Entrevista Freeport: “A união entre arte e retalho dá origem a um novo conceito de experiência”
Catarina Tomáz, Portugal marketing manager do Freeport, explica em discurso direto por que é que o Freeport tem vindo a apostar na arte para revolucionar a experiência dos seus visitantes.
O artista Patrick Shearn regressou ao Freeport no mês passado com a obra cinética Dream Waves. A obra puxa pelos sentidos dos visitantes do shopping. Em que consiste esta experiência sensorial?
Apelando aos sentidos da visão e da audição, a instalação ondula com a força do vento – dando uma ideia de movimento real das ondas do mar – e liberta, através do movimento natural das peças, o som que ouvimos com a rebentação das ondas do mar. Com uma estética única, inspirada na conexão cultural de Portugal com o mar, a obra de arte foi criada com o objetivo de retratar a dança perpétua das ondas no oceano Atlântico e promete proporcionar aos visitantes do centro uma viagem sensorial inesquecível.
Estas experiências representam verdadeiramente a arte ao serviço do retalho?
Atualmente, não são só os shoppings que enfrentam novos desafios e têm necessidade de inovar na forma como comunicam com o seu cliente, também a arte encontra desafios e precisa de se reinventar para chegar a novos públicos. A união entre arte e retalho dá origem a um novo conceito de experiência, onde ambos usufruem das emoções que cada um desperta no público. Para quem visita um shopping é inesperado encontrar uma instalação de arte sensorial, sobretudo desta dimensão, da mesma forma que o é para quem aprecia arte, poder usufruir dela numa ocasião para si menos óbvia. Nesse sentido, diria que estão as duas ao serviço uma da outra.
Qual o papel da arte e da oferta de experiências imersivas e fora do comum aos visitantes na nova estratégia do Freeport?
O eixo arte é uma dimensão da nossa estratégia de posicionamento. Acreditamos que podemos fazer a diferença pela capacidade de criar experiências e boas memórias. Vivemos num mundo muito acelerado e artificialmente personalizado. Nos nossos espaços queremos que as pessoas se sintam bem. Toda a reformulação do centro teve por base esta premissa refletindo-se numa profunda intervenção dos espaços comuns para proporcionar uma positiva vivencia sensorial a quem nos visita: intervenção arquitetónica e paisagística, introdução de materiais nobres e com forte ligação cultural; nova palete de cores, mais clara, leve e uniforme.
Acreditamos que a aposta na arte e nas experiências imersivas permite-nos posicionar os nossos centros enquanto destino exclusivo de compras, lazer e cultura.
De que forma a arte pode potenciar a experiência de compra?
A forma como os clientes compram e se relacionam com as marcas e as empresas está em constante mudança. O nosso objetivo é proporcionar aos visitantes uma sensação única e diferente que os faça querer voltar ao Freeport e usufruir de toda a experiência de compra que proporcionamos, dia após dia. E é no âmbito desta instalação que decidimos criar, por baixo da obra de arte, diversos espaços sensoriais e de lazer para que os nossos visitantes se sintam bem e valorizados.
Este é mais um passo no caminho de reforçar o posicionamento premium do Freeport? Em 2017, levaram a cabo um conjunto de obras com o objetivo de reforçar o posicionamento premium do centro.
Esta parceria de arte com a Poetic Kinetics acompanha a estratégia de posicionamento do centro, integrando-a de forma ativa e definitiva. Com isso, o nosso objetivo é o de elevar a experiência de compra oferecendo momentos inesperados a quem nos visita.
Sabemos que estamos num bom caminho quando registamos um recorde de vendas nos anos de 2017 e 2018, e a expectativa é que 2019 acompanhe esse crescimento.
Qual a ligação deste projeto de premiunização do espaço e dos turistas que o visitam?
Desenvolvemos a nossa estratégia de investimento sempre com o foco no cliente e na experiência de compra. Isso reflete-se na oferta de marcas que colocamos ao dispor de quem visita os nossos centros e nos serviços que desenvolvemos. O investimento é sempre pensado de forma transversal a todos os clientes, nacionais e estrangeiros.
A vossa aposta no turismo continua forte?
Lisboa figura no top-5 de destinos europeus que mais crescem em número de turistas internacionais, de acordo com o Mastercard’s Global Destinations Cities Index. O operador de Tax Refund de compras de turistas Global Blue elegeu a cidade como a sétima melhor experiência de compras para viajantes internacionais a nível europeu. Com dados como estes, é imperativo continuarmos a nossa aposta no turismo iniciada já em 2007. Os turistas que nos procuram são em geral pessoas informadas, habituadas a viajar e que integram no seu programa de lazer a dimensão compras. Para as nacionalidades extracomunitárias esta dimensão de compras é ainda mais forte, quer por razões culturais quer por razões financeiras.
O retalho tem vivido mudanças introduzindo novos conceitos para se aproximar dos clientes. Como é que os centros comerciais poderão e estão a fazer esse movimento?
Reconhecemos a necessidade de nos diferenciarmos e estamos muito satisfeitos com o trabalho que temos vindo a fazer nesse sentido. Numa altura em que assistimos ao crescimento do e-commerce, é essencial que os centros comerciais saibam onde e como investir na experiência de compra. Por essa razão, procuramos ir ao encontro das expectativas, mais ainda, exceder essas expectativas.
Os centros Freeport Lisboa Fashion Outlet e Vila do Conde Porto Fashion Outlet, são referências não só no mercado outlet, mas do shopping de moda em Portugal.