado de exercer com autonomia, a gestão do Instituto. Assim ele arrisca-se a ser apenas – e digo-o sem qualquer tipo de ofensa – um “moço de recados” do Sr. Ministro da Agricultura relativamente ao Douro».