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Portugueses elegem o “Sabor do Ano”

Por a 7 de Fevereiro de 2007 as 17:15

sabores

Depois de 10 anos de sucesso em França, a Monadia, empresa francesa de estudos de mercado, internacionaliza o símbolo “Reconhecido Sabor do Ano” e Portugal foi o país eleito para começar. A partir da semana que vem, as empresas do ramo alimentar já se podem inscrever neste concurso, que visa eleger os produtos com maior qualidade.

«“Sabor do Ano” é o processo de reconhecimento da qualidade gustativa de um produto, através da prova e aprovação por parte dos consumidores», como explicou José Borralho, Director-Geral da Tryp Network, representante em Portugal do concurso. «Os produtos serão aprovados de acordo com os princípios da análise sensorial, feito por entidades reconhecidas: a escola superior de biotecnologia do Porto e o Instituto Superior de Agronomia. São eles que vão coordenar toda a vertente científica».

As empresas inscrevem-se com os produtos que consideram ter qualidade, e estes seguem para os laboratórios. Os produtos podem ser apresentados de quatro formas: frescos, quentes, com e sem preparação, «se apresentar molho para carne, o consumidor não vai provar o molho, logo o laboratório cozinha um pedaço de carne e é-lhe aplicado o molho. Assim, o consumidor prova, sem qualquer adição de temperos».

Os testes são feitos de manhã e cada pessoa só prova no máximo seis produtos numa lógica de refeição, apresentados em forma de menu. As crianças só votam sobre o cheiro e sabor e, no caso dos bebés, são as mães que provam. Depois os consumidores dão uma nota e se o produto não atingir o valor mínimo de qualidade, estabelecido pelos laboratórios, «não há reconhecimento para ninguém». Os produtos que receberem o “Reconhecimento Sabor do Ano” poderão usar o logótipo.

Pode também dar-se o caso de provas mistas, em que os provadores profissionais são chamados para dar nota em conjunto com o consumidor. «Mas só deverá acontecer no caso dos vinhos e azeites, porque muitas vezes o público não sabe apreciar o azeite puro, nem está habituado a provar e distinguir vinhos».

José Borralho aponta várias vantagens para a participação das empresas no “Sabor do Ano”: «Primeiro é um sinal de distinção, se uma empresa tem um produto aprovado por consumidores, posiciona-se melhor em termos de qualidade». Também traz vantagens ao nível da grande distribuição, «porque esta procura produtos com alguma distinção, que às vezes passam despercebidos, chamando à atenção para as Pequenas e Médias Empresas». O que acaba por funcionar como publicidade, «principalmente para as empresas que não têm budjet para comunicar».

No primeiro ano em que se realiza o evento em terras lusitanas, a organização prevê que hajam cerca de 60 ou 70 produtos portugueses a participar, em 30 ou 40 categorias. Porém, «o objectivo é ao longo do tempo irmos aumentando», assegura José Borralho. Em França, há cerca de 400 produtos a concorrer para 160 categorias.

Para participarem no concurso, as empresas deverão pagar inscrição, cerca de mil euros, que servirá para pagar os testes e os provadores. Depois, caso sejam reconhecidas como “Sabor do Ano”, têm o direito de utilização do logótipo. As inscrições têm início dia 12 de Fevereiro e terminam em 31 de Maio. Os testes degustativos têm lugar em Junho e Julho e os vencedores são dados a conhecer em Novembro.