Editorial

Previsões em vez de balanço

Por a 19 de Janeiro de 2007 as 17:54

Terminado 2006, eis que chega um novo ano. Em vez de utilizar este espaço para fazer um balanço do que foram os 12 meses do ano transacto, prefiro fazer, ou melhor, deixar algumas suposições para os próximos 346 dias.

Assim, no sector da Distribuição temos a mais que provável aquisição, por parte da Jerónimo Martins, dos 49% que a holandesa Ahold colocou à venda, não se prevendo a entrada de capital estrangeiro no grupo português. E será que para comprar, vende alguma insígnia?

Dúvida paira também sobre o que a Sonae fará, caso a OPA sob a PT avançar, havendo quem coloque a hipótese do grupo se desfazer do retalho alimentar, ficando somente com o especializado. Neste caso, a possibilidade de haver um comprador externo é mais que provável, aparecendo a Wal-Mart como um dos supostos interessados.

Questão também importante, e a ter em atenção, será a revisão da lei do licenciamento comercial durante 2007, bem como a possível entrada da Tesco em Portugal, visto que, como o Hipersuper já noticiou, os prováveis locais já foram analisados.

No mundo alimentar, em ano de Alimentaria, a FIL será durante quatro dias ponto de passagem obrigatório para os profissionais, não se sabendo se os grandes players regressam à mais importante feira do sector em território nacional. Palavra ainda para a ASAE, prevendo-se que a mediatização das fiscalizações continue.

No retalho especializado, a desenfreada inauguração de centros comerciais e retail parks terá o seu pico, já que, se em 2006 representaram um acréscimo de 250 mil metros quadrados, há ainda 850 mil metros quadrados a aguardar licença.

Nas bebidas, a grande questão está em saber o que será feito da Compal. Ficará sob “alçada” do grupo Sumolis ou haverá outro player a entrar em jogo? Também a muito badalada “guerra cervejeira”, que em 2006 apresentou novidades mensalmente, verá dias mais calmos.

Em relação aos vinhos, face ao problema de imagem que Portugal possui no exterior, será mais um ano de tentativa de afirmação internacional, tentando chegar aos mesmos mercados, mas com menos, muito menos capacidade de investimento em promoção e marketing que os principais concorrentes (leia-se Novo Mundo).

Nas tecnologias, teremos o ano das inovações, com o disparar dos self-checkouts e demais TI´s que o mercado já viu em funcionamento no estrangeiro.

Enfim, um ano que, esperamos nós, nos obrigue a escrever bastantes notícias.