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Gonçalo Santos Andrade é presidente da Portugal Fresh, associação que representa mais de cinco mil produtores Frame It

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Distribuição

“Este setor tem muito por onde andar se o país definir o agroalimentar como prioritário”

Entrevista com Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh – Associação para a Promoção das Frutas,
Legumes e Flores de Portugal, que fala de crescimento, internacionalização e de medidas urgentes.

Ana Grácio Pinto
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Distribuição

“Este setor tem muito por onde andar se o país definir o agroalimentar como prioritário”

Entrevista com Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh – Associação para a Promoção das Frutas,
Legumes e Flores de Portugal, que fala de crescimento, internacionalização e de medidas urgentes.

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Ana Grácio Pinto
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Fotografias Frame It

A Portugal Fresh reúne mais de cinco mil produtores, entre associados empresariais e de especialidade. Em 2023, o setor atingiu cinco milhões de euros de valor de produção e 2.300 milhões de euros em valor das exportações.

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Gonçalo Santos Andrade é presidente da Portugal Fresh, associação que representa mais de cinco mil produtores Frame It

Gonçalo Santos Andrade é presidente da Portugal Fresh, associação que representa mais de cinco mil produtores

A Portugal Fresh foi constituída em dezembro de 2010. De que forma tem contribuído para a visibilidade e o posicionamento do setor das frutas, legumes e flores, tanto a nível nacional como internacional?
Há, seguramente, um antes e um a seguir à Portugal Fresh. Já havia um conjunto de empresas, ou associações representativas, principalmente no setor das peras e das maçãs, que fizeram um trabalho de muita qualidade a desbravar mercados, mas com uma presença de pequena dimensão nos principais certames.
A Portugal Fresh surgiu já a abranger todo o território nacional e com uma diversidade de oferta que tem vindo a crescer. E isso dá uma notoriedade de presença do país, completamente diferente. Começamos a juntar as principais empresas e o nosso primeiro evento foi em 2011, na Fruit Logistica, em Berlim.
Temos dois grandes eventos, enquanto feiras internacionais, a nível mundial: a Fruit Logistica, em Berlim, em fevereiro, e a Fruit Attraction, em Madrid, em outubro. Ao estarem presentes conjuntamente, as empresas dão uma notoriedade e uma visibilidade da nossa oferta, completamente diferentes. E também estão muito mais abertas a uma cooperação internacional, a uma cooperação entre elas no tema das exportações. Portanto, há um antes e um depois da Portugal Fresh. Principalmente pela organização e por uma estratégia conjunta de exportação e de internacionalização, que surgiu com duas pessoas muito marcantes, o então ministro (da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas) António Serrano e o saudoso Eng.º Manuel Évora, primeiro presidente da associação.

É a força da ‘marca’ Portugal?
É a questão da marca Portugal. Em 2023 estivemos na Fruit Attraction, em Madrid, com 50 entidades do setor num espaço de 640 metros quadrados, o que dá uma visibilidade e uma notoriedade ao país completamente diferentes. Podemos promover muita diversidade de produtos desde as laranjas do Algarve aos pequenos frutos do Sudoeste alentejano, o tomate do Ribatejo e do Oeste, os kiwis, a pera Rocha e a maçã, as uvas, a castanha, os produtos hortícolas…
Há um conjunto de cores, de sabores, de aromas, que os clientes já sabem que vão encontrar ao irem aos espaços promovidos pela Portugal Fresh. Hoje em dia, levamos um chef nacional que prepara degustação dos nossos produtos, não só do setor das frutas e legumes: fazemos questão de levar vinhos, azeite, carnes nacionais. O chef prepara, por exemplo, sopas tradicionais portuguesas, disponíveis entre as 10h30 e as 18h. E entre as 12h30 e as 15h quase que não se consegue passar no nosso stand. Porque os clientes já sabem que a delegação portuguesa leva um chef que lhes dá a degustar a gastronomia nacional.
Também aproveitamos para divulgar, num grande ecrã, vídeos da AICEP, e não apenas do nosso setor. Porque cada cliente internacional que vá visitar o espaço da Portugal Fresh e que esteja disponível para contatar as empresas, experimentar a gastronomia, é mais um cliente que ganhamos não apenas para o setor.
Outro ponto de extrema relevância são os números. Em 2010 tínhamos um volume de negócios de valor da produção de 2.200 milhões de euros e em 2023 atingimos cinco milhões de euros de valor de produção. Se falarmos em valor das exportações, em 2010 estávamos com 780 milhões de euros, em 2013 atingimos mil milhões de euros, em 2022 passamos pela primeira vez os dois mil milhões de euros e em 2023 atingimos 2.300 milhões de euros.
Nos últimos 13 anos foi sempre num crescente. Se compararmos a evolução de todas as exportações, os dados do INE indicam que de 2022 para 2023 houve uma diminuição das exportações de bens nacionais. Mas as frutas subiram praticamente 1.300 milhões. Estes números demonstram que o trabalho de promoção do setor tem tido resultados práticos e visíveis.

Quantos associados tem a Portugal Fresh?
Temos 99 associados empresariais e 17 de especialidade. Os de especialidade são as associações subsetoriais. Os associados empresariais são, em grande parte, organizações de produtores. Ou seja, representamos mais de cinco mil produtores.

E em que aspetos veio contribuir para alterar procedimentos e formas de trabalhar na produção? Ser uma marca ‘chapéu’ dá-lhe uma responsabilidade acrescida, mas também mais peso negocial…
A Portugal Fresh é uma associação para a promoção das frutas, legumes e flores, não temos uma intervenção direta comercial, mas fazemos bastantes pontes de entendimento. Por exemplo, temos uma parceria com o Lidl, desde 2014, para a exportação de produtos, que começou com a melancia, estendeu-se para a pera rocha e, neste momento, já engloba vários produtos. Recordo que naquele ano, a Alemanha era o nono mercado mais importante nas nossas exportações.
Em 2015 já era o quinto, também porque nesse ano fomos o país parceiro da Fruit Logistica em Berlim e fizemos um investimento para uma maior notoriedade.
E porquê aquela feira? Porque tem visitantes profissionais de mais de 140 países. Porque quando estamos em certames como a Fruit Logistica ou a Fruit Attraction estamos em verdadeiros centros de negócios. São feiras onde evitamos 20 ou 30 viagens a diferentes geografias. A Portugal Fresh não dá qualquer apoio a nível de produção, mas tem um contato muito mais direto com os clientes finais, com as tendências de mercado, com as exigências das certificações de cada geografia. E todos os produtores que integram estes eventos, apercebem-se das tendências de mercado, das exigências de produção, dos processos que precisam introduzir nas suas empresas, sejam individuais, sejam organizações de produtores. Isso ajudou-os muito a crescer na última década.

É um trabalho de parceria alargado…
Nós temos uma grande parceria, quer com a AICEP que tem delegados quase por todo o mundo, quer com as embaixadas portuguesas. Fazemos um plano de atuação com muita antecedência a fim dos delegados da AICEP e dos próprios senhores embaixadores nos ajudarem na promoção, na identificação de oportunidades. Ainda agora em fevereiro, quando estivemos na Fruit Logistica em Berlim, tivemos a visita do senhor embaixador e da equipa da AICEP na Alemanha. Em Berlim, ficamos sempre em dois hotéis – o Pestana ou o Sana, que são hotéis portugueses. O jantar empresarial, que realizamos sempre, decorreu no Sana Berlim, onde reunimos cerca de 150 pessoas e teve a presença do senhor embaixador e dos delegados da AICEP.

Como trabalha a Portugal Fresh para a internacionalização do setor?
Nós olhamos de diversas formas para o mercado global. Uma é nos mercados onde já estamos, a nível de reforçar a presença e os negócios que trazem uma mais-valia para nós. E, aí, olhamos principalmente para Espanha, França, Países Baixos, Alemanha e Reino Unido.
Depois, noutra perspetiva, olhamos para onde iremos conseguir remunerar melhor os nossos produtos: países por Pib Per Capita. Mesmo sendo pequenos, como Luxemburgo, Suíça, Irlanda, países nórdicos, são países com poder de compra e onde os produtos portugueses podem atingir alguma diferenciação.
E olhamos ainda de outra perspetiva: a das comunidades portuguesas relevantes em cidades como Paris, para ver como conseguimos atingir consumidores que estão disponíveis a pagar mais pelos nossos produtos. Depois, temos a consciência que cerca de 81% do valor das nossas exportações são para a União Europeia. E se somarmos os cerca de 6.5% para o Reino Unido, estamos a dizer que cerca de 87% se faz nestes países próximos de nós.
Vamos chegar ao fim do ano com 8.1 mil milhões de consumidores no mundo. Em 2030 serão 8.5 mil milhões e serão nove mil milhões em 2037. E se olharmos para o crescimento demográfico mundial, vemos que neste momento já metade dos consumidores estão na Ásia.
Por isso, temos de ver, com muita atenção, como conseguimos chegar com os nossos produtos a países fora da nossa esfera mais próxima. Uma das maneiras é chegarmos às cidades que têm mais de dez milhões de consumidores – até 2023 serão 40 cidades. Podemos já enumerar algumas, como São Paulo, Nova Deli, Bombaim, Cidade do México, que podem ser importantes porque ao identificarmos um bom cliente numa destas geografias, o potencial de venda de produto será muito relevante.

Gonçalo Santos Andrade é presidente da Portugal Fresh, associação que representa mais de cinco mil produtoresAinda há espaço para crescer na União Europeia?
Sim, e por vários fatores. Neste momento, temos de olhar para a União Europeia como o nosso mercado local, nesta linha que vai de Portugal à Finlândia. Estamos a falar de cerca de 450 milhões de consumidores na UE a 27 e Portugal tem apenas 2,3% desses consumidores. É um mercado único, onde temos de conseguir crescer.
E, a esse nível, é muito importante garantir que o resultado das políticas europeias seja um aumento da produção na UE. Ou seja, termos uma maior autonomia estratégica a 27 e uma diminuição da importação de produtos de países terceiros. Ou acreditamos na Europa ou não acreditamos.
E as ambições dos últimos anos, com o European Green Deal e com o Farm To Fork vêm implicar uma diminuição da produção na UE e isso não é sustentável.
Se olharmos pragmaticamente para os números, vemos que os agricultores têm de estar realmente preocupados, porque a emissão de gases de efeito estufa na UE a 27 é 6.4% da emissão a nível mundial. O agroalimentar da UE não representa mais de 1% das emissões globais de gases de efeito estufa. E Portugal representa 0.115%. Se não houver acordos fortes com os EUA, com a China e com a Índia, isto não será sustentável. Porque não podemos estar a sacrificar um setor com um contributo tão baixo em detrimento da produção.

Mas a UE defende uma produção mais sustentável, com mais ênfase na estratégia Farm to Fork, com redução de pesticidas e fertilizantes. Alterar procedimentos para uma produção mais sustentável acarreta investimentos, às vezes difíceis de comportar sem apoios…
O problema não é só a dimensão dos agricultores e o investimento ser grande. O problema é que os números decididos num escritório, não são aplicáveis. Não é sustentável. Se tiver de ter 25% de área biológica, se cortar 50% nos produtos fitofármacos… Há muitos produtos que, se não se perder produtividade, podem-se fazer no modo de produção biológica, mas na maioria deles perde-se muita produtividade. Portanto, se tiver de ocupar quatro vezes mais o território, utilizar quatro vezes mais água para produzir a mesma quantidade, isso não é sustentável.
Eu já referi a questão demográfica. Nós teremos de ter mais alimentos porque o crescimento demográfico está a ser exponencial. O maior crescimento demográfico que vai haver até 2100, será nos próximos 12 anos. É este espaço até 2030, quando se passará dos 8.1 para 8.5 mil milhões, e de 2030 a 2037 quando passaremos de 8.5 para 9 mil milhões de consumidores. Se tivermos mais consumidores e, por outro lado, consumidores mais informados, que procuram dietas mais equilibradas e saudáveis, que dão um valor acrescentado a esta dieta mediterrânica e que precisam dos agricultores, precisamos ter uma estratégia que seja sustentável. E a estratégia sustentável é que o resultado das políticas seja um aumento da produção da União Europeia e uma diminuição de importações de produtos que não cumprem os requisitos que nós temos na União Europeia. Esta questão de não colocarmos em causa a estratégia de segurança alimentar na União Europeia, é fundamental. Porque se o resultado das políticas for um aumento das importações de países terceiros e dependermos mais dessas importações, esse, seguramente, não é o caminho que todos desejamos.
Com dois anos de pandemia, com duas secas extremas nos últimos quatro anos, duas guerras muito próximas de nós, o setor agroalimentar nunca parou. A produção, a logística, a indústria, o retalho, disponibilizaram sempre aos consumidores, principalmente os europeus, produtos de elevada qualidade e com segurança alimentar. E, mesmo com a inflação, ainda há preços relativamente acessíveis. Concordo que os preços cresceram, mas se não houvesse uma Política Agrícola Comum teriam crescido muito mais.
Os agricultores querem fazer parte da solução, eles são os melhores amigos do ambiente e da preservação da biodiversidade. Agora, tem de haver equilíbrio nas medidas e ser algo que seja exequível, com prazos bastante mais alargados. Não querermos reduzir tudo no imediato, quando há países que estão completamente fora destes acordos. A questão dos EUA, da Índia e da China é de extrema relevância porque, assim, vamos perder completamente a competitividade que temos num mercado cada vez mais global.

Nesse sentido, referiu que o PEPAC “não pode ser transformado numa política de prioridade ambiental”. Considera um exagero o objetivo de área afeta a agricultura biológica? E que medidas defendem para a revisão do PEPAC?
Quando estamos doentes, utilizamos medicamentos para tratar essas doenças. Para tratarmos as nossas plantas, também precisamos de tratamentos para usar na defesa dessas plantas. A agricultura biológica tem o seu espaço. São produtos que vão sair mais caros e, por isso, acho que temos de ter cuidado nas metas e na área afeta. Porque, senão, o consumidor vai ter de pagar cada vez mais pelos produtos e nós vamos ter menos produção. Isso é que não pode acontecer. Por isso, na questão da revisão o caminho é cada vez mais do uso responsável de todos os recursos, mas sem ambições desmedidas.
Gonçalo Santos Andrade é presidente da Portugal Fresh, associação que representa mais de cinco mil produtores Frame ItQuer a estratégia Farm To Fork, quer a ambições do European Green Deal têm de ser revistas, mas não é esquecendo todas estas ambições e metas a nível da sustentabilidade. Está muito em voga nas empresas, a implementação dos critérios ESG. É evidente que temos de ter cada vez mais cuidado a nível de governance, da parte social e da parte ambiental nas empresas, mas tem de ser com situações equilibradas, não radicais e cujo resultado seja o aumento da produção altamente segura que termos. Evidentemente o mercado local é muito importante. Infelizmente o poder de compra dos portugueses não é dos maiores na União Europeia e somos 2.3% dos consumidores. Por isso, temos de pensar que o nosso mercado local é mesmo esta linha de Lisboa a Helsínquia e aproveitar todas as oportunidades de valor acrescentado para os nossos produtos.

Quais são as medidas que os produtores deste setor consideram urgentes?
O setor só pode continuar a crescer se houver uma aposta a nível da gestão dos recursos hídricos. Tem de haver mais reservas de água. Se me perguntar quais são os principais desafios do setor, o primeiro é a água, o segundo é a água, o terceiro é a água. É completamente prioritária para este setor. O que temos vindo a assistir nos últimos anos é que o Governo não deu uma prioridade a setor agroalimentar, não houve uma aposta a nível do PRR no agroalimentar. Perdemos uma oportunidade de fazermos investimentos a nível de reestruturação, reabilitação de aproveitamentos hidroagrícolas que têm mais de 50 anos, com perdas enormes na distribuição antes de chegar às parcelas dos produtores. E isso não é aceitável nos dias de hoje. Deveria ter havido investimentos na modernização de toda a parte da distribuição de água, perdemos muitas oportunidades a esse nível. O Algarve e o Sudoeste alentejano já estão com situações muito complicadas. Do Sudoeste alentejano saem mais de 300 milhões de euros das exportações de frutas, legumes e plantas ornamentais e houve dois avisos do PDR. Um, de julho de 2022, com um montante de 30 milhões de euros, para uma nova estação elevatória, reservatórios de regularização e impermeabilização dos canais condutores principais, quer para V. Nova de Milfontes, quer para Odeceixe. Não há ainda um euro investido sobre esse aviso de julho de 2022. Depois, foi aberto outro aviso, no verão de 2023, de 23 milhões de euros, que, no fundo, era o mesmo montante dos 30 milhões, mas como só tinha sido submetido um projeto para a nova estação de bombagem, os 23 milhões eram para as outras iniciativas. Executado, não há um euro. O que temos é um despacho a indicar que não podemos aumentar a área de produção porque não existem recursos. Mas se olharmos para a água que existe na barragem de Santa Clara, são cerca de 162 hectómetros cúbicos, mais do que a barragem do Pisão, quando estiver construída. E nós estamos a dizer que não temos água. Nós não temos é infraestruturas para extrair esta água, e estamos com inúmeras limitações para os produtores. Evidentemente, nestes casos todas as soluções têm de ser equacionadas – novas fontes de água, transvases… Nós defendemos que o ideal seria ter uma rede nacional de água para aproveitar a que é desperdiçada. Não é para tirar água de um ponto do país para outro, é para a água que não é aproveitada. Nós deveríamos trazê-la de onde ocorre maior precipitação, neste caso do Norte para o Sul do país, nunca prejudicando os produtores daquelas regiões.
Mas o setor só poderá manter os níveis de crescimento que tem tido se forem modernizados os perímetros de rega existentes e criadas novas reservas de água, quer sejam charcas, reservatórios, minibarragens, médias barragens, grandes barragens. Porque Portugal devia pensar em aproveitar a oportunidade que tem: um mercado desejoso de que consiga aumentar a sua oferta porque vê em Portugal um país com um clima diferente dos restantes países do Sul da Europa. Nós podemos ser a Califórnia da Europa, temos a mesma latitude: eles têm a influência do Pacífico, nós temos a do Atlântico. Nós produzimos alguns produtos durante todo o ano, como é o caso das framboesas que se conseguem produzir ao longo de 52 semanas no Sudoeste alentejano. Em mais nenhum país da Europa se consegue. Portugal tem condições únicas de produção. Precisa de vontade política para conseguir dar condições aos produtores e para não desperdiçar esta oportunidade de mercado.

A médio e longo prazo, que medidas o Governo poderá tomar em termos de apoios?
Os apoios existem, mas têm de ser mais ágeis e têm de funcionar, porque temos uma burocracia muito grande. Ainda há pouco tempo foram anunciados avisos do PDR para charcas, mas há tantas entidades a ter de aprovar, que os processos são extremamente burocráticos, não funcionam. Portanto, precisamos de agilidade, que o Governo diminua a carga fiscal sobre as empresas e sobre os trabalhadores a fim de conseguirmos ser mais competitivos. Mas a questão da água é prioritária para a economia nacional. Nós vemos o peso que o agroalimentar já tem nas exportações portuguesas, na casa dos 12.5%, e por isso é de extrema importância resolver a questão da água.

Há pouco falou na internacionalização e indicou os cinco principais destinos externos dos produtos deste setor. O posicionamento de Portugal na exportação mudou muito nos últimos 12 anos?
Antigamente as empresas iam aos eventos internacionais e muito poucas tinham reuniões pré-agendadas. Atualmente são muitas as empresas que quase não têm espaço nas agendas para receber clientes que por acaso passem pelo stand. Na última Fruit Attraction em Madrid, estive com o representante da Coop Trading, um dos principais compradores dos países nórdicos, que me veio dar os parabéns porque as empresas nacionais com que trata são altamente credíveis, que a abordagem é muito profissional e ao nível dos melhores do mundo.

Para quantos países são exportados e quais produtos lideram as exportações neste setor?
Em 2023 exportamos para 138 países. O produto português que, neste momento, mais exporta é o tomate processado. Depois são os pequenos frutos, que em 2022 representaram no total 294 milhões de euros, com a framboesa a ser responsável por 209 milhões de euros de exportações. Em terceiro lugar estão os citrinos. São os três mais fortes.

No ano passado houve um aumento de inflação e por consequência dos preços de matérias- primas, conflitos internacionais, fatores climáticos extremos, escassez de mão de obra. Problemas que se juntaram à questão da burocracia e da carga fiscal… 2023 foi um ano desafiante para o setor?
Foi. Já vínhamos de 2020 e 2021 bastantes desafiantes, com a pandemia e as secas extremas. Têm sido anos muito desafiantes para o setor. Os custos de produção são cada vez mais elevados, os consumidores têm uma maior dificuldade na aquisição dos produtos.

E, entretanto, 2023 foi um ano recorde nas exportações nacionais de frutas, legumes, flores e plantas ornamentais: 2300 milhões de euros, mais 11,4% do que em 2022. Foi uma surpresa?
Não foi uma surpresa, mas temos de ter algum cuidado na leitura. A produção decresceu 5%. Isto divide-se em plantas ornamentais e flores, produtos hortícolas, frutas e preparados de frutas e legumes, onde entra o tomate de indústria. Em termos de quilos exportados, só os hortícolas cresceram e isso também teve resposta nas dificuldades que existiram no centro da Europa a nível de custos energéticos com algum abandono no aquecimento de estufas.

Gonçalo Santos Andrade é presidente da Portugal Fresh, associação que representa mais de cinco mil produtoresHá uma meta a atingir nas exportações em 2024? Manter um crescimento acima dos 10%?
Neste momento estamos mais preocupados em conseguir ter valor acrescentado para os produtos portugueses. Fizemos um caminho muito interessante de crescimento do setor, mas estamos muito preocupados com a questão da água. Porque se não for resolvida pode haver quebras a nível da tendência das exportações. Ou seja, se não houver obras a nível de modernização de vários perímetros de rega, corremos o risco deste valor retroceder, porque há geografias extremamente importantes.
Do top 3 que referi, os pequenos frutos estão, maioritariamente, no Sudoeste alentejano, a laranja está no Algarve. Duas regiões críticas e com necessidades de obras. Precisamos urgentemente dessas obras para garantirmos alguma estabilidade nas exportações.

O que nos torna ou tornará mais competitivos que outros países exportadores? De que forma os produtos deste setor se diferenciam?
No mercado global concorremos muito com Espanha, porque está ao nosso lado e tem uma dimensão muito maior ao nível da oferta. Nós diferenciamo-nos por termos um clima relativamente diferente devido à influência atlântica.
Depois, por termos empresas em que a dimensão não tem escala, isso dá a muitos dos compradores um contato mais familiar e direto e estes valorizam esse contato. Nós fazemos por nos diferenciar na questão do serviço, na resposta às exigências dos compradores.
Mas diria que a diferenciação está muito no facto de conseguirmos estender bastante a época de produção.
Estamos mais semanas durante o ano presentes no mercado em muitos dos produtos, principalmente a nível de produtos perecíveis de que os pequenos frutos são um bom exemplo. E os compradores internacionais valorizam bastante essa situação.

O Projeto Conjunto de Internacionalização 2023 – 2025 aponta baterias a outros países, fora da UE?
Em alguns produtos, como a pera e a maçã, e mesmo a ameixa, o Brasil é um mercado extremamente relevante para nós e estaremos na Fruit Attraction em São Paulo, de 16 a 18 de abril. Olhamos também com atenção para o mercado asiático e temos prevista uma nova missão à Índia.
Da China estamos à espera há bastante tempo que se conclua um processo para a exportação de pera e de maçã e, mal esteja fechado, iremos a esse mercado, onde já fomos. E pensamos estar em Hong Kong, em setembro, na Asia Fruit Logistica.
Temos prevista, neste projeto de internacionalização, uma ida ao Chile, que tem sido uma potência de exportação para muitos países. Portanto, na União Europeia pretendemos reforçar os nossos contratos nesta linha de Portugal à Finlândia.
Queremos muito fazer parcerias e desenvolver negócios para reforçar a presença no Brasil, sem perder de vista a questão da Índia e da China.
Quanto aos EUA e ao Chile serão, mais como processos de aprendizagem e de acompanhamento de quem vai à frente nas exportações mundiais.

Até onde Portugal e as empresas do setor podem crescer em termos de exportações? Qual é o caminho?
Nós tínhamos um objetivo de exportações, que penso que será ultrapassado, de 2.500 milhões de euros até 2030. Com estes saltos que demos, acho que vamos ter de rever esse objetivo caso haja obras a nível da água e da sua gestão. Mas este setor tem muito por onde andar se o país definir o agroalimentar como prioritário e investir fortemente a nível do regadio.

Entrevista completa publicada na edição 421 do Hipersuper

 

Sobre o autorAna Grácio Pinto

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Vinhos Código
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No Rules Wines quer promover o melhor do Dão e elevar esta região vitivinícola “a um patamar superior”

A No Rules Wines junta trio do Dão: o enólogo Tiago Macena, o empresário António Sousa Martins e o consultor internacional de vinhos, Cláudio Martins.

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Há dois anos no mercado, a No Rules Wines, fundada por António Sousa Martins, Cláudio Martins e Tiago Macena, nasceu com vontade de se distinguir pela irreverência e autenticidade de fazer “vinhos tranquilos do Dão sem regras”, honrando a tradição do Dão, mas procurando “elevar esta região vitivinícola a um patamar superior”.
Este é o terroir base do projeto, que surge com o objetivo principal de “expressar uma enologia que mostre a origem das uvas”, através de um investimento inicial de 1 milhão de euros.
“Temos alguns vinhos menos usuais, tirando partido do potencial enológico da região e da nossa vontade de arriscar em alguns vinhos. A maior parte dos vinhos são DOC Dão, mas também temos vinhos Indicação Geográfica Protegida (IGP), nos quais nos é permitido o trabalho com outras técnicas e castas”, afirma Tiago Macena, em comunicado.Código foi a primeira marca de vinhos apresentado ao mercado, com quatro propostas, entre brancos e tintos, e que em poucos meses, viu esgotado o stock de cerca de 3 mil garrafas de cada referência. Em breve, uma sala de provas, à porta fechada, na adega que a empresa tem em Nelas vai permitir receber entusiastas por experiências vínicas fora da caixa, avança a No Rules Wines.
A aquisição de uma vinha no Douro também está nos planos do trio.

A No Rules Wines foi fundada por António Sousa Martins, Cláudio Martins e Tiago Macena.

Autenticidade, Sustentabilidade e Transparência são os pilares principais da empresa, que já marca presença em alguns mercados internacionais, concretamente em Angola e Reino Unido. Para António Sousa Martins, o objetivo é “continuar a explorar novos mercados” e posicionar a No Rules Wines, com sede em Oliveira do Hospital, entre as melhores do setor vinícola. “Desde a produção de vinhos mais requintados, em poucas quantidades e valores mais elevados, a vinhos ‘simples’ e ‘descomplicados’, a preços mais acessíveis e em maiores volumes, a empresa quer ‘promover o melhor do Dão’”, sublinha
Encruzado, Granius, Origem, Solstício, Bical e Uva Cão são os seis vinhos que fazem parte da marca Código.

Vinhos que “mercado está a absorver de forma extraordinária”

O Código Origem Branco, Solstício e o Granius 22, chegaram ao mercado no segundo semestre 2023 e rapidamente foram absorvidos pelos consumidores. Seguiu-se um monovarietal, o Encruzado 2022, no início de 2023.
Em maio, chegaram ao mercado as novas colheitas (Código Origem Tinto 22 e Origem Branco 23) que “vieram reforçar a oferta para uma procura que o mercado está a absorver de forma extraordinária”, afirma Cláudio Martins.
Para os colecionadores especiais, há uma edição limitada, de seis garrafas.
Em julho, do Código serão lançadas novas colheitas de Bical e Uva Cão e duas novas referências Infusão Subtil e Manifesto.

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Faturação da ElPozo Alimentación cresce 8,5%

A El Pozo Alimentación, que celebra este ano o seu 70º aniversário, fechou o exercício de 2023 com uma faturação de 1.804,3 milhões de euros, um crescimento de 8,5% face […]

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tagsElPozo

A El Pozo Alimentación, que celebra este ano o seu 70º aniversário, fechou o exercício de 2023 com uma faturação de 1.804,3 milhões de euros, um crescimento de 8,5% face ao ano anterior. Esta evolução resulta do posicionamento de marca e da inovação em produtos de elevado valor acrescentado, refere a empresa em comunicado.

A El Pozo Alimentación refere que investiu 76,5 milhões de euros, tanto em ativos tangíveis quanto intangíveis e  tem concentrado os seus esforços na investigação, formação e desenvolvimento dos seus produtos e marca.
Segundo a empresa, entre os lançamentos mais importantes estão a linha +Proteínas ElPozo Bienstar, com produtos fatiados e semicozidos ricos em proteínas, um segmento em crescimento, a La Croquetería, uma gama de empanados gourmet e a marca ElPozo KING UPP,  anunciada como a proposta mais jovem e inovadora da empresa.

Renovação

A marca ElPozo renovou a sua imagem com o rebranding da sua linha mais artesanal, ElPozo 1954, incluindo um novo logótipo, designs, formatos e uma nova campanha de comunicação com a banda murciana Viva Suecia. A lista de embaixadores da empresa, que já incluía o tenista Carlos Alcaraz, foi ampliada com José Coronado para o Legado Ibérico e Olga Carmona para a ElPozo Bienstar.

A empresa, integrada na holding Grupo Fuertes,  lembra que realizou vários projetos de infraestruturas, entre os quais se destacam a implementação de uma unidade de biotecnologia, a construção de um parque fotovoltaico para autoconsumo elétrico e a criação de um novo centro de congelação de carne.

Exportação

A ElPozo, que encerrou o exercício de 2023 com uma equipa média de 5.159 pessoas, está presente em mais de 80 países e tem como objetivo continuar a aumentar a sua quota de exportações, consolidando a sua presença nas áreas geográficas com mais potencial, tendo alcançado este ano um volume de negócios no estrangeiro de cerca de 20 por cento da sua faturação.

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Marcelo Rebelo de Sousa inaugurou a Feira Nacional de Agricultura

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, inaugurou este sábado a Feira Nacional de Agricultura / Feira do Ribatejo (FNA 24), certame que decorre no Centro Nacional de Exposições, […]

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, inaugurou este sábado a Feira Nacional de Agricultura / Feira do Ribatejo (FNA 24), certame que decorre no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, e que se prolonga até ao dia 16 de junho.
Este ano o evento comemora três aniversários: os 70 anos da Feira do Ribatejo, o 60º aniversário da Feira Nacional de Agricultura e os 30 anos de atividade do CNEMA.
Na entrada principal do CNEMA, o visitante é convidado a viajar numa exibição retrospetiva de todo o histórico do evento – a exposição “O Início”. E foi mesmo Marcelo Rebelo de Sousa o primeiro a fazer o percurso e a saudar a iniciativa.
Pecuária Extensiva, é o tema deste ano, atividade que ocupa uma área de 64% da superfície agrícola útil em território nacional, com um papel determinante na sustentabilidade e na preservação dos espaços rurais do país.

Presidente da República enaltece importância da FNA

No âmbito da exibição de um breve excerto alusivo ao documentário sobre a história e evolução do evento, o Presidente da República salientou a importância do certame para a “agricultura portuguesa” e para os agricultores.
O chefe de estado português afirmou que a “feira representa muito por Portugal, pela agricultura portuguesa, pela riqueza natural portuguesa, pela biodiversidade, raças autóctones, pelo labor pelos agricultores, e por aquilo que é uma componente fundamental da riqueza do nosso país”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Santarém acordou em festa

Santarém recebeu logo de manhã o habitual desfile de campinos e de gado, que percorreu as ruas do centro da cidade e que contou com a presença de diversas entidades e grupos locais que animaram a manhã em pontos estrategicamente definidos.

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Distribuição

Auchan reforça compromisso com a proteção dos oceanos e junta-se à campanha da MSC

“Na Auchan, a sustentabilidade é um pilar estratégico e, por isso, aliamos a qualidade dos nossos produtos à necessidade de preservação do planeta.” destaca Rita Cruz, diretora de responsabilidade corporativa ambiental e social da Auchan Retail.

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A Auchan reforça a sua visão 2032 – Alimentar uma Vida Melhor e Preservar o Planeta – e junta-se à campanha da Marine Stewardship Council (MSC) que tem como mote ‘A Pesca Sustentável significa mais peixes’.

Com um compromisso assumido com a sustentabilidade, a Auchan assume, desde 2009,  uma política de comércio sustentável de pescado destacando-se dois compromissos da retalhista: a diminuição, suspensão ou cessação da comercialização das espécies que se identifiquem ameaçadas, tal como fez, em 2008, com todas as espécies de tubarão ameaçadas, tornando-se, assim, na primeira insígnia de distribuição internacional a implementar esta medida de resposta à situação de sobrevivência deste peixe emblemático; e, privilegiar a oferta de produtos provenientes de pesca sustentável ou com menor grau de risco para a biodiversidade. Exemplo disso são o Bacalhau Produção Controlada Auchan comercializado desde 2019 e a Pescada Congelada Auchan, ambos com uma certificação MSC, exemplifica a retalhista.

“Na Auchan, a sustentabilidade é um pilar estratégico e, por isso, aliamos a qualidade dos nossos produtos à necessidade de preservação do planeta. Já temos uma oferta de produtos da nossa marca com certificação por parte de entidades com quem colaboramos na procura por alimentos que promovam uma vida melhor para os nossos clientes. A campanha da MSC, em defesa dos nossos oceanos e da pesca sustentável, está muito alinhada com os nossos objetivos e, por isso, fez todo sentido podermos juntar-nos a esta causa”, explica Rita Cruz, diretora de responsabilidade corporativa ambiental e social da Auchan Retail.

“No MSC, valorizamos e apreciamos enormemente o apoio da Auchan Retail pela pesca sustentável e pelo trabalho que a nossa organização está a fazer em Portugal. Estamos convencidos de que, graças ao apoio de retalhistas como a Auchan Retail a iniciativas como o Dia Mundial dos Oceanos, avançamos para uma maior consciencialização da sustentabilidade do mar e dos seus produtos na sociedade em geral”, afirma Laura Rodríguez, diretora da MSC Portugal e Espanha.

Para assinalar e promover a preocupação com os oceanos, a MSC lançou uma campanha, que estará no ar até ao final de junho, e que pretende destacar o impacto positivo da pesca sustentável na preservação da vida marinha. Assim, na Auchan, existe uma seleção de produtos que têm o selo de certificação da MSC, que atestam a origem, confiança, credibilidade e manuseamento de peixes selvagens e outros produtos de mar.

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Mercadona promove conferência “Semear o Futuro” na Feira Nacional de Agricultura

A conferência Semear o Futuro é uma das iniciativas da Mercadona na Feira Nacional de Agricultura, em Santarém, de 8 a 16 de junho.

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A Mercadona volta a marcar presença, de 8 a 16 de junho, na Feira Nacional de Agricultura, em Santarém.

Tal como em anos anteriores, a empresa estará presente no espaço dedicado ao “Portugal Sou Eu”, iniciativa do Ministério da Economia que visa a dinamização e valorização da oferta nacional, criada há mais de uma década, reforçando o seu compromisso de colaboração com a produção nacional, iniciado já antes de a empresa ter presença física em Portugal, e reforçado com o acordo com a CAP, também parceiro deste programa.

“Marcar presença, uma vez mais, na FNA, representa uma excelente oportunidade de estar mais perto dos “Chefes” (clientes) e mostrar à Sociedade o nosso compromisso com o Sector Agroalimentar Nacional. A Mercadona continua a apostar na produção nacional, compromisso que temos vindo a reforçar ano após ano e que, em 2023, representou 1.178 milhões de euros em compras aos nossos 1.000 fornecedores nacionais.” sublinha Pedro Barraco, diretor de cadeia agroalimentar da Mercadona, em comunicado.

Cozinha com a Mercadona”

A Mercadona estará presente com ações de “showcooking” através de um conjunto de oito receitas criadas em parceria com a Chef Tia Cátia. A empresa convidou também alguns dos seus Fornecedores a estarem presentes e a fazerem provas com os seus produtos à venda nos supermercados Mercadona em território nacional.

1ª Conferência Semear o Futuro

Este ano, em parceria com a CAP, Confederação dos Agricultores de Portugal, a Mercadona criou o projeto “Semear o Futuro”, uma iniciativa dedicada a explorar e promover a importância do setor agroalimentar em Portugal e que culmina com uma conferência, no dia 13 de junho, na sala Ribatejo, no CNEMA.
Este evento, cujas inscrições se encontram abertas, contará com intervenções de especialistas no setor.

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Fotografia Fruit Attraction

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Exportação

Fruit Attraction já tem mais de 90% do espaço de exposição ocupado

A Fruit Attraction, marcada para os dias 8, 9 e 10 de outubro, em Madrid, tem alocados 65.000 m² de espaço de exposição, um aumento de 39% em comparação com o mesmo período do ano passado. A organização antecipa a participação de mais de 2.000 empresas de 55 países, apresentando 70.000 m² com produtos frescos e mais de 100.000 profissionais de 145 países.

A Fruit Attraction, marcada para os dias 8,9 e 10 de outubro em Madrid, já tem mais de 90% do espaço de exposição ocupado.

A quatro meses do evento, a organização avança que foram alocados 65.000 m² de espaço de exposição, um aumento de 39% em comparação com o mesmo período do ano passado. A organização antecipa a participação de mais de 2.000 empresas de 55 países, apresentando 70.000 m² com produtos frescos e mais de 100.000 profissionais de 145 países.

A feira confirmou a participação de quase todas as áreas de produção e Comunidades Autónomas de Espanha, bem como a participação internacional de 45 países, incluindo novos mercados como a Arábia Saudita e Hong Kong.

Pela primeira vez, a Fruit Attraction 2024 vai ocupar dez pavilhões (1-10) na IFEMA Madrid, transformando a cidade num epicentro global para o marketing de produtos frescos. Inovação, qualidade e diversidade são atributos chave deste importante centro de negócios, reconhecido por operadores e retalhistas em todo o mundo como essencial para planearem as suas campanhas no crucial mês de outubro.

Sob o tema “Descubra a Essência do Setor”, este evento líder para o setor de frutas e vegetais será organizado em torno de quatro áreas de exposição. A mais representada será novamente Fresh Produce, que exibirá uma ampla variedade de produtos hortícolas, além da Auxiliary Industry, que reúne toda a cadeia de valor da indústria, e Fresh Food Logistics, o espaço dedicado à logística, transporte e gestão da cadeia de frio para alimentos.

Uma novidade desta edição é a Innova&Tech, a nova área que reunirá os setores Biotech Attraction e Smart Agro, proporcionando um espaço para empresas focadas na inovação, pesquisa e desenvolvimento tecnológico em genómica

O abacate será o produto estrela deste ano, com várias iniciativas em torno deste superalimento, cujo sucesso tem crescido significativamente em Espanha nos últimos anos, tanto em termos de cultivo quanto de exportações. Além do Congresso “Abacate de Espanha”, a feira acolherá outras atividades, como uma liga na qual estudantes de escolas de hotelaria e catering espanholas competirão numa sessão de show cooking liderada por Daniel del Toro, bem como diferentes workshops e demonstrações.

Na sua próxima edição, a feira irá continuar a implementar iniciativas destinadas a impulsionar as vendas, promoção, desenvolvimento e crescimento das empresas expositoras. O Programa Internacional de Compradores será novamente acompanhado pela iniciativa de Países Importadores convidados, com foco principal na China e na Arábia Saudita. O objetivo passa por promover as relações comerciais entre os países da União Europeia e estes mercados fora da UE, apoiado por um programa completo de mesas redondas, visitas guiadas à feira e sessões B2B.

Mais uma vez, o The Innovation Hub e o Fruit Next serão as áreas dedicadas à inovação e novos desenvolvimentos comerciais na indústria. Neste contexto, a Fruit Attraction voltará a acolher os Innovation Hub Awards, que se tornaram um evento fundamental para apoiar o compromisso empresarial da indústria.

Como novidade, a Fruit Attraction apresentará os Best Stand Awards, reconhecendo os espaços de exposição que se destacam pela sua criatividade e design numa das três categorias: Comunidades Autónomas e Instituições, países e regiões, e empresas.

A feira também se irá tornar num centro de conhecimento, oferecendo um programa completo de sessões técnicas caracterizadas por uma grande variedade de conteúdos, bem como pelo elevado nível dos participantes e palestrantes. Entre outros, a Fruit Attraction irá acolher os congressos Grape Attraction, Biofruit Congress e Fresh Food Logistics The Summit.

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Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

Nuno Luz nomeado diretor-geral da FNAC Ibéria

Nuno Luz nomeado diretor-geral da FNAC Ibéria

Distribuição

Nuno Luz nomeado diretor-geral da FNAC Ibéria

O atual diretor-geral da Fnac Portugal, Nuno Luz, foi nomeado diretor-geral da Fnac Ibéria – Portugal e Espanha –, cargo que assumiu no início deste mês. Nuno Luz passa, assim, a integrar o […]

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O atual diretor-geral da Fnac Portugal, Nuno Luz, foi nomeado diretor-geral da Fnac Ibéria – Portugal e Espanha –, cargo que assumiu no início deste mês. Nuno Luz passa, assim, a integrar o Comité Executivo do Grupo Fnac Darty e irá reportar diretamente ao CEO do Grupo Fnac Darty, Enrique Martinez.

Por sua vez, Domingo Guillén Figuerola, atual diretor de vendas omnical da Fnac Espanha, assumirá as funções de diretor-geral da Fnac Espanha, sucedendo a Annabel Chaussat, que ocupa a posição até 15 de junho de 2024. Domingo Guillén Figuerola ficará sob a responsabilidade hierárquica de Nuno Luz.

Nuno Luz iniciou o seu percurso na Fnac Portugal como diretor comercial, em maio de 2016, e assumiu a direção geral da empresa em outubro de 2017. Sob a sua liderança, a Fnac consolidou o seu crescimento e desenvolvimento de forma sustentada, impulsionados pela abertura de novas lojas FNAC e Nature & Découvertes, pela aquisição da PC Clinic e pelo aumento da venda de serviços. Recentemente, encabeçou, com sucesso, a operação de aquisição da MediaMarkt, em Portugal. 

É de recordar que o mercado ibérico é um mercado estratégico para o Grupo Fnac Darty, tendo registado 732 milhões de euros de vendas, em 2023. Na Península Ibérica, o Grupo conta com 88 lojas do universo Fnac.

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FMCG

Ervideira lança o 15º Invisível e celebra mais de um milhão de garrafas deste monocasta

A Ervideira lançou a 15ª edição do seu vinho de maior sucesso. O Invisível, um branco, feito a partir de uvas tintas da casta Aragonez, foi um marco inovador no setor em 2009.

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A Ervideira lançou a 15ª edição do seu vinho de maior sucesso. O Invisível, um branco, feito a partir de uvas tintas, foi um marco inovador no setor em 2009.

Este monocasta elaborado a partir da casta Aragonez, com vindima mecânica e noturna, deu origem a uma nova categoria de vinhos que se consolidou junto dos consumidores e até aos dias de hoje vendeu mais de 1 milhão de garrafas, contando já com 10 milhões de euros no mercado.

“Um milhão de garrafas vendidas em 15 anos é algo de que a Ervideira tem que se orgulhar”, assume Duarte Leal da Costa, diretor executivo da empresa vitivinícola sediada no Alentejo.

Apenas em 2024, o Invisível, da qual a Ervideira produz 125 mil garrafas/ano, representa 400 mil euros de faturação.

Uma das particularidades do Invisível é ser um vinho que pode ser servido a diversas temperaturas e a acompanhar os mais diferentes pratos, permitindo uma enorme versatilidade: desde como welcome drink, até ao acompanhamento de petiscos, pratos de peixe e de carne.

“O Invisível tornou-se um caso de estudo no setor, pois deu origem a um novo estilo de vinho. Este novo estilo não se prende apenas com o facto de ser um ‘blanc de noir’- vinho branco feito a partir de uvas tintas – mas também pela particularidade que traz ao ser um vinho adequado a ser servido e apreciado a uma multiplicidade de temperaturas e em momentos tão diferentes, bem como é um vinho que agrada 100% dos consumidores, o que é um facto extraordinário”, apresenta Duarte Leal da Costa.

Nelson Rolo, enólogo responsável pela produção deste monocasta, sublinha que “um bom vinho, hoje, é um vinho com qualidade, que seja prazeroso, mas que tenha a capacidade de harmonizar com pratos diferentes. Isto é estar atualizado para produzir um vinho versátil”.

O enólogo da Ervideira destaca que o que permite ao Invisível ter esta elasticidade térmica na hora de servir “é a sua casta Aragonez e a tecnologia utilizada no seu processo de criação”. “À semelhança das edições anteriores, a vindima do Invisível é feita à noite, para haver menos luz e temperaturas mais baixas – fatores muito importantes para reduzir a oxidação e anular fermentações indesejadas”, explica.

O Invisível é elaborado com base nos melhores lotes de Aragonez. O mosto é transportado em camião frigorífico até à adega, onde é conduzido por gravidade para uma câmara de frio. Ali permanece a decantar durante 24h a baixas temperaturas. Após esse processo, o mosto é inoculado com leveduras selecionadas e a fermentação decorre a uma temperatura controlada de 12ºC, durante 15dias.

A 15ª edição do Invisível está disponível nos pontos de venda habituais.

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Distribuição

Associações de Portugal e Espanha pedem maior reconhecimento do setor da distribuição na Europa

APED, ASEDAS e ANGED lançaram um manifesto com as prioridades do setor da distribuição que devem ser tidas em conta pelos decisores políticos na próxima legislatura europeia.

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A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), a Asociación Española de Distribuidores, Autoservicios y Supermercados (ASEDAS) e a Asociación Nacional de Grandes Empresas de Distribución (ANGED) lançaram um manifesto com as prioridades do setor da distribuição que devem ser tidas em conta pelos decisores políticos na próxima legislatura europeia.

A poucos dias das eleições para o Parlamento Europeu, que se realizam a 9 de junho, as associações signatárias apelam a um maior diálogo dos atores políticos europeus com este setor, que “está no centro da economia europeia e do bem-estar dos cidadãos deste território”, sendo um dos 14 ecossistemas estratégicos definidos pela Comissão Europeia na sua proposta de reforma da política industrial europeia.

“É o elo de ligação entre fabricantes e 450 milhões de consumidores, o maior empregador do setor privado na Europa – 26 milhões de pessoas -, gera 10% do PIB da União Europeia, com mais de 99% das cinco milhões de empresas retalhistas e grossistas na Europa a serem Pequenas e Médias Empresas (PME)”, destacam.

O aumento dos preços da energia e dos combustíveis, constrangimentos no transporte internacional, impactos decorrentes de conflitos armados, escassez de matérias-primas e inflação são os principais desafios apontados ao setor pelas associações signatárias do manifesto.

A estes, acrescentam “um verdadeiro ‘tsunami’ regulatório, com mais de 3.000 normas regulamentares em constante evolução e alteração, que aumentou consideravelmente os custos de funcionamento das empresas”.

A partir deste cenário, APED, ASEDAS e ANGED apontam a necessidade de serem criadas novas soluções e maior flexibilidade na regulamentação laboral para responder às novas necessidades do mundo do trabalho e aos novos estilos de vida e necessidades dos consumidores.

Defendem ainda uma regulamentação que garanta segurança jurídica e um ambiente empresarial estável, que assegure condições de concorrência e acesso a um mercado que permita o desenvolvimento dos seus modelos de negócio.

E apelam a que o quadro regulamentar garanta a segurança alimentar em todas as circunstâncias, relações comerciais estáveis na cadeia, utilização de tecnologias que reforcem a segurança dos estabelecimentos comerciais e deem uma garantia da qualidade dos produtos e a rotulagem adequada, aliada ao combate ao desperdício alimentar.

“Perante um mercado cada vez mais globalizado e que permite que comerciantes de países terceiros obtenham uma vantagem competitiva sobre empresas da União Europeia, os signatários defendem a necessidade de estabelecer condições de concorrência equitativas entre as empresas europeias e os operadores internacionais, bem como garantir um level playing field, com as mesmas regras para todos os operadores, independentemente de operarem em ambiente físicos ou digitais”, alertam ainda.

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Missão Continente doou em 2023 mais de 360 mil euros através do projeto Sacos Solidários

No total, desde o início do projeto, em 2021, já foram angariados, com a ajuda dos consumidores, mais de 810 mil euros através da venda de mais de 1,5 milhões de sacos.

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Em 2023, a Missão Continente doou mais de 360 mil euros, através do projeto ‘Sacos Solidários’, a 20 instituições que atuam em áreas vitais como apoio à infância e juventude, o apoio animal, organizações internacionais, a diversidade e inclusão e o combate à fome, pela venda de 721 165 sacos. No total, desde o início do projeto, em 2021, já foram angariados, com a ajuda dos consumidores, mais de 810 mil euros através da venda de mais de 1,5 milhões de sacos.

A Missão Continente realizou esta terça-feira a entrega simbólica do valor angariado em 2023, entregues a 20 instituições, que totalizaram um apoio de 360 582,50 euros.

As 20 instituições apoiadas são: o Movimento Transformers, a Obra do Frei Gil, a CrescerSer, a Casa S. Francisco Assis, a PRAVI, a Liga Port, a Direitos Animal, a Associação Animais de Rua, a Animalife, a UNICEF, a Um pequeno gesto, a Hope for fulanis, a The Big Hand, o Espaço T, a Corações com Coroa, o Teatro do Vão, a Associação Salvador, a Refood, a Comunidade Vida e Paz, a Porta Solidária e as Cáritas Paroquial Matriz Portimão.

“O projeto ‘Sacos Solidários’ é um símbolo do compromisso contínuo da Missão Continente com o bem-estar das nossas comunidades. Através da colaboração dos nossos clientes e parceiros, conseguimos alcançar resultados incríveis e continuar a construir um futuro mais solidário e sustentável. Estamos muito satisfeitos com o impacto positivo que esta iniciativa tem tido e estamos entusiasmados por continuar a trabalhar em conjunto para fazer a diferença na vida de muitas pessoas.”, sublinha Rita Barrocas, coordenadora de responsabilidade social do Continente.

Durante o evento de divulgação dos resultados da edição anterior, foi ainda apresentada a nova coleção dos ‘Sacos Solidários’ para 2024. A edição deste traz novos temas e parcerias, reafirmando o compromisso da Missão Continente com a construção de um mundo mais solidário e sustentável. Os temas selecionados para esta edição incluem a Saúde Mental, o Acesso a Cuidados e Bens Essenciais, a Educação e o Envelhecimento Ativo. Estas áreas foram identificadas como prioritárias durante a Sessão Plenária do Conselho Estratégico da Missão Continente de 2022.

A Saúde Mental continua a ser uma área de foco para a Missão Continente, com apoios a instituições como a ASMAL, a CAPITI, o Centro Dr. João dos Santos e o Gondomar Social. O objetivo é promover o bem-estar psicológico e combater estigmas associados a esta área.

No âmbito do Acesso a Cuidados e Bens Essenciais, a Missão Continente colaborará com a Associação Cais, Associação Crescer, a Associação Just a Change e a Misericórdia de Gaia, garantindo que todos possam viver com dignidade e segurança.

Para a área da Educação, a Missão Continente apoia instituições como a Academia Johnson Semedo, a ADCE, o Grupo Social de Sto. Agostinho e a Santa Casa da Misericórdia de Cascais, assegurando oportunidades educacionais de qualidade para todas as crianças.

O Envelhecimento Ativo será promovido através de parcerias com a Pedalar sem Idade Portugal, o Centro Cultural e Social de Sto. Adrião, o Centro Paroquial da Mexilhoeira Grande e o Centro Social Paroquial de Sta. Margarida de Abrã, garantindo um envelhecimento com dignidade e vitalidade.

Os sacos solidários, disponíveis por 1,50€ nas lojas Continente, Continente Modelo e Continente Bom Dia, destinam-se a apoiar causas sociais considerados relevantes e fraturantes, revertendo 0,50€ por cada saco vendido para as instituições parceiras.

 

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