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Jaime Piçarra: “A agricultura e a alimentação não dão votos”

Com um vasto currículo na área da segurança e soberania alimentar, Jaime Piçarra é especializado em economia agrária e sociologia rural e o atual secretário-geral da IACA ( Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos para Animais). Em entrevista ao Hipersuper sublinha que “não podemos negar as situações climáticas, temos que tentar fazer tudo aquilo que é possível para mitigá-las, mas sem comprometer a função da agricultura, que é a produção de alimentos”.

Ana Grácio Pinto
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Jaime Piçarra: “A agricultura e a alimentação não dão votos”

Com um vasto currículo na área da segurança e soberania alimentar, Jaime Piçarra é especializado em economia agrária e sociologia rural e o atual secretário-geral da IACA ( Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos para Animais). Em entrevista ao Hipersuper sublinha que “não podemos negar as situações climáticas, temos que tentar fazer tudo aquilo que é possível para mitigá-las, mas sem comprometer a função da agricultura, que é a produção de alimentos”.

Sobre o autor
Ana Grácio Pinto
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Jaime Piçarra tem dedicado a sua vida às questões da segurança alimentar e da importância da gestão agroalimentar tanto na geopolítica nacional e mundial como na vida dos cidadãos. Foi recentemente nomeado perito nacional na Organização do Tratado do Atlântico Norte, na área da segurança do abastecimento. Com esta nomeação, passa a integrar o Grupo de Planeamento de Agricultura e Alimentação da NATO. “Não podemos negar as situações climáticas, temos que tentar fazer tudo aquilo que é possível para mitigá-las, mas sem comprometer a função da agricultura, que é a produção de alimentos”, sublinha nesta entrevista ao Hipersuper.

Portugal é um país autossuficiente em vinho e em azeite. Mas em todo o resto, o país depende em 80% de matérias-primas. A segurança alimentar é um objetivo cada vez mais difícil de alcançar no nosso país?
Bom, eu penso que não. Eu tenho uma visão relativamente positiva quanto ao futuro. Apesar, de facto, de termos constrangimentos. Uns são nossos, outros são das políticas comunitárias, políticas europeias. Mas é possível atingir um equilíbrio entre as gestões ambientais e a produção de alimentos.
Aparentemente, estamos a viver uma época em que o ambiente está a predominar relativamente a outras questões. Porque as alterações climáticas são um facto, não vamos negar. Têm muito a ver com a produção agrícola e com outro fenómeno que é muito relevante: as migrações. E depois acabamos por sofrer, de facto, o impacto de tudo isto.
Não podemos negar as situações climáticas, temos que tentar fazer tudo aquilo que é possível para mitigá-las, mas sem comprometer a função da agricultura, que é a produção de alimentos. E é nessa perspectiva que eu acredito que irá haver, agora, no próximo mandato da Comissão Europeia – e isso é a minha esperança – algum recuo nas estratégias, por exemplo, ‘Do Prato ao Prato’, do ‘Green Deal’ provavelmente. E, portanto, poderá haver um maior equilíbrio, ou uma sensibilidade maior em termos de equilíbrio.
Porque, por outro lado, não é justo que a União Europeia imponha determinadas restrições aos seus agricultores e às suas empresas, e depois não seja capaz de impor as mesmas regras aos produtos que importa de países terceiros.
Por exemplo, os agricultores têm cada vez menos acesso a produtos fitofármacos, cada vez se reduz mais o número de substâncias ativas. A União Europeia faz essas restrições, muitas vezes, em nome da proteção dos consumidores, pelo impacto dos resíduos na alimentação ou nos solos, e não somos capazes de impor, de facto, essas regras aos países terceiros. O que é que acontece? Nós que somos importadores de matérias-primas, estamos confrontados com o facto de que muitas vezes os limites de resíduos de matérias primas tão importantes como o milho e a soja, são ultrapassados porque há substâncias em que simplesmente o limite é zero, portanto, não há limite.
E, depois, temos aqui problemas de segurança alimentar – isto é, de higiene, e não de disponibilidade de alimentos – que podem pôr em causa o abastecimento. Temos de pensar em políticas integradas, em que, sempre sem perder de vista a proteção do ambiente, possamos ter várias etapas. A Europa, e estamos a fazer isso em sedes, a nível internacional, tem que medir bem até que ponto é que não está a dar tiros no pé. E a ideia que fica é que o último mandato da Comissão Europeia foi muito ‘dar tiros no pé’. Vamos ver se neste segundo mandato, apesar da presidente von der Leyer ter sido eleita com os votos dos Verdes, se é possível atingir esse equilíbrio.

A estratégia do ‘Prado ao Prato’ e, até mesmo, a Política Agrícola Comum (PAC) estão a gerar uma regulamentação ‘excessiva’ em matéria de proteção ambiental e metas que poderão comprometer a soberania alimentar europeia? Por exemplo, um dos objetivos do ‘Prado ao Prato’ é o de que até 2030, 25% das terras agrícolas da UE sejam utilizadas para agricultura biológica.
Isso é utópico. Estou envolvido em questões de revisão da política agrícola desde 1992. Acompanhei a primeira grande reforma da PAC, curiosamente, fechada pela presidência portuguesa, e essa PAC teve dois aspetos que iriam marcar, depois, a evolução das PACs seguintes. Um foi o reconhecimento da multifuncionalidade da agricultura. Isto é, a agricultura não era só produção agrícola, produção de bens alimentares, mas também a proteção do ambiente, da paisagem, dos territórios. E como tal, os agricultores teriam de ser remunerados por esses serviços. Foi a primeira vez que se falou nos bens públicos. Esse foi um efeito importante.
E a outra questão muito relevante foi que antes de 1992 assistíamos na União Europeia a excedentes de carne bovina, de leite em pó, de cereais. E, aí, tínhamos dois problemas. Como não éramos competitivos em relação ao mercado mundial, a União Europeia tinha que pagar os custos em armazenar esses produtos e depois, para exportar, tinha que pagar as chamadas restrições à exportação. E isto era insustentável. Obviamente, estávamos numa altura em que a PAC representava a maior parte do orçamento comunitário, 70%, hoje é 30%.
Houve também um momento da União Europeia, que teve a ver com a crise das vacas loucas e as dioxinas, em 1999. Houve uma série de problemas de segurança alimentar que mudaram completamente a visão, a comissão começa a priorizar a proteção dos consumidores, o bem-estar animal. Portanto, digamos que passou a haver a visão de que, se calhar, o modelo de agricultura que estávamos a fazer não era o melhor e punha em causa outras coisas. E essa é uma viragem muito significativa, em que a agricultura perde peso político. O que nós estamos a tentar fazer cada vez mais é mostrar aos decisores políticos que somos importantes e somos relevantes. E que é possível produzir alimentos de uma forma sustentável e segura para os consumidores.
Mas também é importante que a Europa, quando tem determinadas regras, as tente negociar com os países terceiros e crie no seu espaço comunitário um processo de transição, por etapas, para serem atingidas as metas. Aquela questão que referiu de 25% de terras agrícolas em agricultura biológica, que é, enfim, uma meta aspiracional, não é vinculativo. Obviamente que em alguns países, se calhar, é mais fácil de atingir, como, por exemplo, a Áustria. Mas noutros países não, porque põe em causa, claramente, a produção de alimentos. E não sei se, do ponto de vista ambiental, por unidade de produto, é mais sustentável. O que eu acho é que, uma vez mais, deverá ser o consumidor a determinar se, em função da procura, devemos alocar determinada produção em determinado regime.

Em função da procura e do valor da oferta também?
O que aconteceu nos últimos tempos com a pandemia, mais tarde com a guerra, a inflação e o aumento de preços, é que estamos a falar de produtos com preços elevados. E a inflação alta demonstrou uma quebra no consumo desses produtos. Atenção, eu não discuto a procura desses produtos. Acho que o consumidor deve ser livre nas suas escolhas, e ainda não está provado que a agricultura orgânica é mais saudável ou mais saborosa nos produtos do que a outra, se forem cumpridos, de facto, intervalos de segurança. Até porque, infelizmente, não é possível alimentar o mundo com produtos da agricultura biológica.
Mas ainda em relação à reforma de 1992: em todas as reformas, um dos objetivos era a simplificação. Infelizmente nunca se conseguiu. Foi preciso este ano, com as demonstrações e greves dos agricultores, pensar-se em flexibilizar medidas, em simplificar. O processo ainda não está feito, aliás, há uma consulta pública e vamos ver no que ela dá. E depois há a tendência de cada Estado Membro, como dizia o saudoso ministro Sevinate Pinto, ‘ligar o complicómetro’.
Há muita coisa que tem a ver com Bruxelas, mas há muita coisa que tem a ver com Portugal. Por exemplo, não é admissível que os licenciamentos de explorações, de empresas, de atividades, demorem tanto tempo e anos e anos a legislar. Os custos de contexto em Portugal que era uma promessa, enfim, de todos os governos, vamos ver se este concretiza: simplificar os procedimentos legislativos e as aprovações dos processos.

E como estamos a falar de Portugal, que estratégias as autoridades competentes, devem adotar para garantir a segurança alimentar?
Bom, referiu há pouco os setores do vinho e do azeite, houve uma estratégia muito interprofissional, digamos assim. As frutas e hortícolas estão com uma capacidade de exportação grande. Mas depois, olhando para a área que nós representamos, temos as carnes claramente deficitárias, apesar de haver alguma exportação de carne de porco para mercados, por exemplo, na Ásia, mas estamos a falar de quantidades ainda muito pequenas. Exportamos animais vivos, bovinos e pequenos ruminantes para o mercado israelita e o mercado avícola está em expansão. E temos os ovos, que são um bom exemplo. Tradicionalmente, a produção tem sido excedentária, mas no ano passado, segundo o INE, fomos deficitários. E porque? Porque o consumo cresceu mais do que a capacidade de produção.
Mas para nós o ponto crítico tem a ver com as matérias-primas, com os cereais. Por exemplo, no trigo duro temos uma capacidade de aprovisionamento de apenas 5%; se formos ao milho, temos 25 a 30%, dependendo do ano – este ano já sabemos que vamos reduzir a área de milho, e portanto vamos ser ainda mais dependentes. Depois temos as proteínas vegetais, nomeadamente a soja, em que somos dependentes 100%.
Portanto, creio que não podemos perder de vista que a nossa segurança alimentar deve ser equacionada a nível da União Europeia, Nós não podemos ter pretensões em balanços de aprovisionamento excedentários em todos os produtos, não é possível, mas é possível fazer mais e melhor. Não é admissível que não tenhamos uma maior produção de cereais. E o que é que aconteceu nos últimos anos? Como a produção de cereais em Portugal não tem sido suficientemente competitiva ou acarinhada pelo poder político, os agricultores foram alterando as produções. E que tipo de produções temos? Temos produções como o olival ou o amendoal, que são culturas permanentes e não estou a ver que o agricultor vá arrancar essas culturas para produzir cereais. Mas tal não significa que o governo não aposte mais num plano de promoção de cereais, que aliás foi um documento estratégico que tinha vindo do anterior executivo, que nós também acompanhámos. E que não seja possível estimular a produção de cereais, com ou sem regadio, que é outra questão muito importante, com a biotecnologia, com a agricultura de precisão. Portanto, estimular o mais possível a agricultura para ser sustentável.

No seu entender, porque Portugal não tem capacidade de gerar stocks alimentares? Será pela pequena capacidade produtiva ou não temos espaços de armazenamento suficientes?
São as duas coisas. Nós temos uma incapacidade de produção e temos que olhar para ela, de facto. Em relação à produção pecuária, se nós somos deficitários ainda na produção de carne bovina ou carne suína ou em outro tipo de carnes, poderíamos dar as condições aos nossos agricultores, de fazerem essas culturas. Estamos a falar, muitas vezes, de sensibilizar câmaras municipais, porque há muitas câmaras que não querem que se produza pecuária nas suas zonas, têm o direito legítimo de o fazer, mas muitas vezes não se compreende porquê.
Temos que perceber, politicamente, o que é que queremos, porque a pecuária é muito importante. Neste momento, e cada vez mais, já é possível o aproveitamento de subprodutos, os efluentes, a economia circular, digamos, avançou muito e é possível, substituindo os fertilizantes de síntese, adubar as terras. Para culturas de cereais ou outro tipo de culturas. E, muitas vezes, o papel da pecuária não é suficientemente entendido e valorizado. Por outro lado, relativamente aos cereais, obviamente que vai ser possível e desejável aumentar a produção, mas nós nunca vamos ter produção para ser autossuficientes.
Mas tão ou mais importante do que isso, o que nos tornaria menos vulneráveis e menos dependentes da volatilidade dos mercados mundiais, seria ter stocks estratégicos. E esses stocks estratégicos têm a ver com duas coisas. Aumentar a armazenagem, isto é, investimentos para dotar as empresas de maior capacidade de armazenagem, a construção de silos. E, sobretudo, os portos, nomeadamente a Silopor, terem uma capacidade de armazenagem. Nós temos insistido muito na armazenagem da Silopor, para que tenha maior capacidade e não estarmos expostos a notícias como as de que só termos stocks para 15 dias.
Porque cada vez mais as cadeias de abastecimento são voláteis, há as questões do Mar Negro, há as questões do Mar Vermelho, há os custos, há as greves, há as condições climatéricas que também põem em causa a estabilidade das rotas. Há estes cenários de guerra e, infelizmente, parece que vamos ter algumas escaladas na guerra Rússia-Ucrânia. Há a próxima presidência dos Estados Unidos e não sabemos se vai ser mais isolacionista ou menos, e depois temos tensões entre a China e os Estados Unidos. Portanto, digamos que temos uma situação geopolítica e geoestratégica muito complexa, que não nos deixa tranquilos nas questões da segurança das cadeias de abastecimento.

A nível global o que não estarão a fazer as organizações e as nações para se alcançar o objetivo de até 2030, acabar com a fome e garantir o abastecimento alimentar a todas as pessoas? Até que ponto é uma questão de aumento de produção e não de disputa política dentro das organizações e de tomada de posições dos próprios países?
As organizações supranacionais são algo muito complexo. Por exemplo, a Organização Mundial do Comércio praticamente desapareceu e é muito importante que ela seja forte e regule cada vez mais os conflitos. Mas o que se mostrou foi uma impotência para regular esses conflitos. Parece que os países, cada um deles, faz aquilo que quer e sobra-lhes tempo. Tenho falado com colegas que trabalham na OMC e é aflitivo. Porque sentem uma enorme frustração em não conseguirem atingir os seus objetivos. Quem ganhou expressão nos últimos anos? Foi, de facto, a NATO, com a situação da guerra. E, felizmente para todos, a visão da NATO não é apenas defesa. A Nato, ultimamente, tem-se vindo a concentrar nas questões da alimentação e da segurança alimentar.
A NATO é muito mais do que defesa e uma das coisas que está a procurar privilegiar é a questão da estabilidade do funcionamento da segurança alimentar como motivo de paz. E, neste momento, há um conflito aberto. A Polónia, aliás, vai apostar este ano no seu orçamento, num valor histórico em termos de defesa. E penso que isso é uma estratégia que os outros países, os membros da NATO, irão fazer. A questão do investimento dos estados-membros na NATO é muito importante, porque não podemos estar à espera sempre que sejam os nossos amigos americanos a vir proteger a Europa e nós depois dizemos que estamos numa aliança e não cumprimos nada.
Uma das experiências que eu tenho tido agora, na minha ligação recente à NATO, é que não importa só que o país tenha, em caso de guerra ou de conflitos, a capacidade de abastecer as suas populações. Também tem que ter a capacidade de abastecer aqueles que, por alguns motivos de defesa, tenham que situar-se no nosso território ou progredir o nosso território para motivos de estabilidade ou de paz. Portanto, é a nossa população, mas também tem que estar disponível para que, em conjunto, consigamos dar essa segurança alimentar e do ponto de vista logistíco.
Aliás, neste momento, a NATO pediu para que os diferentes países priorizem as suas infraestruturas críticas. Nós, em Portugal, temos uma comissão de planeamento de emergência, de proteção civil. Estamos, neste momento, a realizar reuniões com alguma frequência e houve uma reunião recentemente, antes de férias, sobre a segurança das cadeias de abastecimento. Estivemos a discutir desde a água, a energia, o transporte, a grande ou pequena distribuição, os aspectos logísticos. E, portanto, esse poderá ser um fórum muito relevante, até porque isto não depende apenas do ministro da Administração Interna ou da Defesa. Também tem a ver com a Agricultura, tem a ver com a Infraestrutura. Aliás, este órgão depende diretamente do gabinete do Primeiro-Ministro.
Mas eu gostava que isto fosse levado a sério e fosse interiorizado politicamente, que estivéssemos muito mais preparados antes de acontecer um conflito. Na Europa, neste momento, também estamos a discutir um mecanismo de emergência e de segurança alimentar. Está a começar a haver, cada vez mais, uma ligação entre a NATO e as próprias políticas da União Europeia. E eu não tenho dúvidas que o próximo mandato da Comissão Europeia vai ter em conta cada vez mais a política de defesa. Tem que ter a agricultura nesta perspectiva que também faz parte da alimentação de uma política de Defesa.
E há outra questão. A presidente Van der Leyen deu a entender que queria ter um comissário ou uma comissária para as questões do Mediterrâneo, que têm a ver com as migrações.

Em relação ao Regulamentação Anti Desflorestação da União Europeia: é um exemplo da complexidade regulatória? O que está em causa e o que é urgente limar?
No fundo, é o abastecimento livre de desflorestação. Digamos que o objetivo da União Europeia é legislar para que possamos importar determinados produtos – e são sete neste momento: soja, café, cacau, borracha, palma, madeira e bovinos -, provenientes de regiões que não tenham sido desflorestadas a partir de 2020. Esta foi uma legislação que, estranhamente, foi apressada em termos da proposta da Comissão Europeia. À data havia um comissário europeu muito forte, o Frans Timmermans, mas, enfim, ele fez aquilo que o mandato da Comissão o deixou fazer. O que aconteceu é que, de facto, era preciso, digamos, alguma espetacularidade e mostrar liderança forte da União Europeia e então foi publicada a lei da desflorestação.
Foi discutido no Parlamento Europeu, um Parlamento Europeu que era muito sensível a estas questões ambientais, às questões do bem-estar animal, que são questões relevantes, a redução dos antibióticos, tudo isso são questões relevantes e nós não fomos contra. Pensamos é que tem que haver aqui algum equilíbrio. A legislação entrou, de facto, em vigor e a Europa quer que essas materiais-primas, possam vir de zonas não desflorestadas.
Temos agora outra questão, como provar que vêm de zonas não desflorestadas? É que estamos a falar de países muito complexos. Por exemplo, se nos Estados Unidos podemos admitir que parte do país, ou quase todo o país, já foi desflorestado há muitos anos, estamos a falar, por outro lado, de países dos quais nós importamos e são muito importantes, nomeadamente, o Brasil, a Argentina, o Paraguai. Temos a questão da floresta Amazônica. Por exemplo, o cadastro ambiental rural no Brasil permite que seja feita desflorestação. E quando falamos no café ou no óleo de palma, estamos a falar de países como Etiópia, Malásia, Indonésia, onde, de facto, sobrevivem em muitas zonas graças àquelas produções. Portanto, tudo isto é demasiado complexo.
Nós, em termos de FEFAC, temos um guia para a produção de soja responsável, soja sustentável, com vários critérios, social, ambiental, económico. E muitos dos processos de produção de soja estão dentro desses critérios. A Comissão Europeia não reconheceu como bom este sistema e quer um sistema de geolocalização. Portanto, saber por geolocalização onde é que são as parcelas. E mais, querem uma rastreabilidade física. Não sei se está a imaginar um pequeno produtor…

E quer que o produtor local invista nesse sistema?
Sim, sim. Através do sistema de ‘due diligence’, isto é, tem que haver um certificado emitido localmente, tem que ser reconhecido pela Comissão Europeia, tem que ser inserido numa plataforma, as autoridades de cada Estado membro têm que verificar se está conforme. É preciso um sistema de informação gigantesco, uma plataforma, os testes que foram feitos apresentaram um monte de problemas, o sistema cai…
Portanto, estamos aqui a introduzir complexidade e nós temos colocado à Comissão Europeia uma série de dúvidas, temos pedido explicações. Há três meses que o processo está parado no gabinete da comissária, da presidente da Comissão Europeia, estamos à espera de respostas a partir de Setembro.
Estamos a pedir o adiamento da legislação, da entrada em vigor. Para quê? Para que nos possamos sentar à mesa e preparar as coisas, porque nós não queremos fraude. Nós queremos saber como é que as coisas funcionam e neste momento há uma incerteza jurídica muito grande. No caso da soja, e de acordo com os nossos dados, apenas sete a oito milhões de toneladas de soja poderão cumprir o que está previsto, e fundamentalmente dos Estados Unidos, porque acreditamos que vai ser uma região de baixo risco de solicitação. Mas nós precisamos de 30 milhões. E precisamos de café, precisamos de palma, precisamos de chocolate e de bovinos.
E atenção, isto não é só para importação, também tem a ver com a produção interna e estamos a trabalhar com o ICNF e a DGAV. No caso do bovino de carne essa documentação tem que acompanhar a produção toda até ao retalho. Tendo em conta aquilo que fomos percebendo, o impacto para o nosso país poderá custar, em termos de alimentos compostos para animais, entre mais de 25 a 30 milhões de euros. O que significa que, de duas uma, ou a indústria vai incorporar, de facto, esta crescimento e aí vai perder competitividade, ou vai transferir para o consumidor, provavelmente, parte desses custos. No fim do dia, o que é que teremos? Produtos mais caros. E nós perguntamos se o consumidor tem consciência disto, se está disposto a pagar e se os decisores políticos, antes de tomarem medidas, não têm noção do impacto que as mesmas geram.
Não seria melhor trabalharmos globalmente em conjunto para atingir as metas? Poder-me-á dizer: será que as organizações internacionais serão capazes, depois, de impor estas regras? Mas temos que ir por aqui, senão, estamos a perder competitividade e a colocar em causa a tal segurança alimentar.

A ciência é um aliado do objetivo de segurança alimentar para todos?
Eu penso que é um grande aliado. Eu sei que a ciência tem um problema: não sabe comunicar, ou é difícil comunicar a ciência. E depois, há outro fenómeno- a comunicação nas redes sociais. Há uma desinformação muito grande, as pessoas leem pouco, leem cada vez menos e preocupam-se com os highlights e com os títulos. Mas há muita ciência. Cada vez mais há uma ligação entre o mundo empresarial, a investigação e a academia, as universidades. Por isso foi criado o consórcio FeedInov, de que a IACA é, em Portugal, o principal acionista, e estamos à procura de não só comunicar aquilo que fazemos, com dados concretos, a tentar responder a questões que as empresas colocam, estudando-as com a investigação e com as universidades, levando depois os resultados ao conhecimento público.

O desenvolvimento de outros produtos, como as proteínas insect based ou à base de algas, podem vir a ser uma fonte de alimentação complementar para o abastecimento humano e também animal?
Sim, são coisas que estamos a estudar, que têm de ser estudadas e que necessitam de escala. Mas podem ser uma fonte de alimentação complementar. Não de substituição, mas complementar. Disso, eu não tenho dúvidas. Agora, como tudo, passará sempre pela aceitação do consumidor, e por aquilo consumidor quiser, mas eu penso que poderá ser uma alternativa na alimentação animal, sobretudo na aquacultura, nos petfoods. Neste momento, é preciso escala e para haver escala é preciso haver aceitação. Mas penso que é uma questão de tempo.

Do que trata o projecto InsectEra?
O InsectEra, no fundo, é um PRR. A EntoGreen é que está a liderar o consórcio e no dia 23 de outubro vai realizar-se o congresso InsectEra, com o tema ‘Os insetos como ferramenta de sustentabilidade’. Um grande objetivo do projeto é a construção de uma fábrica em Pernes, para, de facto, ser possível começarmos a ter a tal escala e desenvolver produtos para estes setores todos. E nos animais, não é só a questão da alimentação pela alimentação; é que os insetos poderão ter um efeito de defesa e reduzir a utilização de micropianos e proteger a saúde do animal. Mas depois há consumidores e há empresas que, por questões ligadas à desflorestação, à biotecnologia, à sustentabilidade ou outra, querem trabalhar com insetos. Portanto, poderá ser, de facto, uma alternativa. Em termos de alimentação animal, penso que terá mais potencial do que eventualmente a alimentação humana. Mas vamos ver como é que o mercado reage.
As alterações climáticas e os conflitos armados são grandes ameaças ao abastecimento alimentar a nivel mundial. São realmente as maiores ameças? Ou o protecionismo praticado por nações e a dependência de grandes países produtores, como China, EUA e Brasil, são dificuldades igualmente grandes?
O que se nota é que há um descontentamento mundial grande em relação, e goste-se ou não, à maneira como têm funcionado as organizações supra-nacionais, a ONU, a Organização Mundial do Comércio, as diferentes estruturas dentro das Nações Unidas. O Secretário-Geral da ONU tem vindo a chamar a atenção, desde há muitos anos, para reformas e não tem sido fácil, porque há o veto do Conselho de Segurança. E o que temos vindo a notar é que o chamado Sul global, países como o Brasil, a China, a Índia, a África do Sul têm vindo a tentar convencer outros de que haverá uma política alternativa.
Mas ainda não se percebeu bem se eles querem destruir completamente essas organizações ou se querem construir por dentro. Há esta tensão entre a China e os Estados Unidos e a União Europeia. Não só alguns países estão a impor taxas aos veículos elétricos, como a China está a ripostar e, portanto, provavelmente vai impor sanções a produtos alimentares, a produtos nos quais a Europa é dependente. Vamos ver. A ameaça existe, mas eu não acredito que seja do interesse da China ou da Europa ou dos Estados Unidos abrir um foco de tensão permanente. Mas, obviamente, vamos viver aqui, se calhar, numa guerra fria em que vai ser importante manter os canais diplomáticos abertos.
Nessa perspectiva, não interessa, de facto, à Europa uma política proteccionista. O isolacionismo penso que não interessa a ninguém. Mas também, por outro lado, já percebemos que a globalização desenfreada e sem regras também não interessa. Portanto, digamos que o grande desafio que temos pela frente é tentar encontrar este equilíbrio num mundo instável em que não temos lideranças. Enfim, parece não termos líderes fortes. Cada vez mais julgamos com o peso da opinião pública e com o ruído e a desinformação, que é outra questão relevante.

É o primeiro perito português a integrar a NATO na área da soberania alimentar. Quais são as soluções para as quais gostaria de contribuir enquanto perito da NATO?
Eu vou fazer parte de um grupo de planeamento da agricultura e da alimentação, fundamentalmente na área de regiões do Mediterrâneo. E, portanto, aqui está a importância que a NATO está a dar a esta região, porque o Mediterrâneo tem muito a ver também, com o Mar Negro, com a Turquia. E se falarmos, enfim, na área de Egipto, Marrocos, Tunísia, bom, é uma área muito delicada.
E o que eu espero é, por um lado, pôr as questões da soberania alimentar e da insuficiência alimentar na agenda. Por outro lado, acentuar que isto respeita a todos. Esta é uma nomeação individual, não é nomeação política. É uma nomeação meramente técnica e porque quem me nomeou acredita que eu tenho alguma capacidade e conhecimento de abordar estas áreas, tenho informação, ando nisto já há alguns anos. Mas eu não dependo politicamente de ninguém, vou ter o apoio do staff do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral, vou estar enquadrado no conselho de planeamento e proteção civil, que responde ao Primeiro-Miinistro.
Agora, o que eu penso fazer é tentar que as organizações ligadas à fileira agroalimentar, Confagri, CAP, CNA, APED, FIPA, participem juntamente com o Governo e transferir, se for possível, para aqui, o grupo de diálogo que funcionou durante a pandemia. Nós vamos limitar-nos a dar recomendações. O Grupo de Planeamento de Agricultura e Alimentação depende de um comitê de direção de resiliência que responde diretamente ao Secretário-Geral da NATO. Não vou ter mais nenhum papel do que fazer ouvir a minha voz e isso vou tentar fazer e prestigiar Portugal. Vou-me empenhar nisso. Se conseguir sensibilizar para que as políticas públicas tenham em conta, de facto, estes impactos, acho que já não é mal de todo. Vou tentar contribuir para a mudança e vou empenhar-me com todas as minhas forças e com tudo aquilo que eu sei.

A minha última questão parte do título de um artigo que escreveu há relativamente pouco tempo e que se chama ‘A comida não dá votos. E a falta dela?’ Isto é um alerta?
É um alerta. Penso que foi a Dra. Manuela Ferreira Leite que disse, e foi mal interpretada, ou, pelo menos, percebe-se o que ela quis dizer, sobre vivermos seis meses numa ditadura, sem democracia, para as pessoas darem valor, àquilo que têm. Eu não queria que isso acontecesse, mas, de facto, a comida não dá votos.
E o que é que eu quis dizer com isso? Que a agricultura e a alimentação não dão votos. Porque na campanha, falou-se pouco da agricultura. Aliás, na campanha para as eleições europeias, falou-se nada da Europa. Há uma iliteracia muito grande relativamente à União Europeia, como é que ela funciona, e a Europa ali passou ao lado. De facto, houve promessas, estive em Santarém durante a campanha (eleitoral), ‘a agricultura era isto’, ‘o Governo ia reverter e fazer e acontecer’. Ainda não se viu nada.
O que eu acho que é importante é o agricultor ter apoio, haver proximidade e ser apoiado. Também não me parece que, como funcionava a agricultura antigamente, dessem um grande apoio, porque havia insuficiência de meios. Aliás, é outra questão. Nós, na DGAV, na nossa área, temos uma insuficiência enorme de meios. O Estado precisa de se renovar, precisa de gente. Porque cada vez se tem mais competências e menos pessoas para as executar.
E, portanto, o que eu quis dizer é que, então, se a comida não dá votos, talvez se faltar comida, as pessoas aprendam e valorizem mais a importância que a alimentação tem na nossa vida.

Esta entrevista foi publicada na edição 426 do Hipersuper

Sobre o autorAna Grácio Pinto

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Fonte: Unsplash

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Esta slot da NetEnt, alusiva ao velho oeste americano, com 5 rolos e 9 linhas de pagamento, é conhecida pela sua alta volatilidade e potencial de ganhos elevados, especialmente durante as rodadas grátis.

  1. Sweet Bonanza

Desenvolvida pela Pragmatic Play, oferece uma mecânica de pagamentos em qualquer posição e multiplicadores elevados nas rodadas grátis, especialmente quando as scatters são ativadas.

Com um RTP de 96,51%, é apreciada pela sua volatilidade média-alta. Sendo, igualmente, das mais vistas nos top 10 dos casinos online.

Fatores a Considerar para Escolher as Melhores Slots

Quem pensa que basta apenas chegar a um casino e escolher uma slot para jogar, não tirará partido da experiência de jogo ao máximo. 

Para melhorar as hipóteses de sucesso, deve ter em conta fatores como:

  • RTP (Return to Player): Percentagem que indica o retorno teórico ao jogador. Slots com RTP acima de 96% podem ser mais favoráveis.
  • Volatilidade: Determina a frequência e o valor dos pagamentos. Slots de alta volatilidade oferecem ganhos maiores, mas menos frequentes. Já as de baixa volatilidade proporcionam ganhos menores, porém mais regulares.
  • Funcionalidades Bónus: Rodadas grátis, multiplicadores e jackpots podem aumentar significativamente os potenciais ganhos.
  • Temática e Gráficos: Escolher uma slot com um tema que lhe agrade torna a experiência mais envolvente e divertida.

Notas Finais

Em Portugal, os jogadores têm acesso a diversos casinos online licenciados que oferecem uma vasta gama de slots.

Muitos destes casinos oferecem bónus de boas-vindas e promoções que podem incluir rodadas grátis, proporcionando oportunidades adicionais para experimentar diferentes jogos.

É importante analisar os casinos do ponto de vista de segurança, da mesma forma como deve fazer compras online seguras, onde as políticas de segurança são essenciais para garantir transações justas e transparentes.

As slots continuam a ser a primeira escolha nos casinos online em Portugal, combinando entretenimento e desafio constante. As mencionadas neste artigo são apenas um exemplo do que se pode encontrar ao explorar. 

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Alimentar

Eduardochi é a mascote virtual da KFC neste Natal

À venda em todos os restaurantes KFC, o Eduardochi é uma edição limitada a quatro mil unidades.

A KFC acaba de lançar o Eduardochi, uma mascote virtual inspirada nas mascotes digitais dos anos 90.

Esta mascote digital é uma homenagem aos amantes do frango da KFC “e por isso a sua forma é, nem mais, nem menos, do que uma perna de frango”, destaca a marca.

O Eduardochi está equipado com um ecrã digital e quatro botões e os donos podem interagir com a mascote virtual Eduardochi, cuidar dela, alimentá-la e vê-la crescer, entre outras funcionalidades.

À venda em todos os restaurantes KFC, a edição limitada do Eduardochi terá uma tiragem limitada de quatro mil unidades e poderá ser adquirida com qualquer menu apenas por 4,99€, não sendo vendida separadamente.

Presente em Portugal desde 1996, a KFC, líder mundial em menus exclusivos de frango. É operada em Portugal pelo Grupo Ibersol.

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ESG

Isabel Barros entre os 100 melhores responsáveis de sustentabildiade da Europa

Esta nomeação coloca Isabel Barros como a única portuguesa a integrar a prestigiada lista dos CSO Awards 2025, que distingue os líderes visionários em Sustentabilidade Corporativa.

Isabel Barros foi distinguida como uma das 100 Chief Sustainability Officers (CSO) mais influentes da Europa, uma nomeação que  Esta nomeação que coloca a administradora executiva da MC e responsável pelo pelouro da sustentabilidade como a única portuguesa a integrar a prestigiada lista dos CSO Awards 2025, que distingue os líderes visionários em Sustentabilidade Corporativa.

Os CSO Awards, promovidos pelo instituto europeu Futur/io, são um dos mais prestigiados galardões no campo da Sustentabilidade Empresarial e têm como objetivo destacar os responsáveis de grandes empresas que estão a liderar com impacto e inovação o caminho para um futuro mais sustentável. A cerimónia onde se ficará a conhecer o vencedor deste
prémio terá lugar no dia 20 de janeiro de 2025, em Davos, na Suíça, no âmbito do Fórum Económico Mundial.

“Esta nomeação reflete o trabalho contínuo e a dedicação incansável da MC para assegurar que a Sustentabilidade está cada vez mais no centro da nossa estratégia, da gestão dos nossos negócios e da proposta de valor que entregamos diariamente. Pessoalmente, é uma honra estar nomeada ao lado de líderes tão inspiradores, que admiro profundamente. Apenas um compromisso conjunto dos diferentes elos da cadeia e de cada um de nós, permitirá uma resposta efetiva aos desafios da agenda da Sustentabilidade. Este tipo de iniciativa é fundamental para acelerar esta transformação”, afirma Isabel Barros, Administradora Executiva da MC.

A MC congratula-se com esta nomeação, que distingue o sério compromisso da empresa com práticas sustentáveis e reconhece a evolução que tem sido realizada no desenvolvimento de iniciativas que promovem o equilíbrio entre o crescimento económico, a responsabilidade ambiental e o impacto social.

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ESG

Nestlé doa ao projeto Terras de Cascais o primeiro composto biológico gerado através das cápsulas Neo

São 10 toneladas de um composto classificado como Classe 1, apto para agricultura biológica e regenerativa, que resulta das primeiras cápsulas do inovador sistema Neo, da marca Nescafé Dolce Gusto, lançadas no início deste ano.

Das primeiras cápsulas do sistema Neo, feitas à base de papel, consumidas em Portugal, foi gerado um composto biológico que a Nestlé Portugal doou agora ao projeto Terras de Cascais criado pela autarquia cascalense.

São 10 toneladas de um composto classificado como Classe 1, apto para agricultura biológica e regenerativa, e que vai ser distribuído aos hortelãos que trabalham as hortas comunitárias do projeto. O excedente, será usado na vinha para a produção de Vinho de Carcavelos Biológico, plantada no Mosteiro de Santa Maria do Mar.

“Este é um composto de classe 1, o melhor composto que poderíamos ter e passível de ser aplicado em hortas e campos agrícolas com agricultura regenerativa e ou biológica. Esta cápsula tem cá dentro um café de origem responsável, também ele, por meio de práticas no âmbito do compromissos da Nestlé de ter, até 2030, 50% da matéria-prima originária de agricultura regenerativa”, explicou Hugo Silva, Sustainability Delivery Manager Nestlé, durante a cerimónia de entrega do composto, que teve lugar a 10 de dezembro, no Mosteiro de Santa Maria do Mar.

As cápsulas Neo, da gama Nescafé Dolce Gusto, foram lançadas no início deste ano. Representam o sistema mais avançado da Nescafé Dolce Gusto até à data, e são o resultado de mais de cinco anos de desenvolvimento no Nestlé R&D Center for Systems, tendo recebido a certificação, para compostagem doméstica e industrial, pela TÜV Áustria. As cápsulas utilizadas durante o lançamento da gama Dolce Gusto Neo foram recolhidas e tratadas pela Tratolixo, que as transformou no composto entregue agora pela Nestlé à Câmara de Cascais.

“Há 17 anos começamos uma revolução. Com a Nescafé Dolce Gusto trouxemos as cápsulas a todos os portugueses, o que permitiu terem acesso de forma bastante democrática a um café de altíssima qualidade. Este ano decidimos voltar a revolucionar. Porque os tempos são outros, e nós queremos estar preparados para o futuro. Lançámos um novo sistema, que é o Nescafé Dolce Gusto Neo, que está assente em três grandes pilares. Um é entregar um café de altíssima qualidade, o segundo é uma tecnologia de ponta, que permite tirar vários formatos de café. E depois, um terceiro pilar muito importante, uma cápsula feita à base de papel”, destacou Miguel Abreu, Coffee Portion Manager na Nestlé Portugal.

Capsulas totalmente compostáveis

Por serem totalmente compostáveis, permitem transformar uma pequena embalagem de café num produto compostável, através do processo de compostagem industrial. O composto gerado foi classificado como sendo de Classe I, a mais alta classificação. As cápsulas foram compostadas com resíduos verdes, orgânicos, chegando, assim, às dez toneladas entregues pela Nestlé Portugal ao Terra de Cascais.

Lançado pela Cascais Ambiente, a empresa municipal de ambiente de Cascais, o projeto Terras de Cascais teve início em 2009, com a criação das primeiras hortas comunitárias no concelho, dinamizadas essencialmente por particulares. Com o objetivo de incentivar o cultivo da terra em contexto urbano, com base na agricultura biológica, engloba atualmente 36 hortas comunitárias, trabalhadas por 765 famílias. Existem hortas associativas, hortas de produção e de integração social, hortas nas escolas, pomares comunitários, vinhas comunitárias e a Vinha do Mosteiro de Santa Maria do Mar, uma vinha de grande escala para a produção de Vinho de Carcavelos Biológico.

A Horta da Quinta do Pisão, com uma produção biológica e sazonal, e a Horta do Brejo, em parceria com o Estabelecimento Prisional de Tires, são exemplos que nasceram deste projeto. “Muitos dos produtos que fazemos no Estabelecimento Prisional de Tires são doados às IPSS. São toneladas de alimentos doadas mensalmente a muitas famílias que, se não fosse assim, não tinham acesso a estes produtos, que além de serem sustentáveis, além de serem locais, além de serem sazonais, além de serem provenientes de agricultura biológica, são, acima de tudo, saborosos”, destacou Luís Almeida Capão, diretor municipal de Ambiente e Sustentabilidade da Câmara Municipal de Cascais, na cerimónia de entrega do composto, durante a qual agradeceu à Nestlé Portugal a doação das 10 toneladas.

Luís Almeida Capão (esq.), Miguel Abreu e Hugo Silva durante a cerimónia de entrega do composto

Ao Hipersuper, Luis Almeida Capão, Hugo Silva e Miguel Abreu falaram sobre esta parceria e a importância do investimento em sustentabilidade.

Luís Almeida Capão, diretor municipal de Ambiente e Sustentabilidade da Câmara de Cascais

Como chegaram a esta parceria?

Chegámos a esta parceria porque a Câmara Municipal de Cascais tem na economia circular uma responsabilidade da qual não abdica. Tudo o que nós produzimos deve ser desenvolvido de forma a que possa ser reincorporado o mais possível no nosso sistema de economia de consumo ou de aproveitamento, seja energético, seja para outro tipo de coisas. Neste caso, quando criámos a primeira rede de ecocentros móveis do país, achámos por bem incluir a linha das cápsulas de café e a partir daí criámos, de facto, um movimento novo a nível nacional com os produtores de café. E que permitiu perceber que havia um grande manancial na comunidade, que, paralelamente aos retalhistas ou às lojas próprias, podia ter uma forma de ir recolher as cápsulas usadas.

Paralelamente a isso, a Nestlé teve a capacidade de inovar com uma cápsula nova em papel, que pode ser reintroduzida diretamente nos sacos verdes, nos restos de comida de Cascais e rapidamente ser transformada num composto de altíssima qualidade. Que neste caso foi doado à Câmara Municipal de Cascais e que a câmara doou aos hortelãos das mais de 760 famílias que têm hortas no concelho. Reaproveitando algo que iria parar ao aterro, e que neste momento volta a ver a luz do dia, permitindo que se promova uma agricultura mais sustentável e mais amiga até da comunidade, ao mesmo tempo que a Nestlé também tem aqui um grande papel na sua responsabilidade social e ambiental. E estamos muito felizes por temos sido escolhidos para a doação destas 10 toneladas de composto.

Hugo Silva, Sustainability Delivery Manager Nestlé

A Nestlé é um dos players que integram o projeto Recaps. Mas este projeto de compostagem, surgiu por ter criado uma cápsula à base de papel?

O que está dentro da cápsula de café é exatamente o mesmo: é café torrado e moído. A grande diferença é o material da cápsula. No projeto Recaps, nós temos cápsulas de plástico e de alumínio e que podem ser recicladas. Aqui, a diferença desta cápsula, é que é feita à base de papel e é compostável, não é reciclável. Portanto é um processo completamente diferente e que deve ser colocado no fluxo de bioresíduos em casa dos consumidores, nos tais sacos verdes. Nós decidimos avançar com o projeto porque conseguimos desenvolver esta tecnologia, este material. O nosso grande objetivo era dar uma alternativa aos consumidores, que começavam a deixar de consumir o café em cápsula pela preocupação ambiental de não conseguirem reciclar nem o plástico nem o alumínio. E demos uma alternativa muito mais fácil, porque em casa dos consumidores na área de Cascais, Oeiras, Lisboa, é possível colocar estas cápsulas no fluxo de bioresíduos que já está implementado.

No fundo, como se processa?

Os dois materiais são compostáveis, tanto o papel como o que parece ser plástico, mas não é: é um biopolímero compostável feito à base da polpa da madeira. Isto tudo vai para uma pilha e através do processo de compostagem doméstica ou industrial, transforma-se em composto. A diferença dos dois processos, doméstico ou industrial, é o tempo: uma compostagem doméstica demora até seis meses e uma industrial até três meses. Depois, dependendo da quantidade de humidade que se adiciona ao processo, do calor que se adiciona ao processo, este pode ser mais ou menos acelerado. Portanto, a estas cápsulas, são misturados outros resíduos orgânicos, como casca da banana, cascas de maçã, restos de comida, tudo o que é resíduo orgânico, o que vai acelerar o processo de compostagem da cápsula e que depois, passados três meses, no caso da compostagem industrial, transforma-se no composto que podemos ver aqui.

Miguel Abreu, Marketing Manager Coffee Portion Nestlé

Para a Nestlé, e para a marca Nescafé, este é um exemplo prático de investimento em sustentabilidade?

Sim, em tudo o que fazemos, levamos a sustentabilidade muito a sério. Em todos os nossos segmentos de cafés, fazemos a prática da agricultura sustentável como mais valia. Sabemos que em Portugal os consumidores estão cada vez mais atentos, mas ainda não é o seu principal foco. No entanto, nós não abdicamos desse pilar. O Neo é exatamente a última demonstração disso. Nós sabemos que o consumidor tem o direito a ter um café de altíssima qualidade, não tem que abdicar dele, por isso não aumentámos o preço. O que queremos é democratizar o acesso a práticas sustentáveis. Queremos que o consumidor, de uma forma muito fácil, consiga ter acesso ao melhor produto, ao produto que ele merece, sustentável e de uma forma menos disruptiva para a sua vida. E com esta cápsula, a única coisa de que o consumidor tem que se lembrar é “onde é que eu deito o meu lixo orgânico, no dia a dia?”. No futuro nós queremos que as pessoas pensem e tenham práticas sustentáveis na sua vida. Mas naquelas em que nós pudermos facilitar, e o café é uma delas, queremos que as pessoas nem sequer pensem muito nisso. Queremos que elas simplesmente desfrutem de um grande café de uma forma mais fácil e sem qualquer tipo de preocupações.

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

Bebidas

Espumante de chá bio com apenas 3% de teor alcoólico no palco Future Taste da Auchan

A Auchan apresenta um espumante de chá bio com apenas 3% de teor alcoólico.

Esta bebida milenar, fermentada e naturalmente gaseificada, é produzida a partir de chá verde biológico açoriano, envelhecido e maturado lentamente durante mais de 3 anos e está disponível no palco Future Taste da Auchan, em exclusivo até 1 de janeiro.

“Uma verdadeira inovação, não só pelo sabor único e gaseificação natural persistente, mas também por ser uma opção com apenas 3% de teor alcoólico, alinhada com as tendências atuais”, garante a Auchan Portugal.

Com um perfil rico, seco e complexo, apresenta uma bolha suave e delicada, e um final distinto. Ligeiramente adocicado, com apenas 0.2g de açúcar residual, e muito refrescante, este espumante de chá bio promete surpreender os paladares mais exigentes, refere ainda.

Sobre o autorHipersuper

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Bebidas

Velhotes celebram 90 anos com viagem no tempo e em realidade aumentada

A viagem, feita de década em década, pretende assinalar os marcos históricos desde a conceção de Velhotes, e a respetiva entrada no mercado, aos dias de hoje.

Dos Beatles ao Maradona, a nova campanha do vinho do Porto Velhotes é uma viagem no tempo e em realidade aumentada. Os 90 anos que a marca celebra em 2024 são assinalados como uma experiência única, disponível através de um código QR. A viagem, feita de década em década, pretende assinalar os marcos históricos desde a conceção de Velhotes, e a respetiva entrada no mercado, aos dias de hoje.

Para aceder à experiência imersiva, basta apontar a câmara do telemóvel para o código QR disponível na Caixa de Velhotes Tawny, fazer o respetivo scan e, posteriormente, com a câmara focar o rótulo da garrafa para, assim, ativar a dinâmica de realidade aumentada – cada década oferece uma experiência diferente, sendo que a animação pode ser partilhada com amigos e família, refere a marca.

A campanha entrou em vigor no final de outubro, mas é reforçada agora em dezembro com uma rede de mupis com 697 faces no Porto e em Lisboa, mas também em pontos estratégicos no norte literal e interior. A isto somam-se 261 faces de doormedia, isto é, portas de loja, até 17 de dezembro, em pontos de venda da grande distribuição.

Do portefólio de Velhotes fazem parte sete referências: Tawny, Ruby, White Lágrima, White, LBV, Special Reserve Tawny e 10 Anos Tawny, sendo que os três últimos pertencem ao segmento mais premium.

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Bebidas

Pobeira é uma cerveja com alma do Norte e um objetivo de internacionalização

Em pouco mais de um ano no mercado, Edgar Gonçalves e Artur Giesteira levaram a sua cerveja artesanal para lá da Póvoa de Varzim e implantaram-na no Norte. “Acreditamos que a cerveja artesanal deve ser um produto acessível a todos e não apenas um produto de nicho”, destaca Edgar Gonçalves ao Hipersuper.

O nome não deixa dúvidas: ser uma homenagem as raízes Poveiras dos seus criadores e o sotaque típico nortenho. Mas em pouco mais de um ano no mercado, Edgar Gonçalves e Artur Giesteira levaram a sua cerveja artesanal para lá da Póvoa de Varzim e implantaram-na no Norte. A Pobeira deu-se a conhecer em eventos pelo país, conquistou prémios, iniciou a exportação e iniciou uma estratégia de consolidação no mercado nacional. “Acreditamos que a cerveja artesanal deve ser um produto acessível a todos e não apenas um produto de nicho”, destaca Edgar Gonçalves ao Hipersuper.

A Cerveja Pobeira é ainda uma jovem marca de cerveja artesanal. Lançada por Artur Giesteira e Edgar Gonçalves, depois de cerca de quatro anos de desenvolvimento, aposta num setor de produtos diferenciados e numa promoção de proximidade, que inclui a presença em vários eventos, particularmente em festivais de cerveja.

Contam que em 2020, durante a pandemia, testaram sete estilos de cerveja “sempre com feedback positivo dos amigos e familiares”. Em 2022, realizaram um teste industrial de 1500 litros, que esgotou em três meses e foi o impulso para regressarem a Portugal e lançarem, na sua Póvoa de Varzim, a Cerveja Pobeira, em 2023.

Pelo caminho, houve “uma longa mas muito interessante pesquisa de mercado para definirmos onde posicionar a marca – canais de venda, segmentos de preços, identidade visual, a nossa estratégia de entrada no mercado e o nosso portfólio de cervejas que iriamos trazer para o mercado numa fase inicial”, recorda Edgar Gonçalves.


O portfólio é composto pela Beach Lager – “que remete para as praias lusas”, e que sete meses depois de ter chegado ao mercado conquistou o 3º lugar na categoria Lager no Concurso Nacional de Cervejas Artesanais de 2023, um prémio foi atribuído por um júri composto por especialistas nacionais e internacionais. Foram criadas também a Nata Stout – “um hino em forma de cerveja ao icónico pastel de nata, apresentando notas complexas de café e chocolate”, a Carnation Red Ale – que “celebra os 50 anos do 25 de Abril”, e a Surf Session IPA, lançada no verão de 2024, que a marca levou a três festivais de cerveja, “esgotando o stock em todos eles”, detalha Edgar Gonçalves.

No seu segundo verão de atividade, a marca marcou presença em quatro festivais de cerveja, sendo a mais jovem a ser convidada para os dois dos principais festivais nacionais, Porto Beer Fest e ArtBeer Fest, em Caminha. Este ano deverá ainda ser lançada uma edição especial de Natal, “uma garrafa especial decorada com um branding alusivo à época festiva”, disponível através da loja online da marca e em certos espaços físicos, avança o co-fundador da marca.

“Acreditamos que a cerveja artesanal deve ser um produto acessível a todos e não apenas um produto de nicho pelo que apostamos em cervejas que privilegiam o equilíbrio e a ‘drinkability’, mantendo sempre um toque único dentro dos estilos em que se enquadram”, defende.

Abrir uma fábrica e internacionalizar

No verão de 2024, e comparativamente ao verão de 2023, a marca registou um crescimento de 90% nas vendas, duplicou os pontos de venda e triplicou o número de cidades em que está presente. Os fundadores avançam ainda que em termos de produção, a Pobeira registou um aumento de 150% e a loja online registou números bastante interessantes, contando já com mais 150 clientes registados de oito distritos diferentes.

A internacionalização é um objetivo estratégico, pelas oportunidades de crescimento e de reconhecimento no estrangeiro. Em abril deste ano, iniciaram a exportação, com a entrada em França e têm na Suíça e no Luxemburgo os próximos mercados-alvo. “Estes são os mercados prioritários, mas estamos também a avaliar oportunidades noutras regiões onde exista uma forte comunidade portuguesa”, revela Edgar Gonçalves, assumindo que o chamado ‘mercado da saudade’ é uma aposta importante e onde também procuram ativamente parcerias. “Nos próximos três anos a Pobeira pretende aumentar o ritmo de crescimento, com planos para aumentar significativamente o número de efetivos, solidificar a presença nacional, e chegar a novos mercados de exportação”, assegura.

“E porque o mundo da cerveja artesanal não se faz só de negócios, temos também como objetivo a realização de produções colaborativas com outras marcas internacionais amigas que nos irão proporcionar não só acesso direto a esses mercados, conhecimento sobre boas práticas utilizadas lá fora mas também, claro, bons momentos e a partilha de experiências”, sublinha ainda.

Para 2025, o foco principal será consolidar a presença a nível nacional “expandindo a nossa pegada geográfica para as regiões Centro e Sul do país”, adianta o responsável, acrescentando que, para tal, estão à procura de parceiros nas áreas da distribuição comercial, a nível regional e nacional. “Procuramos a entrada nas grandes superfícies e também queremos aumentar a nossa presença em pontos de venda, tanto com garrafas como com cerveja à pressão. Já estamos presentes em 15 cidades portuguesas, mas o nosso objetivo é expandir para outras zonas e reforçar a nossa presença nos locais onde já estamos”, complementa.

Outro projeto assumido é a abertura de uma fábrica própria e um ‘tap room’, onde os clientes possam conhecer melhor a marca “e provar as nossas cervejas diretamente das cubas”. “Estamos ativamente à procura de investidores e formas de concretizar esse projeto”, revela. Por conta da estratégia de entrada no mercado, atualmente a produção da Cerveja Pobeira é subcontratada, mas a receita e o desenvolvimento do produto são inteiramente da responsabilidade dos fundadores.

Na vertente da digitalização do seu negócio, a marca tem planos para lançar uma app “com o objetivo de conectar a sua rede de parceiros e pontos de venda”, bem como alavancar o programa de Embaixadores ‘Entra na Onda’, “dinamizando o seu ecossistema e criando mais valor para os seus stakeholders”, avançam Edgar Gonçalves e Artur Giesteira.

Além das cervejas artesanais, os dois empreendedores criaram um serviço a pensar nos eventos em que participam. A Beer Van é uma Volkswagen ‘Pão de Forma’ de 1975, transformada num bar móvel que tem percorrido festivais e marcado presença em eventos privados. “Esta Beer Van pode também ser alugada por empresas de catering ou outros parceiros que queiram alavancar este serviço diferenciador”, destacam os criadores da Pobeira.

Este artigo foi publicado na edição 428

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

Retalho

Andreia Vaz é a nova head of brand e customer experience da Worten

Andreia Vaz desempenhava a função de marketing & innovation director na Nespresso Portugal e passa a integrar a Worten, onde irá liderar a equipa de marca e comunicação da Worten.

Com 25 anos de experiência em marketing de consumidor e de inovação com foco em estratégia e branding, Andreia Vaz assume o cargo de head of brand e CX (Customer Experience), onde irá liderar a equipa de marca e comunicação da Worten, assumindo também o pelouro de customer experience, integrando as equipas de serviço ao cliente e CMI, reflete uma mudança recente da companhia para acompanhar o foco no cliente, elevando a experiência de marca em todos os pontos de contato. Até agora, Andreia Vaz desempenhava a função de marketing & innovation director na Nespresso Portugal e passa desde dezembro a integrar a equipa da Worten.

Ao longo da sua carreira, Andreia Vaz lançou mais de 100 novos produtos em todo o mundo (desde FMCG às indústrias LBE) e desenvolveu marcas localmente (Optimus, Pampero, Bushmills, Tanqueray, Johnnie Walker) e marcas de inovação global (como Pimm’s ou Peppa Pig a partir do Reino Unido). Em 2023, depois de ter sido mãe, regressou à Nestlé como Marketing & Innovation Director da Nespresso Portugal, onde definiu uma nova estratégia de marca glocal em Portugal para os próximos 3 anos, e lançou com sucesso a campanha de Nespresso Lisbon Bica, um novo café inspirado especificamente na bica portuguesa, que foi premiado com Bronze na Categoria de Lançamento de Marca B2C pelos Prémios APPM 2024.

“É com grande entusiasmo que aceito este desafio para liderar a comunicação e a experiência do cliente de uma marca líder no seu setor em Portugal. Estou ansiosa para trabalhar em estreita colaboração com todas as equipas de negócio da Worten e contribuir para a sua estratégia de crescimento, fortalecendo a marca para os próximos anos, preparando-a para o futuro, sempre com a criatividade na base de tudo o que fazemos quer nas soluções de negócio, quer inspirando as nossas pessoas”, afirma Andreia Vaz, em comunicado.

Andreia Vaz começou a sua carreira na área do marketing e branding com uma passagem de três anos pela Media Capital, onde esteve como product manager das quais da Mix Fm e da Cidade Fm. Seguiu-se a experiência na Optimus (atual NOS) como advertising brand manager, de 2003 a 2007, onde desenvolveu várias campanhas multimeios onde se destaca o reposicionamento “Experimenta” e na Diageo onde começa em Portugal, passa pelo trade marketing, brand management e innovation commercialisation altura em que rumou a Londres para começar um percurso na Inovação começando pelo cargo de european senior innovation manager, passando mais tarde para a equipa global de inovação – Global Futures Team – como senior innovation manager e onde desenvolveu inovação estratégica de longo-prazo.

Em 2015, ainda em Londres, foi convidada para se juntar à Merlin Entertainments (operador mundial de atrações de Location Based Entertainment) como global senior creative director onde foi responsável a nível global – da Europa, aos EUA, à Australia, à Ásia – pelo pipeline estratégico de criação de novos produtos e respetiva supervisão criativa nas atracões físicas de marcas como Legoland Discovery Centres, Madame Tussauds ou Sea Life Aquarium. Ainda na Merlin, assume mais tarde a posição de global brand marketing director – innovation brands onde foi responsável por definir estratégias globais de lançamento e planos de marketing para as novas marcas de inovação do grupo como Peppa Pig World of Play (atualmente com parques temáticos e parques indoor em várias localizações globais).

Ao regressar a Portugal, em 2020, junta-se à Nestlé Portugal como head of CMI, strategy and innovation e, posteriormente, assume o cargo de innovation & digital transformation diretor para a Nestlé Iberia (Espanha e Portugal) com a missão de encontrar novas oportunidades de crescimento em territórios de futuro, ou em acelerar o negócio core em áreas transversais do negócio, como novos serviços e plataformas digitais, novos canais, novos modelos de negócio e a utilização de big data. Nestas funções, integra o Júri do Eurobest e Lions Cannes por várias vezes desde 2020 na categoria de innovation & creative data, tendo sido a primeira portuguesa a presidir um júri no Eurobest nesta mesma categoria em 2022.

Andreia Vaz reporta diretamente ao COO Mário Pereira, que se congratula com a nova diretora na equipa. “Fico muito feliz por conseguir ter a Andreia na nossa equipa, e estou certo de que conseguirá continuar o bom caminho que a marca tem feito nos últimos anos, agora com uma visão uniforme da marca e da experiência do cliente. É uma excelente forma de fechar o ano”, sublinha.

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Bebidas

Água de Luso celebra ligação à sua origem em campanha multimeios

A Água de Luso tem uma nova campanha digital e de exterior, que celebra a sua origem, a Serra do Bussaco.

tagsLuso
A serra que abrange os concelhos da Mealhada, Mortágua e Penacova é o ponto de partida da mais recente campanha de marca que explora, através de uma conversa pedagógica entre pai e filha, a história da Água de Luso e o seu compromisso com a natureza e a qualidade incomparável, que se reflete em cada gota que chega aos consumidores.
Desde a queda das chuvas, a água é filtrada, lentamente, pelas rochas da Serra do Bussaco. Este processo de filtração milenar acontece a centenas de metros de profundidade, estando a Água de Luso protegida e preservada na Serra, permanecendo intocada, até ser engarrafada. Este percurso cria uma água nobre com características únicas, influenciada por toda a envolvência, desde o tipo de florestação, o clima, subsolo e rochas, sublinha a Luso em comunicado.
A mais recente campanha de marca vai estar no ar em exterior, Spotify e digital, com conteúdos dos embaixadores – Jessica Athayde, João Amorim, Alice Trewinnard e Mafalda Sampaio – que serão publicados, gradualmente, e representarão a “viagem” da água desde a Serra do Bussaco até aos diferentes momentos do dia a dia e desta época festiva, sob o mote “Da Serra do Bussaco, para ti”.
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Alimentar

Fábricas do Grupo Celeste produzem mais de 500 toneladas de doces para a época natalícia

Com a chegada da época natalícia, as fábricas do Grupo Celeste produzem mais de 500 toneladas de doces de Natal, um número que cresce anualmente.

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O Grupo Celeste apresenta várias novidades para este natal, produtos “que foram criados para transformar esta época numa experiência verdadeiramente especial”: Panetone de Frutas Confitadas, Panetone de Caramelo Salgado e Chocolate, Bolachas Rei, Fatias Douradas de Abóbora e Canela, Pão de Ló Cremoso de Limão e o elegante Tronco de Natal de Tiramisu.

Com a chegada da época natalícia, as fábricas do Grupo Celeste produzem mais de 500 toneladas de doces de Natal, um número que cresce anualmente, sublinha em comunicado.

São das unidades de Guimarães, Vizela e Ermesinde, em Portugal e em Esch-Sur-Alzette, no Luxemburgo que saem as mais variadas gamas de produtos natalícios; 190 toneladas de pão de ló tradicional; 110 toneladas de pão de ló de especialidades (pão de ló húmido/cremoso, pão de ló de chocolate); 145 toneladas de bolo-rei tradicional; 145 toneladas de bolo-rei de especialidades (alagado, frutas confitadas, castanhas, chocolate, chila) e 300 mil unidades/cacetes rabanada, entre muitos outros.

“No Grupo Celeste, acreditamos que o verdadeiro espírito do Natal está em honrar as tradições, enquanto criamos memórias. É por isso que combinamos o sabor autêntico dos clássicos com a inovação de receitas únicas, feitas para surpreender e encantar nesta época tão especial. Sabemos que os nossos clientes além de não prescindirem da qualidade dos nossos produtos, estão sempre curiosos por conhecer as novidades que preparamos ano após anos, em especial para esta época. Temos a certeza de que não os vamos desiludir e será mais um ano em que as famílias terão os produtos Celeste à mesa.”, indica Sofia Miguel, diretora de marketing e comunicação do Grupo.

O Grupo Celeste tem na sua gama o tradicional Bolo Rei, Bolo Rei de Castanhas, Bolo Rei de Chocolate e Bolo Rei de Alfarroba, vários tipos de Pão de Ló, como o Pão de Ló Húmido, Pão de Ló de Chocolate, Pão de Ló de Mel ou o Pão de Ló de Caramelo Salgado e doces típicos, como Fios de Ovos, Rabanadas, Filhoses, Mexidos, Sonhos, Arroz-Doce, Pudins e Troncos de Natal.

Para este ano aas novidades são: Panetone de Frutas Confitadas, Panetone de Caramelo Salgado e Chocolate, Bolachas Rei, Fatias Douradas de Abóbora e Canela, Pão de Ló Cremoso de Limão e o sofisticado Tronco de Natal de Tiramisu.

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